Rodas de leitura e contações de histórias estão programadas para acontecer durante todo o mês, nas Casas da Leitura da Fundação Cultural de Curitiba.
Entre contações de histórias e rodas de leitura para crianças e adultos, o mês de outubro será marcado por uma série de atividades literárias nas Casas da Leitura da Fundação Cultural de Curitiba. A programação gratuita acontece praticamente todos os dias, em vários horários.
A programação nas 13 Casas da Leitura e na Biblioteca Casa Kozak começou em agosto e se estende até dezembro, com aproximadamente 600 sessões de contações de histórias e rodas de leitura. Os professores, pedagogos e atores, que orientam essas atividades, foram contratados por meio de editais do Fundo Municipal da Cultura. As contações também são feitas por funcionários da Fundação Cultural de Curitiba que têm longa trajetória em ações literárias voltadas ao público infantil.
Os bons resultados das contações, no sentido de criar o vínculo da criança com a literatura, são confirmados pelos educadores. Formado em artes cênicas, Vinícius Mazzon ingressou nesse programa da Fundação Cultural há dois anos. Sua proposta é estabelecer uma ponte entre a literatura escrita e a oral, a partir de contos populares. No seu repertório estão histórias como “A quase morte de Zé Malandro”, numa versão recontada por Ricardo Azevedo, do livro “Contos de Enganar a Morte”, e “O padre, o caboclo e o estudante”, resgatada pelo folclorista Câmara Cascudo.
“Ouvir histórias desperta o interesse pelos livros. As crianças deixam de ver o livro como algo genérico e passam a vê-lo como algo particular. Durante as contações, elas vivem uma experiência de afetividade, proximidade, um momento de interação e de apreciação estética”, diz Vinícius.
A pedagoga Michele Peixoto Ferreira baseia-se na sua própria experiência de ouvir histórias na infância para mostrar a importância de programas como esse. “Hoje percebo como isso influenciou o meu apreço pela leitura”, afirma. De acordo com a pedagoga, a contação de histórias, feita num ambiente como o das Casas da Leitura, alimenta o vínculo afetivo da criança com o livro. “É diferente do ambiente da escola, onde o livro é tratado como um instrumento educativo, tornando-se obrigatório e se distanciando da noção de lúdico”, explica.
O trabalho de incentivo à leitura também atende a faixa etária juvenil. Nas rodas de leitura, os mediadores propõem a leitura de textos e estabelecem um diálogo com os participantes. Formada em Artes Cênicas e graduanda do Curso de Letras da Universidade Federal do Paraná, Geisa Mueller leva para as rodas de leitura textos que motivem a troca de experiência entre os jovens. Na bibliografia utilizada estão contos de Clarice Lispector, Dalton Trevisan, Machado de Assis e poemas de Carlos Drummond de Andrade.
“Faço uma seleção de textos que privilegiam a metamorfose interior e exterior por que os jovens passam, buscando pontos de convergência, relacionando a obra com o que estão vivendo”, diz. Geisa cita como exemplo o conto “O primeiro beijo”, de Clarice Lispector, que fala de sentimentos e sensações experimentadas pelos adolescentes. Para Geisa Mueller, as rodas de leitura são uma oportunidade de trabalhar a literatura como algo vivo, que permite estimular o raciocínio próprio em confronto com uma obra literária. “É uma experiência muito rica”, garante Geisa.
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Outubro, um mês repleto de atividades literárias
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário