quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

UNIFOR INAUGURA EXPOSIÇÃO DE BEATRIZ MILHAZES

Mostra destaca a reinvenção dos  motivos  recorrentes na produção da artista carioca

 

A Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz, inaugura no dia 26 de fevereiro, no Espaço Cultural Unifor, a exposição Coleção de Motivos, de Beatriz Milhazes, com curadoria de Luiza Interlenghi.
A mostra, inédita, reúne cerca de 50 obras, entre pinturas, colagens e gravuras, contemplando as questões manifestas nos diferentes momentos da produção da artista. As obras pertencem ao acervo da artista, à coleção da Fundação Edson Queiroz e a coleções particulares e públicas.
Na obra de Beatriz Milhazes, a coleção de motivos, formada por flores, fios de pérolas, alvos, rendas, listras e cajus, é a base de desenvolvimento de sua linguagem plástica, com a qual se posiciona frente aos desafios da pintura contemporânea. “Observando o ritmo das composições e o jogo, sempre diferente, de repetições de motivos – florais, listras, arabescos – a mostra Coleção de Motivos reúne referências marcantes nas grandes linhas poéticas da artista”, afirma a curadora Luiza Interlenghi.
“A arte moderna no Brasil, em especial na pintura de Tarsila do Amaral, e seus cruzamentos com o modernismo europeu, em que se destaca a cor em Matisse, são linhas de força que pautam a produção de Milhazes. Mas é na prática de ateliê e a partir de um método de trabalho que joga com uma coleção de motivos que a artista estabelece uma convergência entre o caráter artesanal da pintura e a imagem industrial, reproduzida e veiculada na cultura de massa – um aspecto central da arte no limiar da modernidade”, analisa ainda Luiza Interlenghi.
Na década de 80, os trabalhos da artista estabeleciam padrões de repetição a partir de recortes e remontagens de tecidos, que reorganizavam os florais da estamparia popular. Em sua pesquisa plástica, Milhazes decidiu desenvolver seus próprios motivos, que convivem com muitos outros apropriados da cultura popular, do design e de símbolos da cultura de massa. Esta exposição destaca a importância e o experimentalismo destes processos seriais de reutilização e criação de padrões em todo o percurso da artista.
Aderindo ao processo de trabalho da artista, em que cada composição resulta de um jogo inédito de cores e motivos, o projeto curatorial propõe uma seleção de trabalhos guiada pelas linhagens desses motivos e que segue a pauta do ritmo intenso de suas cores. “A exposição tem o objetivo de rastrear o curso mais profundo das repetições e diferenças que brilham na tensa superfície de suas pinturas, colagens e gravuras”, finaliza a curadora.
No andar térreo do Espaço Cultural Unifor, haverá um espaço educativo com oficinas de arte para crianças e uma sala ocupada por fotos, cronologia e outros dados sobre a artista. Já as obras estarão presentes no segundo piso do Espaço Cultural.
No dia 26 de fevereiro, dia da abertura da exposição, acontece, a partir das 9h, uma conversa entre Beatriz Milhazes e Luiza Interlenghi no Teatro Celina Queiroz, campus da Universidade de Fortaleza.

Serviço
Beatriz Milhazes – Coleção de Motivos
Abertura | 26 de fevereiro, às 20h
Visitação | 27 de fevereiro a 24 de maio
A visitação ao Espaço Cultural Unifor é gratuita e pode ser feita de terça a sexta, das 9h às 19h; sábados, das 10h às 18h; domingos, das 12h às 18h
Espaço Cultural Unifor, campus da Universidade de Fortaleza – Av. Washington Soares, 1321 – Bairro Edson Queiroz
Produção Executiva: Base 7

Beatriz Milhazes – Um dos expoentes da arte contemporânea brasileira de renome internacional, cujas obras, de colorido exuberante e ritmicamente construídas, foram exibidas em todo o mundo. Representante da chamada Geração 80, grupo de artistas que usaram a pintura em contraposição à vertente conceitual dos anos de 1970, Beatriz Milhazes é pintora e desenvolve gravuras e colagens  em grandes dimensões e intervenções na arquitetura de espaços públicos.
Formou-se em comunicação social no Rio de Janeiro, em 1981, e iniciou-se em artes plásticas ao ingressar na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, em 1980, onde mais tarde lecionaria e coordenaria atividades culturais. Suas obras fazem parte de acervos dos museus MoMa, Guggenheim e Metropolitan, em Nova York. Ao longo dos últimos anos, a artista participou de diversas bienais, como as de Veneza e de São Paulo, e realizou 30 individuais em 11 países.

Luiza Interlenghi – Doutoranda em História e Crítica pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes (EBA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mestre em Curatorial Studies (CCS – Bard College, Nova York, 2002) e História Social (PUC-RJ, 1994). Foi Chefe de Exposições Temporárias do Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e diretora do MAC-CE, onde criou Fala de Artista e Experimental (mapeamento da arte cearense). Foi  curadora de “Da rua que pintura é  essa?”(Funarte, 2009), “Nudez e Território” (Cavalariças, EAV Parque Lage, 2009), “Desenlace – Teresa Serrano e Miguel Angel Ríos”(Oi Futuro, RJ, 2013) e “Beatriz Milhazes:  Um Itinerário Gráfico” (Sesc, 2013), entre muitas outras.

Sobre a Fundação Edson Queiroz – Como poucas instituições no Brasil fora do eixo Rio-São Paulo, a Fundação Edson Queiroz, no Ceará, construiu um amplo acervo de arte brasileira do século 20, com obras de artistas do porte de Lygia Clark, Di Cavalcanti, Lasar Segall, Tarsila do Amaral, Alfredo Volpi, entre outros. A articulação entre a educação superior e as artes faz parte da essência da Fundação Edson Queiroz, mantenedora da Universidade de Fortaleza (Unifor), onde a comunidade acadêmica convive em harmonia com as artes visuais, o teatro, a música e a dança, por meio da realização de exposições e espetáculos e do apoio permanente a seus grupos de arte – Big Band, Camerata, Companhia de Dança, Coral, Grupo Mirante de Teatro, Orquestra Infantil de Sanfonas, Grupo Infantil de Flautas e Grupo Infantil de Violinos. A Fundação mantém ainda a Biblioteca de Acervos Especiais, composta por livros raros adquiridos da coleção de Francisco Matarazzo Sobrinho, aberta à visitação pública sob agendamento.

Sobre o Espaço Cultural Unifor – Criado em 1988 e ampliado em 2004, o Espaço Cultural Unifor apresenta estrutura compatível à dos grandes salões de arte do mundo. O espaço, localizado no prédio da Reitoria da Universidade, já recebeu nomes de importância da arte internacional, como Rembrandt, Rubens e Miró, artistas brasileiros consagrados, como Iberê Camargo, Antonio Bandeira e Candido Portinari, e novos talentos da arte cearense e nordestina.
O ambiente reflete a figura do chanceler Airton Queiroz, presidente da Fundação Edson Queiroz, que parte da compreensão da capacidade que a arte detém de ampliar conhecimentos em todas as áreas do conhecimento. No Espaço Cultural, a visitação é gratuita. E, pelo Projeto Arte-Educação, estudantes de escolas públicas e particulares são guiados por monitores especialmente treinados, reforçando o caráter educativo da visitação.

Sobre a Base7 – Provedora de ideias e soluções para empreendimentos culturais. Atua de forma integrada e multidisciplinar na concepção, planejamento, produção e coordenação de projetos, produtos e eventos, além de fornecer consultoria especializada a organizações e empresas no Brasil e no exterior. É reconhecida pela especialidade em geração de conteúdo, aplicação de tecnologia e know-how em gestão na área cultural, contando com a experiência de mais de 30 anos de seu corpo diretivo no desenvolvimento de projetos socioculturais aliado ao fortalecimento de valores e imagem de empresas e instituições públicas ou privadas.
Entre as principais e mais recentes realizações estão exposições de importantes artistas, como Giacometti, Beatriz Milhazes, Tarsila do Amaral, Rodin, De Chirico, Chagall e Frans Krajcberg, além das coletivas “Made by... Feito por Brasileiros”, “Alimentário“, “Barroco em Prata e Ouro: Itália e Brasil”, “Caravaggio e seus Seguidores”, “Mestres do Renascimento”, “Festival Europália na Bélgica”, “50 anos de Poesia Concreta”, “Paralela” (2004 e 2006). Também atuou na concepção e produção do Catálogo Raisonné Tarsila do Amaral e na concepção e desenvolvimento de projetos para museus como Museu Oscar Niemeyer, Memorial do Corinthians, Museu WEG de Ciência e Tecnologia, Museu do Futebol, Museu do Holocausto em Curitiba, Museu da TAM, Museu da História do Estado de São Paulo e MAC-USP.

A Base7 conta com uma equipe multidisciplinar composta por profissionais das áreas de pesquisa, produção cultural, comunicação, artes plásticas, design, administração, tecnologia, museologia, arquitetura, história e literatura.

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