Um
projeto inovador dos arte educadores Felipe Pacheco, Olho Wodzynski e
Thiago Syen, que tem sido um sucesso entre alunos dos colégios estaduais
de Curitiba, será realizado neste sábado (29), às 10h30, na Casa da
Leitura Wilson Bueno, no Portão Cultural, para o público em geral. Com o
intuito de agir preventivamente contra a pichação dos imóveis urbanos,
eles idealizaram uma roda de leitura em que contam a história do
graffiti, associando-o às diferentes formas de expressão do homem, desde
os tempos das cavernas até os dias atuais.
Os
três se revezam nas explanações, acompanhadas de imagens e reproduções
fotográficas, e impõem um ritmo acelerado que cativa a atenção dos
adolescentes. “É uma roda bem dinâmica, em que parecemos três MCs do
rap”, brinca Felipe Pacheco, formado em Gravura pela Escola de Música e
Belas Artes do Paraná e especialista em Gestão de Políticas Públicas
para Infância e Juventude. Esse foi o modelo que eles encontraram para
mostrar aos jovens os riscos de agir na ilegalidade e a diferença, ainda
pouco compreendida, entre graffiti e pichação.
Com
o projeto “Uma viagem da gravura ao graffiti”, os educadores discorrem
durante uma hora sobre o contexto histórico das manifestações do homem e
sua necessidade de expressão. Fazem uma linha do tempo, começando na
pré-história, com as pinturas rupestres das cavernas, o surgimento da
escrita, a descoberta da imprensa, o uso de técnicas de gravura, a
disseminação da xilogravura e litografia, a literatura de cordel, a
linguagem gráfica, os painéis murais e a arte urbana. Fazem também
referências às pichações de protesto, como as manifestações contra a
ditadura no Brasil e contra o Muro de Berlim na Europa, e às pichações
que serviram de marcação de território pelas gangs de Nova York.
“Essas
manifestações são muito próprias da contemporaneidade, mas poucas vezes
são analisadas dentro de um contexto artístico”, explica Felipe
Pacheco. Depois dessa “viagem” pela história do graffiti, os educadores
retomam o contexto atual, explicando os termos do artigo 65 da Lei de
Crimes Ambientais 9.605/98, que penaliza quem pichar. “Explicamos que,
pela lei, não existe uma diferenciação clara entre graffiti e pichação,
por isso é que qualquer ação só pode ser feita com autorização do
proprietário do imóvel. Sem autorização, o graffiti é tratado como
crime”, esclarece .
O
projeto “Uma viagem da gravura ao graffiti” foi um dos aprovados pelo
edital Ciclo de Leitura do Fundo Municipal da Cultura. O trabalho
finaliza com a realização de oficinas em torno do trabalho de nomes que
são referência para o graffiti e a arte urbana, entre eles, Poty
Lazzarotto, em função dos seus murais, que marcam a paisagem urbana de
Curitiba. Outros ícones também são lembrados, como o inglês Bansky,
cujos desenhos são de uma força social e política imensa, o francês Blek
Le Rat, pioneiro no uso da técnica do estêncil, e os irmãos James,
brasileiros de fama internacional.
Serviço:
Roda de Leitura – Uma viagem da gravura ao graffiti
Local: Casa da Leitura Wilson Bueno – Portão Cultural (Av. República Argentina, 3430)
Data e horário: 29 de novembro (sábado), às 10h30
Entrada franca.
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