quinta-feira, 23 de julho de 2015

Banda Gentileza faz show de lançamento do novo álbum



Quarteto curitibano apresenta repertório de Nem Vamos Tocar Nesse Assunto pela primeira vez no dia 25 de julho

Depois de um ano e meio sem fazer shows, a Banda Gentileza volta aos palcos para o lançamento do seu segundo álbum, Nem Vamos Tocar Nesse Assunto. O quarteto curitibano mostra o repertório do novo trabalho no dia 25 de julho, sábado, às 15h, em um evento especial no quintal de uma casa no bairro São Francisco. O local é coberto e os ingressos estão à venda no site www.sympla.com.br.

Da autossabotagem à sensatez, Nem Vamos Tocar Nesse Assunto, segundo álbum da Banda Gentileza, não só toca como afunda o dedo em feridas abertas e lugares-comuns.

Seis anos desde o disco de estreia, e após sofrer algumas mudanças de formação, o agora quarteto rearranjou a proposta sonora, mas manteve a estranheza pop. Com duas guitarras, baixo, bateria e alguns tecladinhos incidentais, o grupo voltou a atenção para músicas mais diretas e passou a dar bola para coros, presentes em praticamente todas faixas do novo trabalho. É, sem dúvida, uma obra para cantar junto.

Frutos de um ano de ensaios e composições, os títulos são temperados pela variedade, sem excessos de instrumentação, e contam com produção da dupla Gustavo Lenza e Zé Nigro — responsáveis por álbuns, juntos ou separados, de artistas como Céu, Apanhador Só e Curumin. Em pouco mais de 30 minutos, Nem Vamos Tocar Nesse Assunto funde rock experimental, spoken-word, punk cigano e noise. Pesado, frenético e dançante, impressiona pela exuberância eclética.

As letras ainda são grandes atrativos da banda. O tema de abertura, apenas com piano e vozes, mostra a que veio: "Eu sempre quis (...) escrever novos clássicos do sofrer/ Exaltando a idoneidade daquele que se iludiu/ Onde é que já se viu alguém escrever bem/ Sem romper o amor que estava por um fio?".

O desamor segue em frente nas canções do vocalista Heitor Humberto. Na distorcida "Espiões", por exemplo, ele crava: "De todos os meus deslizes, você só soube do menor". A mesma música termina com o golpe final "o teu perdão não justifica o meu". "Por Onde Anda" persegue aquela pessoa de espírito livre, que proporciona bons momentos, mas some por tempo indeterminado e reaparece quando você já se habituou à ausência. 

"Casa", primeiro clipe e single, conta dramas de novos arranjos familiares em uma árvore genealógica sem sentido. O refrão apoteótico já animava os shows da Gentileza antes mesmo de ser registrado em estúdio. A loucura segue em "Chorume", que junta Santana e afrobeat no mesmo pacote. A letra curta manifesta desprezo em rimas e aliterações — "o perfume do teu choro tem o cheiro do chorume". "Por Mais Que Fosse Pouco" é quase um épico: cheia de trocadilhos, flerta até mesmo com música oriental. 

Convidados
Entre as participações especiais do disco estão Lauro Ribeiro (trombone) e Marc Olaf (piano, teclado e flauta transversa), do sexteto Trombone de Frutas, bem como Hudson Muller (saxofone e trompete), o percussionista Maurício Badé (Criolo) e o produtor Zé Nigro (teclas e percussão).

A mixagem ficou a cargo de Gustavo Lenza e a masterização nas mãos de Felipe Tichauer em seu estúdio em Miami, nos Estados Unidos. As gravações se dividiram entre Curitiba (Nico's Studio) e São Paulo (Estúdio Navegantes), de janeiro a abril deste ano.

A capa é ideia conjunta entre os músicos e o designer Jaime Silveira (ruído/mm, Jair Naves), responsável pelo projeto gráfico do CD — a foto é de Vinicius Grosbelli. O nome do álbum aparece na letra "Pesadelo" e deixa aberto ao público escolher o assunto sobre o qual não quer falar. A banda não quer comentar sobre isso.

Sem compromisso com a tradição
A Banda Gentileza é hoje um dos principais artistas da música autoral independente do Paraná. Com dez anos de estrada, as ideias e invenções estão em todos os processos pelos quais passa a obra do grupo. 

Nas composições, já misturou valsa com música balcânica e samba com bolero. Na divulgação, vendeu disco que vinha comraspadinha da loteria, produziu vídeo aula de coreografia seguido de concurso de dança nos shows e até criou um game para Facebook em que os integrantes eram personagens em 16 bit — a trilha, o single "Quem Me Dera", cujo videoclipe inspirou o jogo. 

Entre o primeiro álbum, homônimo, de 2009, e o novo trabalho, alguns bons anos se passaram. Nesse tempo, eles circularam pelo Brasil, viram seu disco ser apontado como um dos melhores lançamentos nacionais daquele ano e tiveram uma música, "Afinal de Contas", incluída na trilha sonora da novela Malhação e no filme "Julio Sumiu", longa metragem estrelado por Lilia Cabral. Explosiva nos palcos, foi eleita duas vezes como a responsável pelo melhor show da cidade natal, em votação realizada com jornalistas, blogueiros e produtores.

É formada por Bruno Castilho (bateria, percussão e vozes), Diego Perin (baixo e vozes), Heitor Humberto (vozes, guitarra, violão e violino) e Jota Borgonhoni (guitarra, viola caipira, piano, teclado e vozes).

Serviço:
Banda Gentileza - show de lançamento do disco "Nem vamos tocar nesse assunto"
Dia 25 de julho, sábado
Abertura da casa: 15h
Show: 18h
Local: Vila Zanardini - Rua Mamoré, 188 - São Francisco
Ingressos antecipados: R$ 15 em bit.ly/gentilezashow2507
Ingressos na hora: R$ 25

Banda Gentileza
Nem Vamos Tocar Nesse Assunto (Independente, 2015)
Lançamento: 6 de julho
CD: R$ 20 / LP: R$ 50
Download gratuito: www.bandagentileza.com.br
Streaming: iTunes, Deezer, Google Play, Napster Brasil, Rdio, Spotify, entre outros

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