A ARTE MODERNA NA EUROPA - De Hogarth a Picasso
de Giulio Carlo Argan
Páginas
776
A arte moderna na Europa - De Hogarth a Picasso é uma coletânea de artigos de Giulio Carlo Argan organizada por seu aluno Bruno Contardi. Os textos aqui reunidos tratam da arte e da crítica na modernidade. São textos independentes organizados como uma história e uma genealogia da crítica racionalista do autor.
Argan confessa que sempre teve o mesmo interesse pelas obras visuais e pelo pensamento sobre elas. Ele trata de uma invenção crítica da pintura inglesa do século XVIII, do impacto do pensamento de Denis Diderot na pintura e da reinvenção da ideia de clássico, do Renascimento e da Antiguidade, por intelectuais e escritores do século XVIII e XIX. No entanto, o estudo das obras é central. São interpretações diversas, de artistas como Joshua Reynolds e Turner; Manet, Paul Klee e Frank Lloyd Wright. O autor também analisa termos correntes no pensamento crítico e reavalia a sua precisão.
A pergunta pelas especificidades da criação artística e arquitetônica depois da modernização da Europa organiza toda a obra - um período marcado pelo avanço da indústria, consolidação dos estados nacionais e triunfo da racionalidade científica.
O AUTOR
Giulio Carlo Argan nasceu em Turim, na Itália, em 1909, e morreu em Roma, em 1992. Aluno do crítico e historiador da arte Lionello Venturi, destacou-se internacionalmente a partir da década de 30 com estudos sobre a arte medieval e renascentista (L'architettura preromanica e romanica in Italia, 1936; L'architettura del Due e del Trecento in Italia, 1937). Remontam à década de 50 seus estudos sobre Brunelleschi (1951), Gropius e a Bauhaus (1951, traduzido pela Editorial Presença), Beato Angelico (1955), Botticelli (1957). Em 1959 sucedeu a Venturi na cátedra de história da arte moderna, na Universidade de Roma. Publicou numerosas monografias e coletâneas de ensaios, entre elas História da arte como história da cidade (1983, traduzida pela Martins Fontes). Muito ativo politicamente, elegeu-se prefeito de Roma em 1976, e senador em 1983, pelo Partido Comunista Italiano. Seu último trabalho foi Michelangelo architetto (1990).
Crítico italiano. Um dos mais expressivos historiadores da arte do século XX. Teórico da estética e ensaísta exemplar. Começando com suas avaliações e estudos sobre a arte Medieval e Renascentista, terminou legando aos entendidos um dos livros mais importantes sobre a arte contemporânea. Pondo-se na defesa do abstracionismo e da arquitetura funcionalista, o que era pouco comum entre os militantes comunistas, mesmo que italianos, tidos como mais liberais e tolerantes nas questões de estética, marcou sua posição entre os críticos que ajudaram na difusão da arte moderna.
No estudo sobre o papel das cidades, classificou-as como "obras de arte", sendo que o centro delas, o núcleo histórico que as engendrou, para ele deve permanecer o mais intacto possível. Argan levou para o urbanismo os seus conceitos mais profundos da estética, definindo a existência de duas correntes históricas da arquitetura moderna que se contrapõe: a racionalista (Le Corbusier, Walter Gropius, Marcel Breuer, Pier Luigi Nervi, Mies van der Rohe, Theo van Doesburg, do grupo De Stijl), e a orgânica (linha representada pelo norte-americano Frank Lloyd Wright).
Como tantos outros críticos de orientação marxista, voltou-se contra a expansão dos prédios mais elevados, e contra as regras do mercado aplicadas aos planos diretores das grandes cidades, que entendia serem expressões arquitetônicas da mecanização da vida humana.
Bibliografia
- Studi e note, Roma 1955.
- Salvezza e caduta nell'arte moderna, Milano 1964
- Progetto e destino, Milano 1965
- Storia dell'arte come storia della città, Roma 1983
- Da Hogarth a Picasso, Milano 1983
- Classico Anticlassico, Milano 1984
- Immagine e persuasione, Milano 1986
- Progetto e oggetto. Scritti sul design, Milano 2003
Assista aqui uma importante palestra do autor
UM LANÇAMENTO
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