VILA REAL
de João Ubaldo Ribeiro
Lançamento: 01/11/2012
Formato: 16 x 23
168 páginas
Este é um livro agreste, duro, que não busca gracejos, envolve e por isso nos inquieta.É quando o escritor genial de faz presente e atanos a um livro que quer ser lido. Angustiante cada página nos remete a uma inexoravel vingança da morte tão anunciada como a de morrer sentado e ser enterrado assim. Em 1979 João Ubaldo estava febril e nos ministrando angustias. (E.C)
Em seu Estudo das Representações Sociopoliticas sobre João Ubaldo Ribeiro e Mia Couto, tendo em mente principalmente o romance Vila Real , Ângela Cristina Antunes Conceição (Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, USP, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) apropriadamente diz que "de várias formas, João Ubaldo e Mia Couto assumem com maestria a sua função de intelectual não só pela construção ficcional das suas narrativas que nos interrogam, e ao mesmo tempo, respondem sobre as nossas indagações, mas também, por tornar a nossa leitura, uma leitura de vida, de sentimentos: de dor, de angústia, de tristeza, de lembranças, de esperanças, enfim até de alegria."
O LIVRO
Vila Real é um romance dotado de tensão e violência. Publicado originalmente em 1979, este livro de João Ubaldo Ribeiro é uma complexa metáfora dos conflitos rurais que respingam de sangue a história do Brasil. Ambientada nas imediações de uma pequena cidade fictícia do sertão nordestino, a narrativa descreve a luta de camponeses contra a “Caravana Misteriosa”, como apelidam uma empresa mineradora que lhes tomara as terras.
Argemiro é o líder dos posseiros expulsos da pequena Vila Real por uma companhia mineradora estrangeira. Ele enfrenta os homens chefiados por Genebaldo, defensor dos interesses da empresa e da ordem que está sendo ameaçada pelos camponeses. Sem as terras que lhes dão sustento para a vida e leito para a morte, os habitantes da cidade lutam para reconquistar o pouco que têm.
Aliando-se ao temido Filho de Lourival, ao feroz Alarico e aos incendiários padres Bartolomeu e Benedito, Argemiro trava um sangrento embate no acampamento atacado pelo inimigo. Apesar das perdas, eles vencem a batalha – mas não a guerra. Argemiro acaba por se refugiar com seu povo junto ao rio Japiau. Lá, reúnem forças para seguir com a luta, ainda que a vitória lhes pareça cada vez mais incerta.
Entre fugir e morrer, os sem-terra decidem resistir, mesmo que a vitória lhes pareça impossível. Mesmo diante da dureza do sertão nordestino, implacável por sua natureza agreste e suas injustiças sociais, Argemiro e a população de Vila Real resistem e fazem o máximo para saírem vitoriosos do trágico embate. Através das próprias reflexões dos personagens, vida, morte e a condição humana são abordadas com um olhar profundo.
João Ubaldo Ribeiro faz em Vila Real um retrato da rústica imposição dos poderosos sobre os despossuídos, questão tão presente nos conflitos rurais. Ao mesmo tempo em que representa uma denúncia da perpétua injustiça social no campo e no sertão, o romance vai além. O autor mostra um olhar agudo sobre a miséria humana – e a esperança de superá-la.
O AUTOR
João Ubaldo Osório Pimentel Ribeiro (Itaparica, 23 de janeiro de 1941) é um escritor, jornalista, roteiristae professor brasileiro, formado em direito e membro da Academia Brasileira de Letras. É ganhador do Prêmio Camões de 2008, maior premiação para autores de língua portuguesa Ubaldo Ribeiro teve algumas obras adaptadas para a televisão e para o cinema, além de ter sido distinguido em outros países, como a Alemanha. É autor de romances como Sargento Getúlio, O Sorriso do Lagarto, A Casa dos Budas Ditosos, que causou polêmica e ficou proibido em alguns estabelecimentos, e Viva o Povo Brasileiro, tendo sido, esse último, destacado como samba-enredo pela escola de samba Império da Tijuca, no Carnaval de 1987.É pai do ator e VJ da MTV Bento Ribeiro.
SUAS OBRAS
Romances
Setembro não tem sentido - 1968
Sargento Getúlio - 1971
Vila Real - 1979
Viva o povo brasileiro - 1984
O sorriso do lagarto - 1989
O feitiço da Ilha do Pavão - 1997
A Casa dos Budas Ditosos - 1999
Miséria e grandeza do amor de Benedita (primeiro livro virtual lançado no Brasil) - 2000
Diário do Farol - 2002
O Albatroz Azul[10] - 2009
Contos
Vencecavalo e o outro povo - 1974
Livro de histórias - 1981. Reeditado em 1991, incluindo os contos "Patrocinando a arte" e "O estouro da boiada", sob o título de Já podeis da pátria filhos
Crônicas
Sempre aos domingos - 1988
Um brasileiro em Berlim - 1995
Arte e ciência de roubar galinhas - 1999
O Conselheiro Come - 2000
A gente se acostuma a tudo - 2006
O Rei da Noite - 2008
Ensaios
Política: quem manda, por que manda, como manda - 1981
Literatura infanto-juvenil
Vida e paixão de Pandonar, o cruel - 1983
A vingança de Charles Tiburone - 1990
Dez bons conselhos de meu pai - 2011
UM LANÇAMENTO
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