segunda-feira, 29 de agosto de 2011

evento - O UNIVERSO GRÁFICO DE GLAUCO RODRIGUES NA CAIXA CULTURAL






Mostra vai reunir obras de todas as fases da produção gráfica do artista gaúcho radicado no Rio de Janeiro





A CAIXA Cultural apresenta abre no dia 30 de agosto, com a presença de curador Antonio Cava em uma visita guiada às 18h30, a exposição “O Universo Gráfico de Glauco Rodrigues”, uma retrospectiva abrangente da obra gráfica do artista gaúcho, um dos maiores pintores da arte brasileira contemporânea, que foi também mestre do desenho, gravador, ilustrador e cenógrafo. Esta é a primeira retrospectiva em homenagem ao artista, falecido em 2004 aos 75 anos. O período de visitação vai de 31 de agosto a 16 de outubro e a entrada é franca.



A mostra reúne mais de 100 obras originais, entre litografias, serigrafias e linoleogravuras, além de ilustrações para revistas, livros e discos, cobrindo um período de mais de 50 anos de produção artística. Todas as obras foram selecionadas do acervo do artista, atualmente sob custódia de sua viúva, Norma Estellita Pessôa, curadora adjunta da exposição.



“Foi um envolvimento total, de pura paixão. A curadoria é de um fã”, declara o curador, que se apaixonou pela obra de Glauco desde o primeiro contato. “Minha primeira obra foi uma serigrafia com linguagem de pop art muito forte, pois durante a ditadura a linguagem figurativa era a linguagem da crítica”, conta Cava.



Glauco usou os clichês do país para criticar e também para exaltar a cultura brasileira. “Os artistas não podiam usar a bandeira, então usavam as suas cores. O figurativo na crítica é muito importante. Este teor esteve sempre presente na obra do Glauco, mas o lado pop, ainda que não pareça, também discute a sociedade de consumo. O Glauco aderiu à arte pop imediatamente, em sintonia com o movimento”, esclarece Cava.



A exposição de Curitiba contará com todas as fases da produção gráfica do artista. As obras serão apresentadas em blocos: Clube de gravura de Bagé e Porto Alegre (anos 1950), fase Pop/Nova Figuração (anos 1960), fase tropicalista e antropofágica (de 1968 a 1977), Série Rio de Janeiro (1979), Série Gaúcha (1976) e uma série de litografias com conteúdo crítico e político. Em vitrines: capas de revistas, livros e discos.



O Rio de Janeiro foi tema e linguagem na obra de Glauco Rodrigues, onde estão presentes a sensualidade da natureza, o jeito de ser do povo carioca, a praia e o carnaval. “A série de litografias ‘Guia Turístico e Histórico do Rio de Janeiro’ é, em minha opinião, o trabalho mais importante no grupo de litografias do artista. Nessa obra, Glauco revisita e recicla a história do Rio de Janeiro, desde a sua fundação”, explica o curador.



Glauco Rodrigues foi um virtuose da linguagem gráfica. O artista utilizou e defendeu o recurso da reprodução gráfica, disciplina muito cultivada em sua carreira, para ampliar a capacidade de circulação de seu trabalho e assim democratizar sua arte. Uma obra de grande significação e importância cultural para a identidade brasileira, que opera sobre imagens símbolos de nossa nacionalidade.



O artista:



Glauco Rodrigues nasceu em Bagé (RS), em 1929, e faleceu no Rio de Janeiro, em 2004, considerado um dos maiores pintores da arte brasileira contemporânea. Com os artistas Glênio Bianchetti e Danúbio Gonçalves, criou o Clube de Gravura de Bagé, em 1951. Três anos depois, integrava o Clube da Gravura de Porto Alegre, ao lado de Vasco Prado e Carlos Scliar. Os clubes são pioneiros da gravura no Brasil, guiados pelo realismo socialista. No período em que frequentou essas associações, Glauco aprimorou sua capacidade de desenhar, com trabalhos voltados para a representação do homem do campo e para os tipos e costumes regionais.



Em 1957, começa a transição da figura para o abstrato, na pintura de Glauco. Muda-se para o Rio de Janeiro em 1959, quando, como ilustrador, fez parte da primeira equipe da inovadora revista Senhor e desenvolveu seu talento de ilustrador ao lado de Carlos Scliar, Jaguar, Bia Feitler, Paulo Francis, Ivan Lessa, Luís Lobo e Newton Rodrigues.



Residiu em Roma, entre 1962 e 1965, a convite do embaixador Hugo Gouthier, para implantar o setor gráfico da Embaixada do Brasil. Num período em que a arte não-figurativa se impunha, internacionalmente, Glauco também aderiu ao abstracionismo. Realizou exposições individuais em Roma e Munique. Em 1964, participou da delegação brasileira na Bienal de Veneza, ao lado de nomes como Tarsila, Volpi e Krajcberg. Na Bienal, Glauco ficou impressionado com a delegação americana e com o conjunto de artistas Pop.



A volta ao Brasil, em 1965, coincidiu com a volta de sua pintura ao figurativo. A partir daí, ele escolheu dedicar-se a uma pintura que faz da base e da atmosfera fotográficas seus instrumentos fundamentais. Pintura destinada a encarar e a revelar o Brasil com olho crítico, por meio de uma montagem “carnavalesca”, onde histórias, imagens e fantasias, do nosso passado e presente, se unem.



Com mais de 50 exposições individuais, e dezenas de prêmios, conquistados no Brasil e no exterior, Glauco Rodrigues consta com uma importante presença na história da arte brasileira.



Serviço: Exposição: “O Universo Gráfico de Glauco Rodrigues” Local: CAIXA Cultural - Rua Conselheiro Laurindo, 280, Centro – Curitiba (PR) Abertura: 30 de agosto de 2011 às 19h30 após a visita guiada às 18h30 Visitação: de 31 de agosto a 16 de outubro Horários: de terça a sábado das 10h às 21h e domingos das 10h às 19h Ingressos: Entrada Franca. Informações: (41) 2118-5114 Classificação etária: Livre para todos os públicos www.caixa.gov.br/caixacultural

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