Bahia, contemporânea Bahia.
Curadoria - Marcelo Campos
A exposição Bahia,
contemporânea Bahia, na galeria de arte Roberto Alban, segue o
desejo de um modo muito mais específico: pensar a produção
contemporânea a partir de artistas que trabalhem desde a
Bahia. Não tencionamos afirmar traços específicos, maneirismos ou
sotaques. Mas, sim, ativar a presença de um olhar multicultural que
também atravessou esta produção, fazendo com que a história de
cada artista selecionado tangenciasse em maior ou menor grau os
influxos históricos: Almandrade convivera com como Helio Oiticica e é considerado um pioneiro da arte contemporânea na Bahia.
Willyams Martins começara a produzir concomitantemente a
eventos como a exposição que lançou pintores da Geração 80, Lara
Viana estudara na Inglaterra nos centros acadêmicos que formaram
Damien Hirst, Josilton Tom conviveu com os modernistas da terra e com
os longos anos do importante Salão da Bahia. Mas, a história se
renova e apresenta as produções de Március Kaoru, pensando a
imigração japonesa em Salvador, Vinícius S.A. que expande
corajosamente a apropriação dos objetos domésticos para as grandes
instalações e Fábio Magalhães, cuja pintura ativa e dissimula
possíveis aderências a imagens baianas. Ao mesmo tempo, temos a
surpresa de poder contar com um interesse fotográfico e, ao mesmo
tempo, instalativo e performático de Rosa Bunchaft que faz da
fotografia uma experiência imersiva.
Destaque para Almandrade que
apresenta trabalhos da década de 1970, que são as primeiras
experiências em arte contemporânea na Bahia.
A tão aclamada desmaterialização
da arte, a partir dos anos 1960, restabeleceu o modo como os artistas
lidavam com a permanência e a procedência dos materiais. Assim, a
possibilidade de utilização de formas e objetos mundanos se adequou
a modos de circulação das experiências artísticas, na chamada
arte postal, por exemplo. Almandrade é um artista que ativa estes
interesses históricos, desenvolve imensamente a materialidade de
procedência comum, banal, para pensar mensagens, palavras que se
tornam poemas-visuais. Pertencente à geração que usava a arte como
palavra de ordem, Almandrade manteve-se atento aos campos semânticos,
para além da visualidade, produzindo situações que são,
principalmente, jogos de linguagem.
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ABERTURA 28 de maio de 2014
VISITAÇÃO - 29 de maio a 12 de
junho
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