segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O Carnaval de Curitiba desfila na Avenida Cândido de Abreu






Trabalho e dedicação movem a festa preparada pelas escolas de samba, com o desfile que toma conta da Avenida, na noite de 5 de março.



Quando o som dos tambores e repiques, as cores das fantasias e a performance dos passistas invadirem a Avenida Cândido de Abreu, as escolas de samba de Curitiba encerrarão um período de muito trabalho para levar ao público a genuína alegria da festa mais popular do país. Na noite de 5 de março, as agremiações integrantes do Grupo A transformarão sonhos em enredos que prometem levantar as arquibancadas.

A Escola de Samba Mocidade Azul quer mostrar o que é felicidade, retratando a própria escola, que retornou ao grupo principal quando venceu o Carnaval 2010, no Grupo de Ascensão. Por meio do relato do empenho da comunidade do Bairro Fazendinha, do reencontro das pessoas e do esforço em construir um espetáculo de impacto, a Mocidade Azul vai “desvendar o sentimento que parece tão simples, mas que muitas vezes não é percebido pelas pessoas”, diz Ricardo Garanhani, responsável pelo enredo “A Felicidade Pousou na Mocidade”.

Para contar a história, os 450 componentes da escola também contam com três carros alegóricos. “Vamos usar a borboleta como elemento mágico, que leva a felicidade onde pousa”, destaca Ricardo, premiado bailarino, artista plástico, cenógrafo e figurinista que integra a equipe do Teatro Guaíra e também desenvolve a carreira de carnavalesco. “De maneira simbólica, incentivaremos os cuidados com o nosso jardim – a vida – para atrair borboletas e sermos felizes”, adianta o artista.



Urbanidade – A conquista da moradia é o tema da Escola de Samba Leões da Mocidade, que vai levar para o asfalto o conceito de ter uma casa, dentro do enredo “De um sonho, a realidade que se deu. Um lugar para chamar de seu”. Narrando a luta do homem por um abrigo, desde o tempo das cavernas, passando pelas rústicas construções de pedra e barro, os 277 componentes da escola utilizarão três carros alegóricos para expor a evolução da vida estabelecida em sociedade e o nascimento da noção de urbanidade.

“A Leões da Mocidade vai fazer um passeio histórico pela relação do homem com o que hoje denominamos de lar”, conta o carnavalesco Amil Júnior, que também fala do modo diferente de a escola fazer carnaval: “Abdicamos do luxo em favor da criatividade. Trazemos uma mensagem direta e de fácil entendimento pelo público”. O carnavalesco diz que a entrada da escola provocará impacto, sem revelar a surpresa preparada pela comissão de frente.



Italianos no Brasil – A Sociedade Cultural Embaixadores da Alegria festeja os 135 anos da imigração italiana no Brasil com o enredo “Mérica, que coisa é essa Mérica? Da fome às três santas felicidades...”, que apresenta a saga desses imigrantes. Os 230 componentes vão enaltecer a coragem, dedicação e amor de pessoas que ajudaram a construir a América.

Com o auxílio de dois carros alegóricos, a escola abordará três santas felicidades: a primeira, referente à esperança dos italianos na nova terra; a segunda, marcada pela coragem e alegria dos imigrantes, que venceram as dificuldades encontradas; e a terceira, relativa à vitória que os descendentes representam, com destaque para o Bairro de Santa Felicidade, tradicional espaço gastronômico e cultural de Curitiba.

“O diferencial da Embaixadores da Alegria é que na nossa escola não há um único carnavalesco. Todos os integrantes se envolvem na realização do enredo, que é resultado do trabalho de equipe”, enfatiza Suzi D’Ávila, diretora da escola. “Dividida em três grupos, a Embaixadores vai retratar, num primeiro momento, a Roma Antiga, passando pela rica cultura do povo italiano, com as diversas vertentes artísticas. Na sequência, mostraremos a viagem dos imigrantes pelo oceano, a chegada e a aplicação das técnicas de plantio da uva e da fabricação do vinho. Finalmente, celebraremos a miscigenação e o enriquecedor legado dos imigrantes“, conta Suzi.



Contos – A infância tecida em contos clássicos e populares integra o enredo “De um ponto faz-se um conto, de trás para frente fica diferente... e ponto” da Escola de Samba Acadêmicos da Realeza. Com 350 componentes e três carros alegóricos, a agremiação quer evocar lembranças da melhor época da vida das pessoas.

Contos e fábulas de Andersen, Perrault, La Fontaine, Irmãos Grimm e Monteiro Lobato traçarão uma viagem fantástica pelo mundo do faz de conta, numa visão de sonhos permitida pelo carnaval, na qual o indivíduo vive diferentes personagens. “Contaremos as histórias sob a ótica de uma bruxa, que revela com muita graça o outro lado dos contos”, diz Bárbara Murden, secretária da Acadêmicos da Realeza.

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