O espetáculo de dança Corpo Ancestral estreia nesta
quinta-feira (1º) e cumpre uma temporada de 12 apresentações no Teatro Cleon
Jacques – Centro de Criatividade de Curitiba.
Idealizado pela dançarina e psicóloga Silvia Wy‘a Poty e pelo ator e
antropólogo Maikon K, com direção de Cândida Monte, o espetáculo tem como
proposta estabelecer o diálogo entre xamanismo, psicologia e dança
contemporânea, fazendo com que a dança seja utilizada como forma de integrar
mente, corpo e natureza.
O xamanismo é um conjunto de práticas corporais antigas, originárias de
tradições indígenas, que visam alinhar o ser humano com a natureza. O
espetáculo é estruturado como um “rito de passagem”, uma jornada xamânica, que
artistas e público devem atravessar juntos (o público caminha por diferentes
ambientes, a encenação acontece ao seu redor, ao seu lado, na disposição de um
círculo e até partindo do espectador).
O diálogo com a tradição guarani busca revelar como essa cultura
ancestral já detinha conhecimentos sobre o corpo que convergem com os
resultados de pesquisas científicas modernas, como a física quântica. O
espetáculo propõe uma experiência de integração. O público transita por um
cenário-instalação, sendo envolvido por estímulos sensoriais referentes à visão
de mundo guarani. Os artistas se revezam nas funções de atuadores e
orientadores, ora encenando ora guiando o público através de movimento,
respiração e música, dentro de uma estrutura cênica que contrapõe ancestralidade/ contemporaneidade,
primitivo/tecnológico, performance/ritual.
“Com essa pesquisa buscamos as origens do movimento autêntico. O corpo
ancestral que pesquisamos é um corpo que busca se conhecer pelo movimento e em
conexão com a natureza, expressando suas potencialidades por meio da arte e na
vida diária, resgatando em conhecimentos antigos as chaves para seu equilíbrio
no presente. Acreditamos que, quanto mais conscientes de nossas origens e de
nossas capacidades como seres humanos, mais podemos desenvolver potenciais
latentes em nós e atuar com relevância em sociedade”, explicam os idealizadores
do projeto.
Os artistas: Silvia Wy’a Poty
desenvolve há mais de uma década um trabalho focado na investigação e na
prática artística e terapêutica baseada na conexão corpo/mente e suas
associações com ecologia, psicologia, arte, ciência e aprimoramento pessoal. O
nome artístico Wy'a Poty – recebido em cerimônia indígena brasileira – traduz a
outra face de sua pesquisa, integrando a conexão corpo/dança à cultura e
tradições ancestrais. Resultados concretos têm sido transmitidos e difundidos
no país e no exterior por meio de oficinas, palestras, atendimentos e
espetáculos de dança, sempre associados ao trabalho arte-terapêutico de psicologia
corporal.
Antropólogo formado pela Universidade Federal do Paraná, Maikon K se
interessa pela pesquisa e o estudo das fronteiras entre teatro e performance,
teatro e dança, e o sagrado na arte. Em seus trabalhos constrói a encenação a
partir da pesquisa corporal, criando também os textos e as composições sonoras
e musicais de cada espetáculo. Em 2012, foi contemplado com o Prêmio Klauss
Vianna de Dança, da Funarte, pelo projeto DNA
de DAN, com estreia prevista para este segundo semestre de 2013.
Serviço:
Espetáculo Corpo Ancestral, com Silvia Wy’a Poty e Maikon K, e direção de
Cândida Monte.
Local: Teatro Cleon Jacques – Centro de
Criatividade de Curitiba (Rua Mateus Leme, 4.700 – Parque São Lourenço)
Datas: de 1º a 18 de agosto de 2013, de
quinta-feira a domingo.
Horário: de quinta a sábado, às 20h, e
aos domingos, às 19h
Entrada franca
Classificação: 18 anos
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