sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Tv Tupi, Rubens Corrêa e Marcos Flaksman

Tv Tupi, Rubens Corrêa e Marcos Flaksman são homenageados em lançamentos da Imprensa Oficial


O lançamento conjunto de três livros reunindo a trajetória da TV Tupi e as biografias do ator Rubens Corrêa e do cenógrafo Marcos Flaskman será dia 24 de janeiro, na Livraria Travessa Leblon, no Rio de Janeiro.

Numa mesma noite, três ícones da TV e do cinema brasileiro serão homenageados em um lançamento no Rio de Janeiro. A trajetória da TV Tupi do Rio Janeiro, a vida e a obra do ator Rubens Corrêa (1931-1996) e o legado do cenógrafo Marcos Flaksman são temas dos livros que serão lançados pela Coleção Aplauso da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. O evento será na Livraria Travessa Leblon (Shopping Leblon, 2º piso) no dia 24 de janeiro, a partir das 19h.

Criada em 2004, a Coleção Aplauso registra a trajetória dos principais protagonistas da dramaturgia nacional. Escritores com experiência em jornalismo cultural fazem entrevistas, há pesquisas de documentos e imagens e os resultados geralmente ultrapassam os simples registros biográficos, revelando facetas que caracterizam o artista e seu ofício dentro de um contexto histórico. Há ainda o ineditismo da publicação de roteiros originais de filmes que de alguma forma marcam a nossa história. Desde os primeiros lançamentos, em 2004, até os mais recentes, cerca de 200 livros da Coleção Aplauso podem ser acessados gratuitamente pela Internet. Com roteiros, peças, histórias de emissoras de tevê e biografias de artistas, cineastas e dramaturgos, os títulos estão disponíveis para download. Basta acessar o site www.imprensaoficial.com.br/colecaoaplauso.

TV Tupi do Rio de Janeiro – Uma Viagem Afetiva
Em 20 de janeiro de 1951, dia da fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, a TV Tupi, canal 6, teve sua torre de transmissão instalada no Pão de Açúcar – quatro meses antes a Tupi de São Paulo tornara-se a primeira emissora de TV brasileira. Como não existiam aparelhos de televisão à venda, o dono da Tupi, Assis Chateaubriand, o Chatô, espalhou dez televisores pela cidade, atraindo multidões para assistir à novidade. Toda a trajetória da emissora está contada em “TV Tupi do Rio de Janeiro – Uma Viagem Afetiva”, do ator Luís Sérgio Lima e Silva que também assina a biografia de Isabel Ribeiro também lançada pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.

Uma vez no ar, a dúvida era sobre quais programas veicular. Conforme explica o autor, a esperada e natural interação com a TV Tupi de São Paulo não aconteceu. Assim, nasceu “um estilo carioca de fazer televisão, a TV artesanal, criativa, improvisada e espontânea”. A solução foi inspirar-se no rádio, o veículo mais popular da época. Logo as agências de publicidade descobriram esse novo filão e interferiam também na programação, fornecendo conteúdo e profissionais.

Rubens Corrêa - Um Salto para Dentro da Luz
Quem teve o privilégio de vê-lo atuar se lembra de um ator intenso, interpretando papéis fortes em peças como “Artaud” e “Marat-Sade”. Aqueles que conviveram com ele se recordam de um homem discreto e generoso, com o poder de inspirar, comover e iluminar quem estava por perto. Assim foi Rubens Corrêa (1931-1996) retratado em “Rubens Corrêa - Um Salto para Dentro da Luz”, de Sergio Fonta. O autor, que conheceu Corrêa – teve a oportunidade de entrevistá-lo em diferentes ocasiões --, também recolheu depoimentos de amigos e colegas e realizou ampla pesquisa em jornais e revistas da época.

Rubens Corrêa nasceu na pequena Aquidauana, no Mato Grosso do Sul, em 23 de janeiro de 1931. Em 1955, aos 24 anos, fez um teste e ganhou um pequeno papel no Tablado. A primeira peça é “O moço bom e obediente”, de Betty Barr e Gould Stevens, com tradução de Cecília Meireles e direção de Martim Gonçalves. No Tablado, passou a fazer um espetáculo por ano, e sempre com bons papéis. Com um colega de Tablado, Ivan de Albuquerque, montaria mais tarde uma companhia teatral que teve como palco o Teatro Ipanema e se tornaria célebre nos anos de 1970 e 1980. Ivan e sua mulher, a atriz Leyla Ribeiro, seriam também seus grandes amigos até sua morte em 1996.

Marcos Flaksman: universos paralelos
Marcos Flaksman teve presença marcante no cenário artístico brasileiro durante mais de três décadas de destacada atuação, acumulando prêmios por seu trabalho como cenógrafo, reconhecido além das fronteiras do país, como Europa e Hollywood. Ele tem também uma ampla carreira no cinema, como diretor de arte de filmes nacionais e estrangeiros, como “Luar Sobre Parador”, de Paul Mazursky, “O Que é Isso Companheiro?”, de Bruno Barreto, e “Xangô de Backer Street”, de Miguel Faria. Sua vida e obra estão no livro “Marcos Flaksman – universos paralelos”.

Nascido em 1944 no Rio de Janeiro, Flaksman se formou em Arquitetura em 1966, pela Universidade do Brasil, atual UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Após a formatura, viajou para a França, onde estudou cenografia e arquitetura cênica. O início no teatro ocorreu antes de ele ir estudar no exterior, aos 19 anos, em uma montagem de “A Tempestade”, de William Shakespeare. “Sinceramente? Foi um ato de irresponsabilidade juvenil aceitar fazer. O cenário tinha um aspecto interessante porque foi feito com estrutura tubular. Hoje, isso é muito comum. Mas, na época, não. Era uma ideia transgressora”, afirma Flaksman.

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