O
Centro Cultural Branco do Brasil de Brasilia sedia, entre os dias 12 e
27 de janeiro, a primeira edição do projeto Pequenos Contemporâneos, que
prevê a realização de uma série de shows, com diferentes artistas e
estilos, dedicados às crianças. Shows inteligentes que agradam aos
pequenos pela ludicidade e sagacidade; música de qualidade que apetece
também aos adultos que partilham com os pequenos suas vidas. Trabalhos
que versam direta ou indiretamente sobre as relações entre o universo
adulto e infantil, que fomentam trocas entre pessoas em diferentes fases
da vida, fases essas que se retroalimentam, se complementam e carentes
de iniciativas culturais capazes de uni-las em um mesmo ato
fruitivo-afetivo. Trabalhos artísticos infantis de gente grande:
infantis, mas não infantiloides.
Esta primeira edição, que será realizada no CCBB de Brasília, contará com seis shows: três deles já existentes e três concebidos especialmente para o Pequenos Contemporâneos. As atrações são: Tum Pá (Barbatuques), Pequeno Cidadão (Edgard Scandurra, Antonio Pinto e Taciana Barros) e Kleiton e Kledir e o Grupo Thorll com o show Par ou Impar. Os shows interpretados e rearranjados serão os clássicos Saltimbancos (Chico Buarque), Arca de Noé (Vinicius de Morais) e Quero Passear (Grupo Rumo). O primeiro pelo grupo Bixiga 70 e cantores convidados como Anelis Assumpção, Alzira Espindola, Mauricio Pereira e Skowa, o segundo por André Abujanra e músicos convidados como Kiko Dinucci, Melina Mulazani, Theo Werneck, metais e vocal da banda Móveis Coloniais de Acajú e o terceiro pela cantora Tulipa Ruiz |
Não
é novidade que estamos em um mundo onde a facilidade de produção e
circulação de trabalhos musicais é tão maior que no mundo de outrora,
tendo em vista as nossas novas possibilidades tecnológicas. Também
sabemos que temos cada vez mais estilos musicais convivendo
simultaneamente e maiores possibilidades de fruição de músicas de
diferentes lugares, tendo em vista a translocalidade contemporânea do
mercado musical (afinal de contas podemos conhecer novos produtores,
artistas e estilos musicais de diferentes lugares a partir de nossos
computadores, celulares, tablets conectados à internet, e assim
diversificar nosso consumo e pluralizar nossas referências).
Frente a isso, chega a ser no mínimo estranha a constatação da dificuldade em encontrar produções musicais diversas e de qualidade voltadas para as crianças (também ou exclusivamente) e em circulação no mercado musical nacional. Adultos com vozes infantilizadas e arranjos musicais simplistas, nada audazes ou criativos, ainda integram um modus operandi de fazer música para crianças, como se estas pessoas, as crianças, subestimadas, fossem seres humanos incompletos e, portanto, fadados a ouvir uma música “menor”. E, pobres dos pais que, por vezes com poucas opções, acabam por vivenciar as experiências musicais infantiloides de seus filhos, que mais os distanciam destes que promovem situações onde pais e filhos podem compartilhar um mesmo trabalho artístico, cada um ao seu modo. |
É
claro que, ao longo dos tempos, várias exceções à indústria musical
massiva despontaram, escapando de diferentes formas e graus de suas
práticas predominantes. Alguns acabam descambando para uma ditadura do
“didatismo” sobre o lúdico e o poético, como se os primeiros fossem
prioridade sobre os demais e como se a brincadeira e a poesia não
propiciassem formas de experienciar o mundo e, consequentemente,
levassem ao aprendizado – aprendizado este que, muitas vezes, nenhum
processo didático poderia substituir.
O projeto Pequenos Contemporâneos em Brasília tem por objetivo levar ao público do CCBB da cidade parte da nova produção cultural brasileira, pesquisas musicais de qualidade, de artistas brasileiros “de peso”, relacionadas ao universo infantil. Shows que podem ser apreciados tanto por adultos quanto por crianças, propiciando momentos de compartilhamentos entre estes e atendendo seus diferentes interesses. A intenção é incluir o público infantil e seus responsáveis – carentes de ações culturais que os atendam – na grade programática de um dos principais centros culturais brasileiros (o CCBB Brasília) comprometidos e preocupados com a qualidade artística dos projetos que incentivam, democratizando assim o acesso à cultura para estes pequenos cidadãos. E, em última instância, incentivar novas pesquisas e produções relacionadas aos “pequenos brasileiros”, tendo em vista a carência destes no mercado musical brasileiro. |
Programação: |
O projeto Pequeno Cidadão
nasceu em 2009 da iniciativa de um antigo grupo de amigos da década de
1980, que se conheceram justamente através da música e que se
reencontraram pelo fato de seus filhos frequentarem a mesma escola. São
eles:Edgard Scandurra (ex-Ira!), Taciana Barros (ex-Gang 90) e Antônio
Pinto(compositor de trilhas sonoras de filmes como Central do Brasil). O
gênero do trabalho é, segundo seus próprios autores, música psicodélica
para crianças. Suas letras versam sobre os primeiros problemas
existenciais do ser humano. O myspace do grupo afirma: “as músicas são
inspiradas nos nossos filhos, na nossa experiência como pais e também
nas nossas lembranças de infância. Os temas são: sapo-boi, lagartixa,
chupeta, uirapuru, futezinho na escola, leitinho... e aí vai.... Os
shows estão muito divertidos!”. E são divertidos de fato: playground,
malabares, fantasias e desenhos animados projetados em telões o compõe.
Em Pequeno Cidadão, temas infantis são realizados através de ritmos
adultos que vão do pop rock ao forró. É música popular brasileira
contemporânea para os pequenos contemporâneos do mundo em que vivemos.
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Kleiton & Kledir
tiraram um coelho da cartola. Os irmãos K&K tinham uma carta na
manga e acabam de alegrar o mercado fonográfico brasileiro com um
delicioso disco feito especialmente para crianças. Depois de vários anos
fazendo sucesso entre os adultos, K&K fizeram uma viagem ao país da
garotada e criaram uma dezena de canções inspiradas nesse universo
cheio de fantasia e imaginação. São músicas que falam de bichos,
mágicos, bruxas, pirulitos estranhos, pum perfumado, brincadeiras de rua
e, no meio disso tudo, surge até uma versão infantil da eterna guerra
dos sexos: um desafio, onde um guri e uma guria se enfrentam em forma de
versos rimados. “Par ou Ímpar” resgata um tempo em que nossos grandes
autores escreviam canções para crianças. Kleiton & Kledir criaram
temas como “O Mágico Estrambólico”, “Pirulito Esquisito”, “Formiga
Atômica” e “Bicho Gente” que certamente irão povoar de histórias e
personagens o imaginário de toda uma nova geração. Com letras inspiradas
e um vocabulário rico e diversificado, o disco é uma ótima diversão
para crianças de todas as idades, em especial para as que estão em fase
de alfabetização. Ao mesmo tempo, deve funcionar como uma boa ferramenta
para professores em sala de aula, nesse momento em que o ensino de
música nas escolas passa a ser obrigatório.
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Fundado em 1996, o grupo Barbatuques
é referência no trabalho musical com percussão corporal, ou seja, na
produção de música orgânica utilizando os corpos dos músicos como
instrumento (voz, palmas, estalos, batidas de mãos e pés...). Neste ano
de 2012, o Barbatuques criou seu primeiro CD e show dedicado ao público
infantil: Tum Pá. O trabalho já circulou pelos estados de São Paulo, Rio
de Janeiro e Minas Gerais. Tum Pá traz sons cotidianos (da natureza, da
cidade, do mundo) em uma grande viagem musical através dos corpos dos
músicos e do público.
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A Arca de Noé interpretadas e rearranjadas pelo irreverente cantor, compositor, multi-instrumentista Andre Abujamra e convidados como Kiko Dinucci, Melina Mulazani, Theo Werneck, metais e vocal da banda Móveis Coloniais de Acajú.
A Arca de Noé é um clássico infantil de Vinícius de Moraes criado na década de 1980. O álbum fez parte da infância de grande parte dos pais de hoje e ainda “faz a cabeça” da criançada. A proposta aqui é levar ao público de Pequenos Contemporâneos as músicas de |
Tulipa Ruiz
é cantora, compositora e ilustradora da nova safra artistica
brasilira. Gravou seu primeiro disco ”Efemêra”, em 2010, o album foi
recebido com grande entusiasmo pela mídia e público – eleito o melhor
do ano pelo jornal Folha de São Paulo, Revista Rolling Stone e Prêmio
MultiShow. Em julho de 2012, lançou “Tudo Tanto” o album que listado
como melhor do ano nas maiores listas de melhores discos do pais.
O disco escolhido pela cantora para a participação no projeto Pequenos Contemporâneos foi ''Quero Passear'' do grupo Rumo, grupo musical brasileiro surgido em 1974 e dissolvido em 1991. O Rumo foi constituído em 1974 por um grupo de alunos da Escola de Comunicação e Artes da USP liderados por Luiz Tatit e com nomes com Ná Ozzetti, Paulo Tatit, Ciça Tuccori, Gal Oppido, Fábio Tagliaferri, na sua trajetoria. Em ''Quero Passear'' o grupo canta canções para crianças. Com destaque para a primeira faixa, 'canção do carro', que é uma adaptação de 'car song' do Woodie Guthrie, e para a nona faixa 'noite no castelo' que ganhou um Prêmio Sharp de melhor música infantil. |
Já
o musical Saltimbancos ganhou projeção a partir da versão brasileira de
Chico Buarque e sua montagem no Canecão no final da década de 1970.
Nosso intuito é produzir uma versão show do musical com músicas
interpretadas e rearranjadas pelo grupo Bixiga 70
e cantores convidados como Anelis Assumpção, Alzira Espindola, Mauricio
Pereira e Skowa. A ascensão deste conjunto instrumental paulistano foi
meteórica. No final de 2010 o grupo fez sua primeira apresentação, tendo
como inspiração máxima a obra do nigeriano Fela Kuti (1938-1997), o
afrobeat, no entanto, foi apenas o ponto de partida de um repertório que
ganhou temas próprios rapidamente. “Luz Vermelha” e “Tema di Malaika”
(ambas do pianista Mauricio Fleury) e “Mancaleone” (do baixista Marcelo
Dworecki) estão entre as gemas próprias que fidelizaram uma platéia
animada e participativa.
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Serviço:
12/01 - Pequeno Cidadão às 16h
13/01 - ‘’Par ou Ímpar’’ - Klayton e Kledir e Grupo Throll às 16h
17 e 18 /01 - ‘’Tum Pá’’ - Barbaturques às 19h
19 e 20/01 - ‘’Arca de Noe’’ com Andre Abujamra e convidados às 16h
24/01 - ‘’Quero Passear’’ com Tulipa Ruiz as 19h
26 e 27/01 - Saltimbancos com Bixiga 70 e convidados - às 16h
O
CCBB disponibiliza ônibus gratuito, identificado com a marca do Centro
Cultural. O transporte funciona de terça a domingo, saindo do Teatro
Nacional a partir das 11h.
Consulte todos os locais e horários de saída no site e no facebook.
Consulte todos os locais e horários de saída no site e no facebook.
CCBB Brasília
Aberto de terça-feira a domingo das 9h às 21h
SCES Trecho 2 – Brasília/DF Tel: 61 3108-7600
e-mail: ccbbdf@bb.com.br site: bb.com.br/cultura
redes sociais: facebook.com/ccbb.brasilia e twitter.com/CCBB_DF
Aberto de terça-feira a domingo das 9h às 21h
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