sexta-feira, 28 de junho de 2013

FPA informa

Dilma proporá temas do plebiscito para reforma política: A proposta de convocação de um plebiscito para votar a reforma política avançou ontem, após consulta da presidenta Dilma ao TSE, na figura da ministra Carmen Lúcia. Até o momento, a proposta consiste na elaboração de um decreto legislativo que, se aprovado no Congresso Nacional, validará o plebiscito e as questões que ele incluirá. Espera-se que este processo se encerre na segunda quinzena de agosto, quando se iniciaria uma campanha publicitária de três semanas acerca das questões até a votação em todo território nacional. A oposição ao governo já avisou que é contra a proposta de plebiscito, que segundo sua leitura desviaria o foco das demandas populares. Sugere, no campo político, a aprovação de uma reforma política no Congresso Nacional para, posteriormente, ser referendada pelo voto popular.

Comentário: Do ponto de vista operacional, duas questões precisam ser sanadas caso o Congresso aprove a convocação do plebiscito: a primeira, de ordem legislativa, trata-se do tipo de iniciativa que deve ser aprovada no Congresso para a convocação plebiscitária, onde se debate se a aprovação de um decreto legislativo bastaria, ou se tal convocação poderia ser realizada apenas através da aprovação de uma PEC, o que exigiria mais votos no Congresso. A segunda questão diz respeito à lista de questões e aos temas que serão abordados no plebiscito. Atualmente, dois temas são cogitados: o tipo de financiamento eleitoral (público, privado ou misto) e o modelo de voto (proporcional, distrital, distrital misto, etc.). Outros temas, porém, podem ser adicionados à reforma, como a possibilidade de candidaturas avulsas (proposta pelo Ministro Joaquim Barbosa) ou a adoção de listas partidárias (abertas ou fechadas). Por fim, há uma dúvida quanto a vinculação automática da decisão advinda de um plebiscito: alguns juristas defendem que o resultado do plebiscito deve necessariamente ser respeitado pelo Congresso, que deve legislar obedecendo a vontade popular expressa através do voto. Outro grupo de juristas afirma que o resultado do plebiscito apenas indicaria a vontade popular, mas que o Congresso ainda teria a liberdade de legislar de maneira diversa à expressa nas urnas.

IGP-M reflete cambio e sobe 0,75% em junho: O IGP-M medido pela FGV para o mês de junho apresentou aceleração, fechando o mês em elevação de 0,75%, contra estabilidade no mês de maio. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que representa 60% do índice, teve alta de 0,68% em junho, puxado principalmente pelo IPA agrícola, que subiu 1,01% em junho, contra deflação de 1,98% em maio. A soja foi a vilã da inflação no mês de junho, registrando expressiva alta 11,38%, com o farelo de soja subindo 18,34%.
Comentário: A combinação de elevação do preço dos grãos no mercado internacional aliada à desvalorização cambial verificada ao longo deste mês contribuiu para a aceleração do IGP-M, que capta melhor as pressões de preço no atacado e que incidem sobre o produtor. A transferência destas pressões para o varejo (o que pode afetar o IPCA) dependerá da continuidade do processo de desvalorização cambial e elevação do preço de alguns grãos cotados em dólar nos mercados internacionais. Nos últimos dias, após o registro de um crescimento menor que o esperado da economia dos EUA no primeiro trimestre e a confirmação de que o mercado “exagerou” na reação ao anúncio de uma eventual retirada gradual e futura dos estímulos monetários por parte do FED americano, o real parou de se desvalorizar, aparentemente se estabilizando próximo ao patamar de R$ 2,20. A elevação do preço da soja, que subiu 4% na bolsa de Chicago entre 21 de maio e 21 de junho, foi outro fator que contribuiu fortemente para a aceleração do IPA agrícola e que talvez não se mantenha ao longo do tempo.

Confiança do consumidor e da indústria melhora na Zona do Euro: Os indicadores de sentimento econômico para a Zona do Euro divulgados hoje pela manhã indicam uma recuperação gradual da região, apesar de se manterem negativos. A confiança do consumidor saiu de -21,9 pontos em maio para -18,8 pontos em junho, enquanto a confiança na indústria partiu de -13 para -11,2 neste mês. O “sentimento econômico agregado”, que unifica a confiança nos diferentes setores, partiu de 89,5 pontos em maio para 91,3 pontos em junho, patamar mais elevado desde maio de 2012
Comentário: Apesar de indicarem uma lenta recuperação no sentimento econômico, os dados apresentados hoje revelam que ainda falta muito para a zona do Euro voltar a apresentar algum dinamismo econômico. Mesmo tendo se recuperado, todos os indicadores mantem-se negativos, o que indica um ano de 2013 marcado pela estagnação ou mesmo recessão na maior parte dos países que compõe a união monetária.


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