Atlas
de Ciera, que faz parte do acervo da Divisão de Cartografia da FBN,
integra o Registro Memória do Mundo do Brasil da UNESCO – MOWBrasil. Em
dezembro acontece a cerimônia de diplomação.
O
comitê brasileiro do Programa Registro Memória do Mundo da UNESCO
(MOWBrasil), nomeou o Atlas e Mapa do Cartógrafo Miguel Antônio Ciera,
que delineou a região sul do país e suas fronteiras, como peça rara e
importante para o acervo mundial. Essa peça de 1758 faz parte da Divisão
de Cartografia da Fundação Biblioteca Nacional – FBN/MinC e é única no
mundo. A conquista ganha mais destaque porque a cada ano aumenta o
número de candidatos concorrendo a essa diplomação, que este ano
aconteceu na sede do Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro.
O
atlas, proveniente da Coleção Real Biblioteca, traça a geografia do Rio
Paraguai até a foz do Rio Jauru. Depois o grupo voltou à Assunção,
explorou o Rio Iguatemi e prosseguiu até o Aguaraí, um afluente do
Ipané-Guaçu. Em 1755 deram por encerrados os trabalhos. Era a primeira
vez que a região estava sendo mapeada. O trabalho contém 35 folhas
desenhadas a lápis e tinta ferrogálica e coloridas a aquarela. Sua
visualização é possível através do site da Fundação Biblioteca Nacional
Digital nas páginas http://objdigital.bn.br/ acervo_digital/div_ cartografia/cart90559.djvu e http://objdigital.bn.br/ acervo_digital/div_ cartografia/cart90559.pdf.
Miguel
Antônio Ciera nasceu em Pádua, Itália, não se tendo conhecimento de sua
vida antes estabelecer relações com os portugueses. Foi contratado pela
Coroa portuguesa para trabalhar nas demarcações de fronteiras entre as
possessões portuguesa e espanhola no sul da América Meridonal. Após o
seu retorno para Portugal, casou-se com Dona Antonia Margarida Violante
de Lima, em 1761, com quem teve quatro filhos. Um deles, Francisco
Antonio de Ciera, seguiu a profissão do pai, tornando-se um grande
cartógrafo.
O
Comitê Nacional do Brasil acolheu candidaturas de entidades públicas ou
privadas, além das candidaturas de pessoas físicas com posse de
documentos que possuem um valor inquestionável e excepcional para a
memória coletiva da sociedade brasileira, como o Atlas de Ciera. O
Comitê recebeu ao todo 36 propostas de candidatura, e reunidos na sede
do AN aprovou a proposta da FBN e outras nove instituições para o ano de
2012.
Poderiam
se candidatar documentos textuais (manuscritos ou impressos),
audiovisuais (vídeos, filmes e registro sonoro), iconográficos
(fotografia, gravura e desenho) ou cartográficos (em suporte
convencional ou digital). Além do Atlas, foram nomeados o Arquivo
Herbert de Souza; a Coleção Carlos Gomes do Museu Imperial e os
Negativos de Vidro do Fundo Instituto Oswaldo Cruz – IOC. As propostas
nomeadas serão reconhecidas por Portaria da Ministra de Estado da
Cultura, e a cerimônia de diplomação será dia 4 de dezembro desse ano,
na sede do AN.
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