Reconhecido
nacional e internacionalmente por sua sonoridade experimental e
inovadora, o grupo mineiro Uakti é uma das atrações da Corrente Cultural
2013, ao lado da Orquestra de Câmara de Curitiba, no espetáculo que
invade o Palco Carlos Gomes, às 15h deste sábado (9). O maestro paulista
Abel Rocha responde pela regência dessa bem-sucedida parceria entre
dois conjuntos que expressam talento de formas diferentes.
Doutor
em Música pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Abel Rocha
foi diretor artístico do Theatro Municipal de São Paulo e regente
titular da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo. Paralelamente à
direção do Coral Collegium Musicum de São Paulo, Abel Rocha tem
comandando importantes orquestras brasileiras e é professor de regência
do Instituto de Artes da Unesp.
O Uakti, que
tem mais de 30 anos de carreira, desenvolve um trabalho inédito,
construindo seus próprios instrumentos a partir de materiais inusitados
como vidro, metais, madeira, pedras, borracha e até água, deles tirando
sons inimagináveis. Além disso, usam instrumentos convencionais, como
violões e violoncelos. Nesse show, todas as composições e arranjos são
de autoria do grupo, concebidos especialmente para orquestra de cordas. O
Uakti faz uma ponte entre o erudito e o popular de maneira original,
envolvente, quase mística.
Os integrantes Paulo
Santos (percussão), Artur Andrés (sopros e flautas), Décio Ramos
(percussão) e Marco Antônio Guimarães, responsável pela criação e
confecção dos instrumentos, começaram a tocar juntos na Orquestra
Sinfônica de Minas Gerais. Desde sua formação, em 1978, o Uakti já
conquistou diversas premiações, entre elas o Grande Prêmio Santista e o
Prêmio Ministério da Cultura 96, como o melhor grupo de música
instrumental brasileira. Também trabalhou ao lado de nomes como Milton
Nascimento, Paul Simon, The Manhattan Transfer, Maria Bethânia, Ney
Matogrosso e Zélia Duncan.
O nome Uakti é de
origem indígena. Segundo a lenda, Uakti habitava as proximidades da
aldeia dos índios Tukano, na Amazônia. O som mágico, produzido por seu
corpo cheio de fendas, encantava as índias e despertava o ciúme dos
homens da tribo e, por isso, foi caçado e morto. No lugar onde seu corpo
foi enterrado nasceram três palmeiras, das quais foram feitos
instrumentos musicais que, quando tocados, reavivavam os sons do Uakti
pela floresta. Assim como o personagem da lenda, os integrantes do grupo
buscam um som diferente, registrado em nove discos. Nas mãos desses
artistas, tudo se transforma em música.
A
orquestra – A Orquestra de Câmara de Curitiba é um dos grupos da
Camerata Antiqua de Curitiba, fundada em 1974 com o objetivo de
interpretar a música dos séculos 17 e 18. Ao longo de sua história, a
orquestra, sob a direção de importantes regentes convidados, acompanhou
renomados solistas brasileiros e estrangeiros, obtendo reconhecimento
nacional.
Poucos anos depois de sua criação, motivada pelo
crescimento técnico dos seus instrumentistas, a orquestra passou a se
dedicar também à música clássica, romântica, contemporânea e à música
brasileira de todos os tempos, escrita para cordas. O repertório amplo e
original, que inclui diversas primeiras audições mundiais, tornou-se
uma das características do grupo, sendo que grande parte desse
repertório, com obras de compositores brasileiros contemporâneos, está
registrada em CD.
A orquestra já se apresentou
em várias cidades brasileiras e participou de todos os principais
festivais de música do país. Em 1994, foi selecionada para integrar o
projeto “Brasil Musical”. Aberta a experiências com música popular,
realizou turnês com o grupo “Nouvelle Cuisine”, em 1991, e com os
principais nomes da música instrumental brasileira, entre eles Egberto
Gismonti, Wagner Tiso e Zimbo Trio.
O
reconhecimento internacional foi alcançado por meio de diversos
concertos memoráveis, como o do Festival Cultural de Sinaloa, no México,
em 1990, e do Festival Brasiliana II, em Copenhague (Dinamarca), em
1997. Em 1999, durante turnê pela Itália, executou em Roma o concerto de
abertura das Comemorações do V Centenário da República do Brasil, no
Instituto Ítalo-latino-americano, no Palácio de Santa Croce e na Igreja
dos Portugueses. Na ocasião, também se apresentou no “51° Prix Itália”,
da rede de televisão estatal – RAI, em Florença, durante a cerimônia de
entrega do “Prêmio Especial ao Presidente da República do Brasil”, pelos
500 anos de descobrimento do país.
Programa do show na Corrente Cultural:
Mapa – Marco Antônio Guimarães
Música para um templo grego antigo – Artur Andrés
Arrumação – música de Elomar Figueiras, com arranjo de Artur Andrés
Forró de Iarra – Paulo Sérgio Santos
Tema em Sete – Marco Antônio Guimarães
Flutuar – Artur Andrés
Alnitak – Artur Andrés
Turning Point – Artur Andrés
Maculelê de Marimba – Marco Antônio Guimarães
Hai-kai V – Marco Antônio Guimarães
Trilogia para Krishna – Artur Andrés
Onze – Marco Antônio Guimarães
Dança dos Meninos – Marco Antônio Guimarães, com arranjo de Artur Andrés
Serviço:
Corrente Cultural 2013
Show do grupo mineiro Uakti e da Orquestra de Câmara de Curitiba, sob a regência do maestro paulista Abel Rocha
Local: Palco Carlos Gomes
Data e horário: 9 de novembro de 2013 (sábado), às 15h
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