OIT: tendências do emprego juvenil, pobreza e desigualdade no mundo
Segundo
relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que apresenta
perspectivas para o mercado de trabalho mundial nos próximos anos,
quase 74 milhões de jovens entre 15 e 24 anos estavam procurando emprego
em 2014, tendo uma taxa de desemprego (13%) quase três vezes maior que a
dos adultos, apesar de a porcentagem de jovens nessa faixa etária com
ensino superior ter subido desde 2007 em 26 dos 30 países analisados. Em
2015, estima-se que o desemprego juvenil suba a 13,1% e permaneça nesse
nível até 2018.
Segundo o relatório, também o progresso na redução da
pobreza diminuiu: ainda existe uma tendência positiva da redução da
pobreza em nível global, mas em ritmo menor e, ao final dessa década, um
em cada 14 trabalhadores no mundo ainda viverá em condições de extrema
pobreza.
Já
a desigualdade continua a crescer na maioria dos países desenvolvidos e
em desenvolvimento. Quanto às desigualdades de gênero, o começo da
crise diminuiu algumas diferenças no mercado de trabalho pois as perdas
de emprego foram concentradas em setores dominados por homens, mas a
recuperação dos empregos também se deu em setores dominados por estes
(como a construção). Em geral, as mulheres continuam apresentando taxas
de desemprego mais altas e taxas mais baixas de emprego, bem como têm
mais riscos de empregos vulneráveis.
O
relatório mostra ainda que grande parte dos novos empregos estão sendo
criados no setor de serviços privado, que empregará mais de um terço da
força de trabalho global em 5 anos. Serviços públicos na saúde, educação
e administração também terão aumentos (menores), atingindo mais de 12%
do emprego total. Por outro lado, o emprego industrial deve se
estabilizar em menos de 22% do emprego global, em grande parte mantido
pela indústria da construção enquanto a indústria manufatureira continua
a desempregar.
Por
trás dessas tendências, há importantes fatores estruturais, como a
diminuição do crescimento da força de trabalho (parcialmente associado
ao crescimento da população idosa em algumas partes do mundo), grandes
mudanças na demanda por habilidades e persistentes desigualdades de
renda. No caso da mudança das demandas por habilidades, a queda da
demanda por atividades com média qualificação especialmente nas
economias ditas avançadas pode ser um fator que contribui para o aumento
da desigualdade nesses locais.
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