As minas e a agulheta – Romance e história em As minas de prata, de José de Alencar
de Marcos Flamínio Peres
Coleção:
Origem
Ano | Edição:
2015 | 1ª
Páginas:
124
Dimensão:
20 x 1 x 14 cm
Peso:
160 g
O objetivo deste livro é analisar o romance As Minas de Prata (1865), de José de Alencar, a partir do entrelaçamento dos traços e ingredientes da tradição romântica: o histórico e o folhetinesco. O primeiro viés comparece no texto pelo levantamento de um vasto painel da Bahia no início dos seiscentos, pelo detalhamento de costumes e pelas descrições de festas e torneios. O tom folhetinesco está presente na própria organização da ação narrativa; em um enredo repleto de grandes reviravoltas, paixões avassaladoras e poderosos mistérios que se mesclam pelo recurso da fragmentação. Em nossa interpretação, ao contracenar estes dois planos, a obra possibilita releituras do material histórico, as quais, por sua vez, promovem a ressignificação da imagem do Brasil-Colonial. A “certidão de verdade” promovida pelo caráter histórico cede espaço para o teor folhetinesco que desafia o dado historiográfico. Será essa convivência entre fatos extraordinários e acontecimentos históricos que promoverá a tentativa de explicação mítica para a origem da nação, a qual se assentará principalmente na exploração da história das minas vinculada a do protagonista Estácio, descendente do personagem histórico Caramuru.
Poucas vezes um estudo acadêmico sobre as artimanhas da imaginação romântica terá sido tratado com tanta abrangência como neste ensaio de Marcos Flamínio Peres. E isso não apenas pelo arranjo escrito do argumento, cuja habilidade como que se amolda ao imprevisto das variações temáticas como que a tendência folhetinesca acabou desarticulando a linearidade do romance histórico, ao ajustar o dado bruto dos grotões da Colônia às figurações da quimera e do maravilhoso. Mais do que isso, o alcance do ensaio vale sobretudo pelo modo preciso com que elucida as particularidades do contesto histórico-literário em que se expande essa transformação do gênero.
LANÇAMENTO DA
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