sexta-feira, 13 de julho de 2012
Quiosque Terminal AE Carvalho do projeto De mão em mão é transferido para o Terminal Carrão
Desde janeiro, já foram distribuídos mais de 35 mil exemplares
O projeto “De mão em mão”, parceria entre a Fundação Editora da Unesp, Prefeitura de São Paulo e Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, alterou um de seus pontos de distribuição de livros. O quiosque do Terminal AE Carvalho (Avenida Imperador, 1401, Itaquera) será desativado e funcionará a partir do dia 11, às 16h, no Terminal Carrão (Avenida 19 de janeiro, 884). A mudança ocorrerá devido a obras no local.
Os quiosques continuarão abertos de segunda a sexta-feira, das 10h às 20h, e aos sábados das 10 às 18h. Os demais pontos de distribuição continuam sendo o Terminal Mercado, na Avenida do Estado, 3350, Centro (ao lado do terminal Parque D. Pedro II); o Terminal Santo Amaro, na Avenida Padre José Maria, 400 (ao lado da Estação Largo 13 – Linha 5 Lilás do Metrô) e o Terminal Pirituba, na Avenida Dr. Luís Felipe Pinel, 60 (ao lado da Estação Pirituba - Linha 7 Rubi da CPTM.
Sobre o projeto
Com dois novos títulos – Contos paulistanos, de Antônio de Alcântara Machado, e A nova Califórnia e outros contos, de Lima Barreto – o programa “De mão em mão” recomeçou, dia 28 de maio, a distribuição gratuita de livros na cidade de São Paulo. O projeto tem como objetivo incentivar o gosto pela leitura, distribuindo livros em locais com ampla circulação de pessoas.
Inspirado na iniciativa colombiana “Libro al viento”, o “De mão em mão” estimula os leitores passar as obras adiante, "de mão em mão". Ou a devolverem os livros nos mesmos postos onde os retiraram, para que cheguem a outras mãos. O projeto colombiano recebeu o aval da Unesco e contribuiu para que Bogotá fosse declarada a Capital Mundial do Livro em 2007.
Lançado em dezembro/2011, o projeto paulistano distribuiu à população da capital cerca de 11 mil exemplares de Missa do Galo, de Machado de Assis, de uma tiragem de 20 mil exemplares, no início deste ano. Junto com a nova tiragem dos dois títulos, também de 20 mil, a distribuição já alcançou, no total, o número de 35 mil livros. A versão online dos títulos também está disponível gratuitamente no site http://www.projetodemaoemmao.com.br/index.asp.
Sobre os títulos
Contos paulistanos (Antônio de Alcântara Machado)
Esta coletânea reúne, em 149 páginas, os contos das obras Brás, Bexiga e Barra Funda e Laranja da China (1928), além de quatro contos avulsos do autor, considerado um dos maiores nomes da literatura brasileira e definido por Mário de Andrade como “o mais universal dos paulistanos”.
Em Brás, Bexiga e Barra Funda (1927), Alcântara Machado (1901-1935) retrata, em estilo jornalístico e linguagem coloquial, como a interação entre italianos e brasileiros foi alterando o perfil da cidade de São Paulo. Já em Laranja da China (1928), sua segunda coletânea de contos, os protagonistas brasileiros emergem de uma escrita mais elaborada, mas ainda econômica, exemplo de uma prosa marcada pela ruptura das convenções, característica que aproximou o autor, que foi também jornalista e político, dos principais representantes da Semana de Arte Moderna de 1922.
A nova Califórnia e outros contos (Lima Barreto)
Os 14 contos deste livro de 172 páginas espelham a obra do escritor e jornalista Afonso Henriques de Lima Barreto (1881-1922), um dos críticos mais severos da República Velha (1889-1930). Mulato e vítima de preconceito racial, Lima Barreto foi um defensor vigoroso dos pobres, boêmios e arruinados. Dono de um texto coloquial e despojado com características realistas e naturalistas que recria tradições cômicas, carnavalescas e picarescas da cultura popular, o autor influenciou os escritores da Semana de Arte Moderna de 1922.
Ao retratar de forma contundente os acontecimentos relevantes do começo recente da vida republicana brasileira, Lima Barreto oferece ao leitor contemporâneo uma crítica muito atual do nacionalismo ingênuo e dos privilégios de classe no país.
Este livro apresnta uma seleção de contos
Missa do Galo (Machado de Assis)
Considerado pela crítica especializada um dos 100 maiores escritores da literatura de todos os tempos, Machado de Assis (1839-1908) é um dos poucos autores nacionais a ultrapassar as fronteiras impostas pela língua portuguesa, em termos de reconhecimento universal. Os contos de Machado se diferenciam pela maneira como o escritor ironiza a falta de sentido da vida. A história contada é menos importante do que os recursos estilísticos apresentados, com resultados sempre surpreendentes.
Nesta seleção de contos, que vai de “Missa do galo” a “O espelho”, feita especialmente para inaugurar a coleção “De mão em mão”, Machado ilumina o mundo interior dos personagens para revelar sua fragilidade. A partir de temas universais, como o amor, a vida e a morte, observa o esforço da sociedade brasileira do século XIX na busca de padrões de comportamento superiores, sem conseguir dissimular sua estrutura profundamente injusta, espelho que ainda reflete o Brasil contemporâneo.
Próximas obras
Deverão ser publicadas duas coletâneas de contos – uma com textos de Mário de Andrade e outra de contos de horror de autores nacionais. Também está prevista a publicação de uma história em quadrinhos sobre a Revolução Constitucionalista de 1932.
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