quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

NOVO ANO COM A COMPANHIA VIGOR MORTIS



A peça “Manson Superstar” abre a programação do Teatro em 2010


A CAIXA Cultural Curitiba apresenta de sexta (15) a domingo (17) a mais recente produção da companhia Vigor Mortis: “Manson Superstar”. Num formato inusitado, misto de musical, documentário e show de rock, a peça conta a história de Charles Manson, que em 1969 ordenou que um grupo de jovens que o idolatrava, cometesse o bárbaro assassinato da atriz Sharon Tate, esposa do diretor Roman Polanski. A história que chocou o mundo quarenta anos atrás é resgatada pela Vigor Mortis, abordando os limites da idolatria cega.

A produção foge dos padrões estéticos comuns às peças da Vigor Mortis. “Existem dezenas e dezenas de documentários e livros sobre o assunto. E o que desejamos montar é um documentário cênico. Uma peça-documentário-musical”, afirma o diretor Paulo Biscaia Filho. A música entra nesta peça de forma curiosa. “Não estamos fazendo um musical per se, no qual a música vem de uma dimensão imaginária. Aqui a música entra fazendo parte da cena. Manson queria ser um músico de sucesso e a música está sempre presente em sua vida. Além de não ignorar este aspecto, também desejamos potencializar algo que poderia dar uma nova imagem a esta história”, completa o diretor.

A seleção musical engloba composições do próprio Charles Manson, canções da época e outras mais contemporâneas, sem preocupações com verossimilhança cronológica, mas sim com o sentido das letras e a atmosfera criada pela música. Além da música, a peça traz outro elemento incomum: os personagens falam em inglês com legendas em português. A atmosfera criada pela sonoridade musical e pela originalidade da língua é absoluta em relação às palavras, justificando o uso das legendas.

“Quanto mais você pesquisa sobre a história da ‘família manson’, mais você quer investigar”, afirma Biscaia, que sempre teve um interesse especial pela história, pois nasceu no mesmo ano do escândalo. “Sempre fiquei fascinado com a história. Em como esses garotos se deixaram levar por um líder como Manson. Em um dos testemunhos (Susan) Atkins diz que não havia limites para o que ela faria por ele. E foi isso o que aconteceu... De onde vem essa idolatria? Que necessidade é essa de idolatrar alguém e fazer tudo o que fossem comandados a fazer?”, questiona Biscaia.

“Manson Superstar” examina esta necessidade de ídolos, assim como o próprio Manson, que teve como justificativa das mortes uma música dos Beatles, e afirmava que a banda se comunicava com ele pelas canções. A música “Helter Skelter” foi interpretada por Manson como uma profecia de uma guerra racial que faria com que todas as guerras terminassem. Os seus seguidores, sua ‘família’, era um grupo de jovens hippies que se juntar a comunidade de Manson, acreditou piamente na tal profecia. “É por isso que a peça tem essa estrutura não de musical, mas quase como de um show de rock. Não importa a qualidade ou a verdade do que o rockstar faz, seus fãs o idolatram cegamente”, explica Biscaia.

Vigor Mortis

A companhia Vigor Mortis, fundada em 1997, explora as possibilidades do horror e violência, através da tradição do Grand Guignol, pela linguagem artística, aliada ao uso de recursos multimídia de forma orgânica a dramaturgia e interpretação. “Morgue Story – Sangue, Baiacu e Quadrinhos” é uma homenagem aos filmes B terror e é a montagem de maior sucesso do grupo. Recebeu cinco troféus Gralha Azul/Prêmio Governador do Estado, o Troféu Epidauro concedido pelo Consulado da Grécia e três Prêmios Café do Teatro/Troféu Poty Lazzarotto e originou o longa metragem “Morgue Story – o Filme”. “Graphic” venceu os Troféus Gralha Azul/Prêmio Governador do Estado em três categorias e o Troféu Epidauro.

Dentre outras montagens estão a peça de estreia “PeeP”, uma compilação de entrevistas e depoimentos de serial killers reais, “DCVXVI – Eis o Filho da Luz”, “Snuff Games”, “Moby Dick e Ahab na Terra do Sol”, “Pinceis e Facas”, “Garotas Vampiras Nunca Bebem Vinho” e “Hitchcock Blonde”, além de outras produções em vídeo e leituras dramáticas.


Ficha Técnica

Direção Paulo Biscaia Filho Produção executiva: Clodoaldo Costa Produção : Tânia Araujo Elenco: Andrew Knoll, Leandro Daniel Colombo, Carolina Fauquemont, Wagner Correa, Michelle Pucci, Marco Novack, Rafaella Marques e Ana Clara Fischer

Serviço: Espetáculo teatral: “Manson Superstar” Local: Teatro da CAIXA Endereço: Rua Conselheiro Laurindo, 280, Centro – Curitiba/PR Data: de 15 a 17 de janeiro de 2010 Horários: sexta e sábado 21h e domingo 19h Ingressos: R$10 e R$5 (meia) Bilheteria: (41) 2118-5111 (de terça a sexta, das 12 às 19h, sábado e domingo, das 16 às 19h) Classificação etária: Não recomendado para menores de 16 anos Lotação máxima do teatro: 125 lugares (02 para cadeirantes)

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