Como todos os outros livros que Leticia fez na vida, somente posso dizer - que essa nova obra é magnifica. (Conceição R.)
Em rápida pesquisa, ficamos sabrndo que Neptuno (português europeu) ou Netuno (português brasileiro) (AO 1990: Neptuno[3] ou Netuno)[4] é o oitavo planeta do Sistema Solar, e o último, em ordem de afastamento a partir do Sol, desde a reclassificação de Plutão para a categoria de planeta-anão, em 2006, que era o último dos planetas. É, tal como a Terra, conhecido como o "Planeta Azul", mas não devido à presença de água. Neptuno recebeu o nome do deus romano dos mares. É o quarto maior planeta em diâmetro, e o terceiro maior em massa.
Descoberto em 23 de Setembro de 1846,[1] Neptuno foi o primeiro planeta encontrado por uma previsão matemática, em vez de uma observação empírica. Inesperadas mudanças na órbita de Urano levaram os astrónomos a deduzir que sua órbita estava sujeita a perturbação gravitacional por um planeta desconhecido. Subsequentemente, Neptuno foi encontrado, a um grau da posição prevista. A sua maior lua, Tritão, foi descoberta pouco tempo depois, mas nenhuma das outras 12 luas do planeta foram descobertas antes do século XX. Neptuno foi visitado por uma única sonda espacial, Voyager 2, que voou pelo planeta em 25 de Agosto de 1989. Ou ainda Neptuno (português europeu) ou Netuno (português brasileiro) (AO 1990: Neptuno ou Netuno)[1] era o deus romano do mar, inspirado no deus grego Posídon (ou Poseidon).Filho do deus Saturno e irmão de Júpiter e de Plutão. Originariamente era o deus das fontes e das correntes de água.
Mas estamos falando de ... uma tragédia cujo violento impacto desestrutura várias vidas. Uma família em rota de uma quase total degradação. Profundamente comovente, NEPTUNO é ao mesmo tempo uma carta de amor, a saga cativante de uma família e a consolidação de Leticia como uma das mais importantes autoras de sua geração.
O Neptuno de que estamos falando foi escrito pela gaúcha Leticia Wierzchowski que é uma das maiores revelações da literatura nacional dos últimos anos. Uma das raras escritoras brasileiras a perceber e a traduzir, em palavras, a personalidade, o sentido e o poder de ação de personagens e cenários brasileiros. Autora do consagrado A casa das sete mulheres — livro que inspirou a minissérie homônima da Rede Globo —, cria em NEPTUNO, uma moderna narrativa de paixão cega, ciúme, traição.
A HISTÓRIA Dois jovens se envolvem num angustiado relacionamento, que acaba em tragédia. Suas famílias são arrastadas para uma espiral de loucura e obsessão, sem possibilidade de fuga ou defesa. Tudo começa quando Key, um advogado vivendo as agruras de um divórcio infeliz, com saudades do próprio filho, recebe uma ligação do jovem M, filho de seu melhor amigo. O rapaz admite ter cometido um crime terrível.
Fascinado pela narrativa de seu belo cliente, penalizado pelo desfecho trágico de uma história de amor, Key se envolve emocionalmente com seu cliente. Deixando de lado a imparcialidade profissional, ele acaba revivendo outros acontecimentos, muito mais pessoais. Fatos ocorridos em um verão aparentemente banal, mas que escondia a sombra venenosa de uma paixão irrefreável.
Uma tragédia cujo violento impacto desestrutura várias vidas. Uma família em rota de uma quase total degradação Profundamente comovente, NEPTUNO é ao mesmo tempo uma carta de amor, a saga cativante de uma família e a consolidação de Leticia como uma das mais importantes autoras de sua geração. A AUTORA
Leticia Wierzchowski nasceu em Porto Alegre, RS, em1972, e estreou na literatura em 1998 com o romance O anjo e o resto de nós. A autora é considerada uma das maiores revelações da literatura nacional do início do século XXI. Uma das raras escritoras a perceber e a traduzir, em palavras, a personalidade, o sentido e o poder de ação de personagens e cenários brasileiros. Em 2003 o romance A casa das sete mulheres foi adaptado pela Rede Globo em uma série de 50 capítulos. Desde então, a produção televisiva já foi veiculada em quase 30 países, e a obra de Leticia ganhou caminhos internacionais. Ela tem livros editados na Espanha, Portugal, Grécia, Itália e Sérvia-Montenegro.
UMA ENTREVISTA Como e quando começou sua relação com a literatura e a escrita literária? É possível localizar no tempo uma leitura ou outro evento que tenha de alguma forma despertado a escritora em você? Não há uma linha divisória muito definida para marcar a minha relação com a literatura. Eu simplesmente sempre gostei de ler, e isso num casa onde livros eram artigos raros. Lembro da alegria de aprender a ler sozinha, deixado de implorar aos adultos que lessem mais e mais para mim...Mas eu sempre fui muito criativa - inventava de tudo, desenhava, criava histórias, peças de teatro. Então a minha busca foi por um espaço onde eu pudesse me expressar criativamente. Primeiro, entrei na Faculdade de Arquitetura, da qual saí após 2 anos. Depois montei uma confecção (a essas alturas, eu já sabia corte e costura também, sempre adorei trabalhos manuais). Tive essa confecção com uma sócia por mais dois anos, e foi lá, acidentalmente, que eu um dia coloquei uma folha de papel na máquina de escrever (isso deveria ser mais ou menos 1996...) e comecei um romance. Nunca mais parei: de repente, eu encontrei um espaço criativo ilimitado. Nada mais material atravancava o meu caminho: nada de réguas, compassos, centímetros, tecidos, moldes... Eu podia criar qualquer coisa. Alguns meses depois, fechei a confecção, fui trabalhar com meu pai durante o dia, escrevendo à noite. Em 1998, publiquei meu primeiro romance "O anjo e o resto de nós".
De lá para cá foram 20 títulos publicados, entre novelas, romances, crônicas e contos, e infanto-juvenis. O que você acha que foi, essencialmente, se alterando tanto nos seus processos criativos quanto na própria escrita? Do início da sua trajetória até Neptuno, seu romance mais recente, houve mudanças significativas nesses sentidos? Cada livro tem uma gênese peculiar, mas, evidentemente, eu espero vir aprimorando meus processos criativos, conseguindo domar uma certa ânsia de colocar no papel, aplicando alguns aprendizados que tive nesses anos todos. Mas isso não significa que o resultado seja sempre melhor, um dos livros que mais gosto ainda é o meu romance de estreia. De qualquer modo, ainda segue intacto em mim o prazer de escrever. Eu escrevo porque gosto, basicamente. Quando eu escrevo, alguma coisa a mais palpita em mim.
Quando começou a escrita de Neptuno? Não sei bem dizer quando comecei a escrever este livro. A premissa já estava guardada há alguns anos, um rascunho dessa história de amor que acaba envenenando tudo ao seu redor, uma brincadeira com essa figura mítica da sereia... Mas eu só fui pensar mais no contexto do romance a partir de um evento, aquela chacina na escola pública no Rio de Janeiro. Ao ler depoimentos dos familiares do assassino, eu fiquei muito impactada com aquelas outras "mortes", as mortes emocionais, sociais, o pano negro que descia sobre pessoas que não tinham real ligação com o hediondo fato daquela chacina escolar... Essas coisas todas se misturaram, claro que sem muita lógica (eu não sou muito cerebral ao escrever, sou mais instintiva) para que o livro viesse a ser o que é. Tem aquela frase de Eurípedes: "Os acontecimentos lançam sua sombra diante de si". Certas pessoas também espalham sombras, às vezes até mesmo intencionalmente.
Numa entrevista, da época do lançamento de A casa das sete mulheres, você disse que sempre se preocupava mais com o personagem do que com a estrutura do romance, ainda que prezasse ambos. No romance Neptuno, o narrador, o advogado Key, tem em suas mãos um personagem que o fascina, mas também o crime que cometeu (e seu fascínio se estenderá logo sobre a vítima). E é o personagem, M., quem ganha destaque na sua narrativa. Você poderia falar um pouco sobre sua relação com a dualidade personagem/estrutura? Como eu disse antes, cada livro é um livro. Hoje, passados alguns anos, eu aprecio mais brincar com a estrutura. Jogar com ela - outro instrumento condutor da narrativa que o autor tem à sua disposição. Mas uma coisa ainda é muito forte em mim: gosto de personagens, gosto de tramas. Detesto essa literatura anêmica onde o personagem não tem contornos, onde a forma se sobrepõe à história, onde não há história. Embora eu preze a forma mais hoje em dia do que antes, ainda acho que ela está completamente sujeitada ao personagem. Ele é quem manda. No caso de M., ele cresceu melhor no livro sob a ótica do personagem-narrador, e brincar com a forma foi benéfico para a história.
O desenvolvimento de uma voz narrativa masculina chega a ser uma questão para você? Bem, já escrevi outros livros onde o personagem principal - e até mesmo narrador - era masculino. Meu romance anterior, Os Getka, é todo narrado por um homem. É claro que é preciso pensar essas questões de gênero, mas é um exercício que eu gosto. É por isso que escrevo, pra trocar de pele.
Nesse romance temos alguns protagonismos: um lugar, a pequena praia chamada Neptuno, o advogado Key, o jovem assassino M. e a jovem intensa e sedutora June. Qual a origem da escolha desses nomes? É algo de que pode falar? Adoro mitologia. June e Neptuno surgiram disso... Os nomes mitológicos são muito saborosos, como frutas. Já o personagem M. não tem nome. O relato do narrador justifica isso. O que eu quis no livro também foi prestar uma homenagem a dois autores cuja obra eu admiro muitíssimo: W. Somerset Maugham e Nabokov (o personagem Sebastian é uma homenagem a Nabokov...). E a própria estrutura do livro também espelha um pouco essa minha admiração de leitora: um personagem-narrador que rememora uma história, é também uma homenagem a esses dois autores - Maugham fez isso em vários livros que eu adoro (O destino de um homem, por exemplo - o qual até mesmo cito no livro).
E trata-se de uma história de mistério e crime – a estrutura da narrativa, sobretudo, impõe esse mistério. O que a moveu para esse caminho? Esse livro, enquanto se construía, soava curioso para mim... Como se não fosse meu. Mas ao contar uma história de amor quase superlativa, o clima de mistério entrou como um contraponto necessário, um contraponto que surgiu já pelo meio do trabalho. Como eu disse, sou muito orgânica, pouco racional - às vezes escrevo a mesma história de vários modos, até encontrar o caminho mais confortável. Eu penso o livro enquanto estou escrevendo...
Seu livro trata de uma história trágica de primeiro amor, o amor de M. por June, e cita referências como Romeu e Julieta, mas também fala sobre uma espécie de niilismo amoroso contemporâneo – Key, um advogado especializado na vara de família personifica a descrença na possibilidade de uma amor duradouro. O que levou você a trazer à tona essas questões? Escrever é como equilibrar uma bandeja cheia de pratos. Com uma história de amor demais, como a de M. e June (ou o amor de M. por June) eu precisava de um bom oposto, senão o livro ficaria muito chato... Sinceramente, essas foram questões de menor importância, quase naturais na construção: que um personagem pudesse dar contraponto a outro numa trama de poucos personagens... Outra coisa: os iguais não se iluminam bem. Somos todos muito parecidos até nas nossas diferenças, e são os nossos lados diferentes que se encaixam.... Assim o personagem de Key (um niilista, como você diz) se encanta pelo amor de M. (um apaixonado que, ao matar, destrói a possibilidade de qualquer amor real e duradouro na sua vida)...
Assista aqui trecho de entrevista com Letícia Wierzchowski e Antonio Carlos Viana para o Jogo de Idéias, programa de TV do Itaú Cultural com convidados da música, da literatura, do teatro, da educação, entre outras áreas.
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