terça-feira, 14 de junho de 2011

Evento - Recital de Celso Borges



Recital de Celso Borges faz releituras poéticas de letras do cancioneiro popular brasileiro


Novo espetáculo do artista maranhense Celso Borges faz releituras poéticas de letras de Torquato Neto, Caetano Veloso, Chico Buarque, Capinam, Alceu Valença, Raul Seixas, Ronaldo Bastos, Josias Sobrinho, Vitor Ramil e Gilberto Gil, entre outros.

Com entrada franca, a estreia do espetáculo acontecerá nos três Centros Culturais Banco do Nordeste, dentro do programa Literatura em Revista: em Juazeiro do Norte, no Cariri, região sul do Ceará, no dia 15 de junho (próxima quarta-feira), às 19h30; em Sousa, no alto sertão paraibano, dia 16 (quinta-feira), também às 19h30; e em Fortaleza, dia 18 (sábado), às 18h.

O recital A Palavra Voando leva ao palco uma releitura do cancioneiro popular brasileiro. Além de reler/recriar as letras de música, destacando o valor de seu discurso poético, o espetáculo mostra que - embora os versos das canções tenham ambiências sonoras e particularidades diferentes da poesia no papel -, podem alcançar um nível de qualidade idêntico ou superior ao discurso poético tradicional. O DJ Beto Ehongue (Nego Kaapor e Canelas Preta) elaborou trilhas para cada uma das 20 letras do recital.

"A Palavra Voando despe o texto original da música que lhe dá sustentação. Criamos uma nova musicalidade para as letras a partir de sonoridades e trilhas construídas pelo DJ Beto Ehongue ou utilizando apenas a 'música da voz' no ato da leitura", afirma Celso Borges.

"Transportar canções consagradas para um universo musical distinto sem perder (e em vários momentos ganhar) o valor poético e atemporal das letras das canções foi e é o grande desafio d'A Palavra Voando", diz Beto Ehongue.

Letra de música é poesia? - O recital é também uma reflexão e ao mesmo tempo uma (não) resposta a uma das questões mais abordadas em seminários, mesas, oficinas e fóruns de literatura na atualidade: "letra de música é poesia?". Celso Borges quer pôr fim a essa discussão privilegiando o discurso poético, qualquer que seja o seu meio. A Palavra Voando transforma alguns letristas em verdadeiros poetas, independentemente de sua obra ter sido ou não publicada em livros.

O poeta argumenta que as letras nem sempre necessitam do suporte sonoro da canção. "A proposta do show é justamente criar uma nova "música" para essas letras a partir do som e da inflexão da voz falada sobre trilhas compostas especialmente para cada uma das letras. Em resumo, valorizar a letra de música sem o suporte da sua melodia original", diz o poeta.



PERFIL

Celso Borges nasceu em São Luís, Maranhão, em 1959. Poeta, jornalista e letrista, viveu 20 anos em São Paulo e voltou a morar em São Luís em 2009. Parceiro de Chico César e Zeca Baleiro, entre outros, tem oito livros de poesia publicados: Pelo avesso (1985); Persona non grata (1990); Nenhuma das respostas anteriores (1996); XXI (2000); Música (2006) e Belle Époque (2010) etc.

No final dos anos 1990, inicia pesquisa que reúne poesia e música, com referências que vão da música popular brasileira às experiências sonoras de vanguarda. O resultado desse diálogo está nos livros-CDs - XXI, Música e Belle Époque, com a participação de mais de 50 poetas e compositores brasileiros. Nos últimos seis anos, Celso Borges tem levado a poesia para o palco com os projetos Poesia Dub, que desenvolve com o DJ Otávio Rodrigues, e A Posição da Poesia é Oposição, com o guitarrista Christian Portela. Eles já se apresentaram no Tim Festival (SP-2004); Baile do Baleiro, do compositor Zeca Baleiro (SP-2004); Festival Londrix (Londrina-2006); Catarse (Sesc Pompéia-2009) e Projeto Outros Bárbaros (Itaú Cultural, SP- 2005 e 2007).

Celso Borges tem poemas publicados nas revistas de arte e cultura Coyote, Oroboro e Poesia Sempre (Biblioteca Nacional) e já ministrou oficinas de poesia em São Luís, Imperatriz (MA) e Palmas (TO). Atualmente, apresenta na Rádio Uol o programa Biotônico ao lado de Zeca Baleiro e do DJ Otávio Rodrigues e edita a revista Pitomba com os escritores Bruno Azevedo e Reuben da Cunha Rocha.

Beto Ehongue atua profissionalmente há 11 anos na cena cultural de São Luís, com várias passagens importantes pelo Sul do Brasil. Junto com a Banda Nego Kaapor circula pelos festivais alternativos do País na divulgação do primeiro CD do grupo, vencedor em várias categorias no Prêmio Universidade FM/2006 (São Luís), inclusive o de melhor disco POP.

O artista compõe trilhas para filmes, como "Reverso" de Francisco Colombo, "Encosto" de Junior Balby e "Bicho de Pé" (vencedor de melhor trilha sonora de vídeo no GUARNICÊ DE CINEMA/2008), também de Junior Balby, além de fazer a direção e produção musical de outros artistas.

O mais recente trabalho de Ehongue é com o grupo Canelas Preta, formado por Neto Vieira (guitarra), Adriano Lima (bateria), Raflea (baixo) e Smarley Bob (teclados/samplers) e Baé Ribeiro (percussão). Tem arranjos que mesclam samplers, beats e percussão. A base do violão acústico dá novo formato à sonoridade da música de Beto, com referências que vão de Caetano Veloso a Mano Chao. As músicas das bandas Canelas Preta e Nego Kaapor estão disponíveis no Myspace.



Show 'A Palavra Voando'

Celso Borges & Beto Ehongue

Programa Literatura em Revista

Cineteatros do CCBNB

Entrada franca

Dias 15 (quarta-feira), em Juazeiro do Norte, no Cariri, região Sul do Ceará, às 19h30; 16 (quinta-feira), em Sousa, no alto sertão paraibano, às 19h30; e 18 de junho (sábado), em Fortaleza, às 18h.

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