quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Educação superior: estudo analisa expansão e produtividade no setor



Estudo publicado na última edição da Revista Eletrônica de Educação discute a produção de conhecimento no contexto das políticas de expansão da educação superior no Brasil pós-LDB/1996. Mostra-se que, desde a segunda metade dos anos 1990, o Brasil vem intensificando o crescimento da graduação, da pós-graduação, da pesquisa e da produção do conhecimento científico, com forte predominância do setor privado na oferta dos cursos de graduação, enquanto prevalece a oferta pública de mestrados e doutorados.

Nos últimos 20 anos, tem prevalecido no governo federal uma compreensão de que a chamada “economia baseada no conhecimento” requer tornar a produção científica mais ajustada aos interesses das empresas e do país no contexto da globalização produtiva. Assim, observa-se um conjunto de políticas, programas, ações e mecanismos legais para promover a interação universidade-empresa e incentivar a inovação, a pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo. Para os autores, as exigências do sistema produtivo e das agências de avaliação e fomento traz preocupações com a natureza e caráter da produção do conhecimento, uma vez que pode atender demandas mais econômicas que propriamente sociais.
Acompanhando esse cenário, a produção científica nacional teve, segundo os autores, um crescimento médio anual nos últimos 28 anos de 10,5%, três vezes a média mundial. No período supracitado, o número de artigos em periódicos internacionais cresceu 143,54%, enquanto o total de livros e capítulos de livros aumentou 117,07%.
Porém, aponta-se o decréscimo no número de docentes vinculados a programas de pós-graduação: no período analisado o número de docentes passou de 69.665 para 60.039, redução de 13,82%. Essa redução face ao aumento dos indicadores de produtividade tende a indicar um processo de intensificação de trabalho.

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