Será
encerrada no dia 31 de janeiro, sábado, a exposição “Veredas”,
individual do fotógrafo Araquém Alcântara, na Galeria de Babel. As 15
obras que compõem a mostra fazem parte do livro “Veredas” (editora
TerraBrasil), lançado na abertura da mostra, em novembro do ano passado.
As
imagens capturadas pela lente certeira de Araquém foram registradas ao
longo de 10 viagens, feitas nos últimos dois anos – a última delas, com
9.200 km percorridos, durou cerca de 20 dias. Para a produção dessas
obras, o fotógrafo caminhou pelos recônditos mais escondidos do sertão,
passando por lugares com nomes quase míticos, tais como Serra das
Confusões, Buriti Cristalino, Catimbau, Brotas de Macaúbas e Vão de
Almas. “Meu modelo de universo é Amazônia, Mata Atlântica e Sertão –
tudo o que tem no Brasil. Escolho um caminho com o coração e sigo. Sou
um andarilho”, explica Araquém.
As
fotografias em preto e branco foram impressas em quadritone – um tom
terroso, árido. “É o tom do sertão, o tom da magia, do arcaico, do
atemporal”, conta o fotógrafo. “Eu quis retratar o sertão como o palco
de uma grande tragédia, tal como fez Guimarães Rosa. Também quis ir
atrás das belezas esquecidas, a fim de reparti-las”.
Com
curadoria de Eder Chiodetto, as fotografias, dispostas numa narrativa
quase musical de aprofundamento nesse universo, exibem a exuberância por
trás da dureza do sertanejo e da simplicidade de suas habitações, da
rusticidade do ofício e da fé, da monumentalidade da paisagem e do
mistério da fauna e da flora local. “Elas falam sobre a vereda do
sertão, mas também sobre a vereda da vida”, conta Araquém. “Eu sou um
intérprete do Brasil. Não sei fazer outra coisa: só andar e fotografar”,
finaliza.
A galeria
– Fundada em 1999 por Jully Fernandes, a Galeria de Babel consolidou
seu papel no cenário brasileiro de artes plásticas, sendo a primeira a
trabalhar exclusivamente com fotografia. A convite da Magnum Photos de
Nova York, na época dirigida por Mark Lubell, atualmente diretor do ICP –
International Center of Photography, de 2009 a 2011, a galeria
trabalhou em parceria na América Latina para venda de fine art prints e
projetos culturais.
A
Galeria de Babel inaugurou no ano passado seu novo espaço, instalado na
esquina da Alameda Lorena com a Rua Ministro Rocha Azevedo, na charmosa
Vila Modernista, construída pelo arquiteto Flávio de Carvalho. Com
adaptações feitas pelo arquiteto Stephan Steyer, a Babel se apresenta
como um cubo branco que integra seu entorno de maneira harmônica, como
uma galeria de vila. Os pisos originais, de cerâmica e de taco, foram
mantidos, bem como a escada de madeira.
A
Galeria de Babel participa de feiras de arte, como a SP-Arte, SP-Arte
Brasília, SP Arte/Foto e P/ARTE. Entre seus artistas representados estão
Araquém Alcântara, Steve McCurry, Elliott Erwitt, Ara Güler, Thomas
Hoepker, Luiz González Palma, Zoe Zapot, Dimitri Lee e Paolo Ventura.
Além de galeria, a Babel atua como agência e realiza inúmeras exposições
em parcerias com museus, galerias, institutos culturais, festivais,
feiras de arte e grandes leilões, onde os artistas são promovidos em
âmbito nacional e internacional, trabalhando ainda em projetos em
parceria com os maiores nomes da arquitetura e decoração.
O artista – Nascido
em Florianópolis, em 1951, estudou jornalismo na Universidade de Santos
(SP). Começou a trabalhar como fotojornalista em São Paulo nos anos 70,
colaborando com os jornais O Estado de São Paulo e Jornal da Tarde e
com a revista Isto É, antes de passar a trabalhar de forma independente
em meados dos anos 80.
Celebrado
como um dos precursores da fotografia ecológica no país, Araquém
Alcântara já realizou mais de meia centena de exposições individuais e
lançou dezenas de livros. “Veredas” é seu 47o.
Exposição “Veredas”, de Araquém Alcântara, na Galeria de Babel
Em cartaz até 31 de janeiro, sábado
De terça a sexta, das 14h às 19h; sábados, das 11h às 17h
Vila Modernista (Alameda Lorena, 1257), Casa 2, Jardim Paulista – São Paulo
Telefone: (11) 3825.0507
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