Considerado pelo jornal inglês The Guardian como um dos “10 africanos a se observar” e ganhador do “Future Generation Art Prize 2014”, prêmio que incentiva a nova geração da arte contemporânea, Nástio Mosquito mostra uma nova face. Mundialmente conhecido pelo seu trabalho nas artes plásticas, o angolano encontrou na música outra forma de se expressar e dar asas à sua criatividade, usando a palavra como guia. É isso que ele mostra no álbum duplo “Se Eu Fosse Angolano”, lançado em 2014 no exterior, e que chega em formato digital ao Brasil pela Deck.
Juntos, os dois álbuns digitais trazem 20 músicas, todas de sua autoria. O primeiro representa o seu lado poético e reflexões mais profundas. O outro, que recebeu o subtítulo de “Fast Food”, deixa transparecer o seu lado mais musical. A direção de arte do projeto e dos vídeos ficou a cargo do designer gráfico espanhol Vic Pereiró.
“Se Eu Fosse Angolano" é um convite à reflexão do que é a Angola plural, onde o campo e a cidade se redefinem, onde a sociedade contemporânea toma conta da realidade urbana, enquanto a nação se reinventa. Este trabalho aborda temas como as relações entre homem e mulher, a relação das pessoas com o dinheiro, com os mais velhos e o amor que o artista nutre pelo seu país, mesmo com todos os desafios que a Angola representa.
Os temas surgem de uma análise profunda do que rodeia e influencia Nástio. A sua liberdade de expressão e de criatividade traduzem-se em letras fortes, interpretadas por uma voz pouco usual, que canta uma Angola moderna, fruto da evolução dos tempos e da sociedade. Tudo isso chega embalado num estilo indefinido, denso e compacto, com elementos múltiplos (hip-hop, dub, semba, kizomba, kuduro, rock), que apenas serão identificados ao microscópio.
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