Ministério da
Cultura e Porto Seguro Cia de Seguros Gerais
convidam para a
exposição dos trabalhos premiados pelo
Prêmio Brasil
Fotografia 2013
Abertura dia 22 de
outubro, às 19h
Imagem de Bruno
Veiga – premiado na categoria
ensaio
Boris Kossoy foi
indicado ao
Prêmio Brasil
Fotografia Especial
pelo conjunto da
obra e sua
importante reflexão
sobre a fotografia.
A edição 2013 do
Prêmio Brasil Fotografia selecionou e premiou oito fotógrafos que, com
seus trabalhos, formam uma pequena, mas representativa, mostra da produção
fotográfica contemporânea brasileira.
A Comissão de
Premiação foi composta por: Cildo Oliveira, Eder Chiodetto, Diógenes Moura,
Maria Hirszman e Ronaldo Entler.
Os critérios para a
seleção e premiação foram a preocupação com a linguagem e narrativa, qualidade
técnica e criatividade.
Dada as diferenças
entre formatos, propósitos e recursos técnicos, não foi possível estabelecer um
critério uniforme para a avaliação das categorias blogs e sites, sendo que estes
dois prêmios foram então acrescidos ao valor previsto para a categoria Bolsa de
Desenvolvimento de Projetos gerando duas bolsas. Maiores informações pelo site:
www.premiobrasilfotografia. com.br
Os premiados
foram:
Prêmio Brasil
Fotografia Especial, no valor de
R$40.000 (quarenta mil reais), a Boris Kossoy, pelo conjunto da obra e sua
importante reflexão sobre a fotografia.
Um Prêmio Brasil
Fotografia Ensaios, no valor de R$ 30.000 (trinta mil reais), a Bruno
Veiga, pelo trabalho “Paisagem Blindada”, composto de 12
fotos.
Um Prêmio Brasil
Fotografia Ensaios, no valor bruto de R$30.000 (trinta mil
reais), a Carolina Krieger, pelo trabalho “Espelho do Avesso”, composto
de 12 fotos.
Prêmio Brasil
Fotografia Revelação, no valor bruto de
R$10.000 (dez mil reais), a Priscila Buhr, pelo ensaio
“Auslander”, composto de 12 fotos.
Um Prêmio-Bolsa
para desenvolvimento de projeto, no valor bruto de R$15.000 (quinze mil
reais), a Fernanda Rappa, projeto “Sementes
Crioulas”.
Um Prêmio-Bolsa
para desenvolvimento de projeto, no valor bruto de R$15.000 (quinze mil
reais), a Denise Camargo, projeto “Memórias de Espuma Rosa”.
A comissão ainda
deliberou outorgar três menções honrosas a:
- Dirceu Maués, pela
obra “Frenetic Slow City”;
- Dirnei Prates,
pelo ensaio “Verdes Complementares”;
- Leonardo Costa
Braga, pela obra “Paradigma”.
Sobre os trabalhos
premiados
Prêmio Brasil
Fotografia Ensaios
Bruno
Veiga
Conceito: Paisagem
Blindada
Junho de 2013:
Brasil em plena conflagração.
Passeatas,
protestos, violência e repressão nas ruas do Rio de Janeiro e de todo Brasil. O
medo entra em cena, os tapumes nas fachadas de prédios e especialmente nas
agencias bancárias surgem como biombos contra a violência e as idéias que estão
vindo das ruas.
Os módulos de
compensado formam conjuntos que expressam o temor, mas também criatividade
e expressão de individualidade, pois cada fachada exige uma saída numa
verdadeira arquitetura improvisada do medo.
Pela Av. Presidente
Vargas as equipes de trabalho desfilam suas técnicas nas montagens de tapumes,
alguns resultam em montagens mais apuradas, mais precisas outras mais toscas e
improvisadas.
Objetivo: PAISAGEM
BLINDADA trata desta questão: as ações objetivas dos operários acabaram por
criar formas subjetivas transformando o que deveria bloquear em algo que
acaba por ampliar e problematizar por um novo ângulo as questões que estavam
colocadas nas ruas.
Carolina
Krieger
Conceito:
“O
Espelho do Avesso”, composto de 11 imagens, é um ensaio que trata da
(in)distinção a partir de uma narrativa em aberto. Miranda que traz a tona a
polaridade das cosias do mundo: natureza e cultura, luz e sombra, primitivo e
divino, beleza e fealdade.
A pesquisa que gerou
esse ensaio foi inspirada pelo seguinte trecho do livro “Memórias da Bananeira”
da poeta Isadora Krieger:
“Quando vimos um cão
correndo na beira, na beira do mar e na sua, sim, ela existe dentro de nós, é na
beira da que a contemplação começa, é na contemplação que começa a brecha, e a
brecha termina onde? E se eu te disser que nunca termina? E se eu te disser
mais, disser que o nunca termina parece muito com a vez que vimos um cão
correndo na beira, quando o mar virou um ouro molinho, todo derramado,
respingando dourado aqui e ali, quando vimos o fogo junto com a água, o acima
com o embaixo, o lá longe com o cá perto, quando nos vimos com patas e vimos o
cão com pernas, tudo misturado, quando vimos o acontecer tão imenso que o
esticar nem sequer existia, absurdo e natural, assim.”
Objetivo: “O Espelho do
Avesso” busca uma fenda para a consciência da unidade. Propõe um estar no mundo
silenciosamente.
Prêmio Brasil
Fotografia Revelação
Priscila
Buhr
Ausländer
“Fisicamente,
habitamos um espaço, mas, sentimentalmente, somos habitados por uma memória.”
José Saramago.
Ausländer, em
alemão, quer dizer estrangeiro. Esse ensaio retrata o paradoxo dos sentimentos
despertados durante a procura por uma identificação pessoal em uma terra
desconhecida, distante e, ao mesmo tempo, impregnada de memórias e raízes. Uma
história sobre busca, sobre um reencontro imaginário entre neta e
avô.
Em 1935, tempos
difíceis que antecediam a Segunda Guerra Mundial, meu avô materno, com 18 anos,
deixava a Alemanha e chegava ao Brasil. Para trás, ficaram os pais, os amigos,
os sonhos. Cresci ouvindo suas histórias e buscando referências daquele país
que, de alguma forma, também sentia como meu.
O ensaio “Ausländer”
começou a ser produzido em junho de 2011, durante uma viagem de 20 dias que fiz
pela Alemanha, na tentativa de um encontro com todo o significado da palavra
ascendência. O destino, o vilarejo de Nannhausen, terra do meu avô. Ruas vazias,
apenas um silêncio quase absoluto, que me conduziu ao encontro da casa em que
meu avô nascera. Um encontro de poucas palavras, de uma troca de olhares tímidos
e um sentimento indescritível de se sentir no eixo, no princípio. Porém, como
poderia fotografar algo que ali não existia mais? Onde estava a presença do meu
avô, além de no meu imaginário? Ali não existiam as minhas memórias e sim, as
dele. Então, a casa deixou de ser o meu objeto de busca e parti para uma
construção das minhas próprias memórias, memórias criadas sobre lembranças
efêmeras de uma relação entre neta, avô, laços e
ausências.
As fotografias
surgiram a partir do processo de identificação com o desconhecido naquele país
mas, mais do que isso, as imagens surgiam como se eu fotografasse, para mostrar
para o meu avô, como eu via e sentia a sua terra. A inquietação da contradição,
entre se sentir estrangeira e, ao mesmo tempo, fortemente ligada afetivamente a
uma terra, guiou a construção do meu olhar, sobre as minhas relações com o
espaço e com o vazio. São fotografias que revelam sentimentos muito fortes porém
voláteis e frágeis de uma memória familiar fragmentada, quase inexistente.
Memórias que me habitam e fazem-me sentir habitante de um lugar que não é o meu.
“Ausländer” é um ensaio sobre a construção dessas memórias e assim, precisei me
reencontrar com outra casa. Um ano após a minha viagem para a Alemanha, voltei
meu olhar para casa, em que meu avô viveu no Recife. Um lugar em que também vivi
grande parte da minha infância, mas que me desperta a dúvida se as lembranças
que tenho dos momentos que vivi ali são reais ou imaginárias. De alguma forma
essa ausência me deu a possibilidade de me reencontrar com o meu avô e ainda
que, no meu imaginário, pude lhe mostrar essas fotografias que criei sobre a sua
ausência em mim.
Prêmio-Bolsa para
desenvolvimento de projeto
Fernanda
Rappa
Conceito
O Projeto Sementes
Crioulas, apresenta uma reflexão sobre a relação entre magia e ciência. Tem como
principal objeto de estudo a proteção das sementes crioulas (que não foram
geneticamente modificadas) na região do Agreste da Borborema, no estado da
Paraíba. Essas sementes são protegidas pelos moradores da região que se
articularam em organizações para promover a agricultura familiar e a conservação
da agrobiodiversidade.
Objetivo
O projeto Sementes
Crioulas tem como objetivos: - Documentação
fotográfica da relação entre a população local e o Banco de Sementes Crioulas na
região de Queimados, no planalto da Borborema – Paraíba -Coleta de informações
sobre mitos, lendas e estórias que reflitam o imaginário coletivo local.
- Construção de uma camera
escura, juntamente com a população na região do plantio.
Fotografia
Documental Imaginária Instalação Fotográfica Land Art
Denise
Camargo
Conceito
Memórias da espuma
rosa, a um primeiro olhar, versa sobre um tema corriqueiro na fotografia: a
memória. Entretanto, pretende problematizar noções de identidade e o próprio
processo de criação. São fotografias construídas a partir de textos produzidos
pela autora e registram as condições em que se dá o fazer artístico, evidenciado
pela relação entre textos e imagens.
Objetivo
O objetivo deste
projeto é a criação de uma série fotográfica cujo ponto de partida são textos
que remontam a memórias cotidianas, em geral, de infância, e que no conjunto
revelam aspectos identitários da autora. O resultado final do projeto é um
livro-objeto, contendo textos, imagens e registros do processo de criação do
trabalho.
Menções
honrosas
Dirceu
Maué
FreneticSlow
City é um vídeo feito
com aparelho de celular em uma única tomada contínua nas ruas de Belém do
Pará. A partir da multiplicação e desaceleração dos frames,
distorções de cores e deformações das imagens. Efeitos obtidos pela subversão do
uso dos programas contidos no aparelho de celular ou de programas simples de
edição de imagens. O vídeo chega a um resultado de caráter pictórico, onde as
imagens vem e vão numa simbiose contínua de cores. É um vídeo-pintura, onde
formas e cores vão se transformando lentamente a partir de movimentos distintos:
o movimento frenético das ruas da cidade, num traveling panorâmico de um
trajeto aleatório, meio ao acaso e o movimento desacelerado de imagens em
profusão e multiplicadas. Uma pequena viagem aos fragmentos pixelizados de uma
cidade super-exposta em imagens que se transmutam lenta e surpreendente em uma
mixagem quase radiográfica de seus signos urbanos.
Dirnei
Prates
Conceito: No projeto, procuro
estabelecer relações entre os campos cromáticos e meus estados de percepção e
sentido, através de imagens de grande circulação que me são absorvidas e
descartadas diariamente. O diálogo entre fotografia e pintura, recorrente em meu
processo, se apresenta sob a forma de grandes planos de cor, oriundos de imagens
secundárias eleitas das noticias de jornais, que podem ser lidos no conjunto,
como num pequeno diário cromático.
Objetivo: O projeto tem por
objetivo desenvolver trabalhos em fotografia que operem um deslocamento no olhar
do observador a partir de imagens do seu cotidiano. O projeto objetiva também,
subverter a noção de valores nestas imagens, ao enfatizar elementos secundários
e ao abordar possíveis diluições de fronteiras entre intenção documental e
representação pictórica.
Leonardo Costa
Braga
Conceito: O Paradigma da
existência é uma pergunta muito simples – Qual a relação de separação e de união
entre o observador e o observado? A arte, a ciência, a religião e qualquer meio
de conhecimento ou relacionamentos apenas existem porque esta dúvida ou
experiência se perpetua no espaço, no tempo e na consciência desde que o
universo é universo, ou desde que a fotografia é fotografia, ou será que o
universo é apenas uma fotografia na nossa consciência e a fotografia é o
universo em cada um? Poderíamos pensar infinitos paradoxos que estão propostos
nestas imagens. Quem cria a imagem, o artista, a natureza, a máquina ou o
espectador que a vê neste agora? Como é possível a maré que durou seis horas na
paisagem, que engoliu o artista, se transformar em seis segundos de fotografias
que engoliram a maré perpetuando este instante num mar de pensamentos dentro das
pessoas? Como o trabalho parece um auto-retrato, para mim não era retrato
nenhum, era apenas estar querendo recriar a linguagem da vida naquele único
momento, para quem estava olhando da praia era uma performance, para a máquina
era luz, para a linguagem fotográfica era um documento, para a arte pode ser a
possibilidade de reverter conceitos contemporâneos em discurso próprio. Então
vamos a derradeira pergunta – A separação ou a união entre os seres é apenas um
ponto de vista?
Objetivo:
O
Trabalho tem como propósito a investigação da percepção subjetiva da vida se
utilizando dos mecanismos visuais para gerar uma proposta de linguagem que
questione o que cada um chama de realidade.
Prêmio Brasil
Fotografia Especial
BORIS
KOSSOY
Natural de São
Paulo, Boris Kossoy interessou-se desde jovem pela fotografia, uma paixão que
perduraria ao longo de sua vida. Sua obra fotográfica se desenvolve em quatro
grandes áreas: profissional, acadêmica, institucional e artística. Em cada uma
delas sua atuação tem deixado marcas e seguidores.
Assim como grande
parte dos fotógrafos brasileiros de sua geração, Boris foi um autodidata; sua
carreira profissional teve início em 1965 através do Estúdio Ampliart, atuando
nas áreas de jornalismo, documentação e publicidade. Prestou serviços para
jornais, revistas e veículos como Jornal da Tarde, Ultima Hora,
Quatro Rodas, Manchete, TV Record, paralelamente a uma obra
autoral que segue até o presente.
Arquiteto pela
Universidade Mackenzie (1965); mestre e doutor pela Escola de Sociologia e
Política de São Paulo (1977-1979). Iniciou-se no magistério em 1973, instalando
o primeiro curso de fotografia da Faculdade de Comunicação Social Anhembi (SP);
foi professor também do Curso de Especialização em Museologia, e da Faculdade de
Arquitetura, Artes e Comunicação da UNESP (Campus de Bauru). Seu percurso na
Universidade de São Paulo teve início em 1987; em 2000 prestou concurso para
livre-docência e, em 2002, para o cargo de professor titular da Escola de
Comunicações e Artes. Nesta instituição é pesquisador e professor do Programa de
Pós-Graduação em Ciências da Comunicação. Entre
outras atividades é coordenador do Núcleo de Estudos Interdisciplinares de
Imagem e Memória (NEIIM/LEER – USP).
Ao longo de sua
carreira acadêmica a fotografia foi o centro das investigações em diferentes
direções: teoria, história e poética. Enquanto historiador, teórico e
pesquisador têm sua obra mais conhecida voltada à investigação da história da
fotografia no Brasil e América Latina, aos estudos teóricos da expressão
fotográfica e à aplicação da iconografia como fonte de investigação nas Ciências
Humanas. Dentre seus trabalhos mais recentes como curador, é de se mencionar:
“Círculo Fechado: os japoneses sob o olhar do DEOPS” (Memorial da Resistência de
São Paulo/Estação Pinacoteca, 2009); “Horizontes; fotografias de Bruno Cals"
(1500Gallery, NY, 2012) e “Um olhar sobre o Brasil: a fotografia na construção
da imagem da nação” (Instituto Tomie Ohtake/Ministério da Cultura/Fundação
Mapfre, SP, 2012-2013 e circuito nacional).
Sua carreira autoral
como fotógrafo esteve centrada principalmente no realismo fantástico e na busca
de elementos de mistério que permeiam as cenas do cotidiano urbano e da
natureza, percepção essa que chamou de “mundos paralelos”. Mostras individuais
de sua obra fotográfica foram montadas no Museu de Arte de São Paulo,
Universidade de Nova York, Centro de la Imagen (México), Museu de Arte da Bahia,
Pinacoteca do Estado de São Paulo, além de ter participado de um número
expressivo de exposições coletivas. Fotografias de sua criação encontram-se
representadas, entre outras instituições, nas coleções permanentes do Museu de
Arte Moderna (NY), Biblioteca Nacional de Paris, Museu Metropolitano de Arte
(NY), Centro da Imagem (México, D.F.), Instituto Smithsonian (Washington D.C.),
Eastman House/Museu Internacional de Fotografia (Rochester, NY), Museu de Arte Moderna de São Paulo, Pinacoteca do Estado de São
Paulo, além de coleções particulares.
É ampla a
bibliografia sobre sua obra, publicada tanto no Brasil como internacionalmente.
Kossoy é autor de 13 livros, entre eles, os clássicos: Viagem pelo
Fantástico; Hercules Florence, a descoberta isolada da Fotografia no
Brasil; São Paulo, 1900; Fotografia e História; Realidades
e Ficções na Trama Fotográfica; Os tempos da fotografia, o efêmero e o
perpétuo; Dicionário Histórico-Fotográfico Brasileiro; Boris
Kossoy Fotógrafo e Um olhar sobre o Brasil; a fotografia na construção da
imagem da nação (coord.).
Em 1984, recebeu do
Ministério da Cultura e da Comunicação da França, a condecoração: Chevalier
de l’Ordre des Arts et des Lettres, pelo conjunto de sua obra.
Prêmio Brasil Fotografia 2013
Exposição aberta ao
público
Abertura para
convidados: dia 22 de Outubro, às 19h
Visitação de 23 de
Outubro de 2013 à 9 de Janeiro de 2014.
Espaço Cultural
Porto Seguro
Endereço: Avenida
Rio Branco, 1489 – Campos Elíseos – São Paulo (SP)
Horário de
funcionamento: de terça a sexta-feira, das 10h às 19h; sábado e domingo, das 10h
às 17h
Entrada gratuita
Entrada gratuita
Estacionamento no
local no dia da abertura.
Durante a temporada
estacionamento somente na entrada da Rua Guaianases, 1238.
Acessibilidade a
portadores de necessidades especiais
Visita
Educativa
de 23 de Outubro à
23 de Dezembro de 2013
de segunda as sexta
das 10h às 14h com agendamento prévio pelo email : agendamento@ premiobrasilfotografia.com.br
Informações:
3337-5880 Radamés/Paula
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