Ipea: Estudo analisa a influência da educação nos rendimentos do trabalho
Texto
para discussão do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)
avalia em que medida a educação pode ser considerada um dos principais
determinantes dos rendimentos do trabalho no Brasil.
Utilizando
dados do Censo Demográfico de 2010, o estudo analisa características
dos trabalhadores adultos com idades entre 25 e 64 anos com rendimentos
positivos, e mostra que, se o trabalhador brasileiro típico tem níveis
educacionais baixos (mais da metade da força de trabalho adulta sequer
possui educação secundária completa e apenas um sexto tem diploma
universitário), entre os trabalhadores 1% mais ricos do país, os níveis
de escolaridade são elevados.
O
estudo mostra que altos níveis de escolaridade e formação em áreas
específicas (como medicina, direito, engenharias) aumentam as chances de
um trabalhador pertencer ao 1% mais rico, mas também demonstra que a
educação não é um dos principais fatores que explicam a riqueza no
Brasil: as estimações dos pesquisadores mostram que grande parte dos
pertencentes ao 1% mais rico da população seria rica mesmo sem a
contribuição líquida estimada da educação, devido a, por exemplo,
fatores como laços familiares e sociais, probabilidade de as famílias
assumirem mais riscos na manutenção dos filhos etc. Portanto, segundo o
estudo, não se deve assumir que os ricos são ricos predominantemente por
serem mais educados, pois existem outros fatores, mais importantes, que
explicam essa desigualdade.
Assim,
se parte importante da desigualdade entre o 1% mais rico e o total da
população não parece ser reduzida por políticas educacionais, como
mostra o estudo, impõem-se outros desafios em termos de políticas
públicas.
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