Crítica
ao poder dá o tom na programação da tenda dos autores, que destaca
literatura, humor, arquitetura, ciência e pensamento indígena
Em 2014, a crítica de
Millôr Fernandes a toda forma de poder se faz urgente e necessária. Não
por acaso, reúnem-se na programação deste ano algumas das mais
respeitáveis pedras no sapato dos governos de seus respectivos países –
e, quase sempre, das forças do Império.
O conjunto reúne
brilhantes exemplos das muitas formas de resistência que o século XXI
nos oferece. Mas ainda há muitos outros recortes possíveis na
programação da Flip, que vai acontecer entre 30 de julho e 3 de agosto,
em Paraty. Os ingressos estarão disponíveis para venda a partir do dia 2
de junho.
Gal Costa em show gratuito
A grande cantora brasileira leva a Paraty as canções de Recanto,
seu disco mais recente, que mescla MPB, rock, programações eletrônicas e
dub-step, concebido e composto por Caetano Veloso. Clássicos como Folhetim e Barato total completam o show de abertura, que pela primeira vez na história da Flip será gratuito.
Homenagem a Millôr
Uma dupla homenagem abre a Flip do genial
guru do Meier: no primeiro tempo, o crítico Agnaldo Farias destaca o
valor da obra de Millôr para a arte brasileira. Em seguida, Reinaldo e
Hubert, que nos anos 1980 editaram o jornal satírico Planeta Diário, herdeiro do Pasquim, entrevistam o cartunista millormaníaco Jaguar.
Na segunda mesa da homenagem, na
sexta-feira, o cartunista Cássio Loredano e o jornalista Sérgio Augusto
perfilam Millôr em traço e prosa.
Na Casa da Cultura, uma exposição sobre
Millôr Fernandes apresenta uma ambientação inspirada no mundo do desenho
e das publicações que editou e/ou criou.
Pensamento indígena e Amazônia
O pensamento indígena, o
xamanismo e a poesia ameríndia,a história recente dos índios e a
disputa de interesses na Amazônia têm destaque na programação, com duas
mesas dedicadas ao tema e a presença de um xamã yanomami, Davi Kopenawa.
A fotógrafa Claudia Andujar, o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro e
o indigenista Beto Ricardo completam o quadro.
Arquitetura
A arquitetura – que em
2013 ganhou mesa fixa na programação– traz Paulo Mendes da Rocha,
vencedor do Pritzker e um dos principais pensadores do Brasil
contemporâneo,ao lado do italiano Francesco Dal Co.
Ciência
Da criação de filhos
fora do padrão, tema explorado por Andrew Solomon, aos limites do
conhecimento, discutidos por Marcelo Gleiser, as mesas dedicadas à
ciência levarão ao público dilemas cósmicos e familiares. Michael Pollan
faz uma interface da ciência com a cultura e a história da alimentação.
Ficção e poesia
A Flip tem a alegria de
propiciar o encontro com grandes autores de ficção, alguns ainda por
serem descobertos no país, como Jhumpa Lahiri, Etgar Keret, Almeida
Faria,Eleanor Catton e Joël Dicker. Outros são uma amostra milloriana de
que o humor está entre as formas mais elevadas da inteligência:
Fernanda Torres, Antonio Prata, MohsinHamid, Gregorio Duvivier. Charles
Peixoto e Eliane Brum, um prosador na poesia e uma poeta na
prosa,completam o quadro.
Latinos
A prosa
latino-americana, uma das principais forças criativas nas letras
mundiais, tem um representante de peso para cada geração, do boom dos
anos 1960, vivido pelo Prêmio Cervantes Jorge Edwards, à “anexação”
cultural
dos Estados Unidos pela
América Latina, registrada na obra de Daniel Alarcón – entre os dois,
Villoro, companheiro de armas de Roberto Bolaño e Enrique Vila-Matas.
Brasil e ditadura
A trajetória de dois
grandes artistas, Cacá Diegues e Edu Lobo, que lançam livros de memórias
durante a Flip, promete uma mesa histórica sobre a vida cultural no
Brasil dos últimos 50 anos. Não se trata de coincidência. Se 2014 é ano
de Copa e da eleição, é também quando se completam 50 anos do golpe
militar. E é a literatura, na mesa com Marcelo Rubens Paiva, Bernardo
Kucinski e Persio Arida, que vem nos lembrar daquelas coisas terríveis,
que jamais podem ser esquecidas.
Vendas de ingressos
Os ingressos para as mesas da Flip 2014 estarão disponíveis para
venda a partir das 10h do dia 2 de junho, pela internet, no site da Tickets for Fun, pelo telefone 4003-5588 e nos pontos de venda credenciados (a lista completa dos pontos de venda está disponível no site ticketsforfun.com.br).
O preço dos ingressos da sessão de abertura e das mesas da programação é
de R$ 46 (inteira)/ R$ 23 (meia) para a tenda dos autores e de R$ 12
(inteira)/ R$ 6 (meia) para a tenda do telão. Os ingressos estarão
disponíveis para a venda pela internet, telefone e locais credenciados
até o dia 29 de julho. Durante os dias de festival, poderão ser
adquiridos apenas na bilheteria em Paraty.
Quem faz a Flip
A
Casa Azul é uma organização da sociedade civil de interesse público, que
desenvolve projetos nas áreas de arquitetura, urbanismo, educação e
cultura. Desde as primeiras ações, mantém uma intensa relação com a
cidade de Paraty. A Flip e os projetos educativos permanentes –
Flipinha, FlipZona e Biblioteca Casa Azul - são algumas de suas
experiências que potencializam importantes transformações no território e
ajudam a melhorar a qualidade de vida de crianças e jovens paratienses.
Patrocínio
A programação da Flip
conta com o patrocínio oficial do Itaú, do Governo do Rio de Janeiro e
do BNDES, patrocínios da Petrobrás e CPFL, apoio da Fundação Roberto
Marinho, da Prefeitura Municipal de Paraty e do Instituto C&A e
outros parceiros ainda em vias de confirmação.
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