MINHAS DUAS ESTRELAS
BIOGRAFIA DE DALVA DE OLIVEIRA E HERIVELTO MARTINS
de Pery Ribeiro e Ana Duarte
Número de páginas: 360
Minhas duas estrelas é um extenso depoimento do cantor Pery Ribeiro sobre a vida e a relação turbulenta de seus pais, o genial compositor e também cantor Herivelto Martins e uma das maiores cantoras brasileiras Dalva de Oliveira, personalidades definitivas da época de ouro da música popular brasileira que, durante décadas, imperaram nos palcos, nos discos e no rádio. Com a ajuda de sua esposa, Ana Duarte, Pery compartilha um testemunho desafiador ao revelar “detalhes quase inconfessáveis” – como repara Ruy Castro no prefácio – da vida e obra de Herivelto e Dalva.
Nascido na pobreza do cortiço em 1937 e filho mais velho do casal, Pery descreve a trajetória de suas duas estrelas, da ascensão à glória até a traumática separação do casal. Mesclando o decorrer de sua vida com a transformação da de seus pais, Pery fala sobre os seus primeiros trabalhos para ganhar a vida, o início da carreira como cantor, a sua visão crítica sobre a união de Herivelto e Lurdes, a terceira mulher de seu pai, e o alcoolismo e os casamentos desfeitos de Dalva. Herivelto Martins foi responsável por vários feitos pioneiros, que mudaram definitivamente o rumo da música no Brasil, como a introdução do apito na escola de samba e sua batalha pela regulamentação do direito autoral no Brasil.
Criador de pérolas do nosso cancioneiro como Ave-Maria no morro, Segredo, Isaura, A Lapa, Cabelos brancos, Praça Onze, Caminhemos, Lá em Mangueira, Herivelto, ao lado de Dorival Caymmi, foi um dos primeiros compositores brasileiros a gravar sua própria obra. Com uma capacidade natural de liderança, sendo um crítico cruel e um homem de “temperamento e gênio irascível”, Herivelto mantinha um relacionamento pouco afetivo com os filhos, revela Pery. Se na família era rigoroso com a seriedade das obrigações e deveres, com os amigos deixava aflorar a alegria, o companheirismo e a compreensão. Foi com a mãe que Pery desenvolveu uma “cumplicidade e uma amizade maior”. A sensibilidade, a generosidade, o carisma e o brilhantismo da cantora Dalva de Oliveira são qualidades sempre destacadas pelo autor. Não foram somente a boa voz e a técnica vocal primorosa que colocaram Dalva no patamar mais alto das cantoras brasileiras.
O filho a define como aquela que “cantava com soltura e liberdade de estar consigo mesma, sem medo ou vergonha de demonstrar sua emoção”. A união de Dalva com Herivelto e Nilo Chagas (a Dupla Preto e Branco), fez surgir o trio mais famoso da história do rádio: o Trio de Ouro. Não são poucas as histórias de briga entre Dalva e Herivelto durante o percurso de sucesso do trio. Dalva brilhou ainda mais depois de sua saída do grupo e do traumático desquite com Herivelto. Segundo Pery, este sucesso deixou o autor de Senhor do Bonfim desnorteado. Em 1951, Dalva foi eleita Rainha do Rádio e “entrou definitivamente para a história da música popular brasileira”, afirma. É deflagrada então uma briga musical inédita nos meios de comunicação do Brasil.
De um lado, sambas polêmicos como Caminho certo e Teu exemplo serviram de “artilharia pesada” de Herivelto e seu parceiro, o jornalista David Nasser. Do outro lado, Dalva, amparada pelos compositores que a adoravam, respondia à altura com Errei sim, de Ataulfo Alves, e Calúnia, de Marino Pinto e Paulo Soledade. Essas e outras letras ilustram a narrativa. Mesmo sendo absolutamente desmoralizada, não só nas músicas, mas também no jornal Diário da Noite, com artigos ditados por Herivelto e escritos por David Nasser, a intérprete conseguiu conduzir sua carreira de forma majestosa.
Em 1952, viajou para Londres e gravou um disco com o pianista inglês Roberto Ingles. Seguiu em excursão para Lisboa, Madri e Barcelona. Vendeu muitos discos pela Odeon, no auge da polêmica musical. Fez sucesso em países como Argentina, Uruguai e Chile cantando tangos. Este foi o auge da cantora comprovado por Pery em uma declaração definitiva: “Dalva era lembrada para tudo o que fosse considerado importante no meio”.
Uma das características mais interessantes de Minhas duas estrelas é o número expressivo de grandes nomes da cultura nacional que passaram pelo caminho de Herivelto, Dalva e Pery, fesde Heitor dos Prazeres, um dos integrantes da escola de samba de Herivelto, até Mané Garrincha, que antes de qualquer parente ou amigo chegou ao hospital quando Dalva foi internada, após o acidente que a desfigurou. Outras histórias envolvem também Grande Otelo, Flávio Cavalcanti, Chacrinha, Silvio Santos, Noel Rosa, Heitor Villa-Lobos, Pixinguinha, Lupicínio Rodrigues, Radamés Gnatalli, Francisco Alves, Nat King Cole, Orson Welles, Carmen Miranda, Procópio Ferreira e muitos outros.
UM LANÇAMENTO
Nascido na pobreza do cortiço em 1937 e filho mais velho do casal, Pery descreve a trajetória de suas duas estrelas, da ascensão à glória até a traumática separação do casal. Mesclando o decorrer de sua vida com a transformação da de seus pais, Pery fala sobre os seus primeiros trabalhos para ganhar a vida, o início da carreira como cantor, a sua visão crítica sobre a união de Herivelto e Lurdes, a terceira mulher de seu pai, e o alcoolismo e os casamentos desfeitos de Dalva. Herivelto Martins foi responsável por vários feitos pioneiros, que mudaram definitivamente o rumo da música no Brasil, como a introdução do apito na escola de samba e sua batalha pela regulamentação do direito autoral no Brasil.
Criador de pérolas do nosso cancioneiro como Ave-Maria no morro, Segredo, Isaura, A Lapa, Cabelos brancos, Praça Onze, Caminhemos, Lá em Mangueira, Herivelto, ao lado de Dorival Caymmi, foi um dos primeiros compositores brasileiros a gravar sua própria obra. Com uma capacidade natural de liderança, sendo um crítico cruel e um homem de “temperamento e gênio irascível”, Herivelto mantinha um relacionamento pouco afetivo com os filhos, revela Pery. Se na família era rigoroso com a seriedade das obrigações e deveres, com os amigos deixava aflorar a alegria, o companheirismo e a compreensão. Foi com a mãe que Pery desenvolveu uma “cumplicidade e uma amizade maior”. A sensibilidade, a generosidade, o carisma e o brilhantismo da cantora Dalva de Oliveira são qualidades sempre destacadas pelo autor. Não foram somente a boa voz e a técnica vocal primorosa que colocaram Dalva no patamar mais alto das cantoras brasileiras.
O filho a define como aquela que “cantava com soltura e liberdade de estar consigo mesma, sem medo ou vergonha de demonstrar sua emoção”. A união de Dalva com Herivelto e Nilo Chagas (a Dupla Preto e Branco), fez surgir o trio mais famoso da história do rádio: o Trio de Ouro. Não são poucas as histórias de briga entre Dalva e Herivelto durante o percurso de sucesso do trio. Dalva brilhou ainda mais depois de sua saída do grupo e do traumático desquite com Herivelto. Segundo Pery, este sucesso deixou o autor de Senhor do Bonfim desnorteado. Em 1951, Dalva foi eleita Rainha do Rádio e “entrou definitivamente para a história da música popular brasileira”, afirma. É deflagrada então uma briga musical inédita nos meios de comunicação do Brasil.
De um lado, sambas polêmicos como Caminho certo e Teu exemplo serviram de “artilharia pesada” de Herivelto e seu parceiro, o jornalista David Nasser. Do outro lado, Dalva, amparada pelos compositores que a adoravam, respondia à altura com Errei sim, de Ataulfo Alves, e Calúnia, de Marino Pinto e Paulo Soledade. Essas e outras letras ilustram a narrativa. Mesmo sendo absolutamente desmoralizada, não só nas músicas, mas também no jornal Diário da Noite, com artigos ditados por Herivelto e escritos por David Nasser, a intérprete conseguiu conduzir sua carreira de forma majestosa.
Em 1952, viajou para Londres e gravou um disco com o pianista inglês Roberto Ingles. Seguiu em excursão para Lisboa, Madri e Barcelona. Vendeu muitos discos pela Odeon, no auge da polêmica musical. Fez sucesso em países como Argentina, Uruguai e Chile cantando tangos. Este foi o auge da cantora comprovado por Pery em uma declaração definitiva: “Dalva era lembrada para tudo o que fosse considerado importante no meio”.
Uma das características mais interessantes de Minhas duas estrelas é o número expressivo de grandes nomes da cultura nacional que passaram pelo caminho de Herivelto, Dalva e Pery, fesde Heitor dos Prazeres, um dos integrantes da escola de samba de Herivelto, até Mané Garrincha, que antes de qualquer parente ou amigo chegou ao hospital quando Dalva foi internada, após o acidente que a desfigurou. Outras histórias envolvem também Grande Otelo, Flávio Cavalcanti, Chacrinha, Silvio Santos, Noel Rosa, Heitor Villa-Lobos, Pixinguinha, Lupicínio Rodrigues, Radamés Gnatalli, Francisco Alves, Nat King Cole, Orson Welles, Carmen Miranda, Procópio Ferreira e muitos outros.
UM LANÇAMENTO
Um comentário:
Pery vc e um iluminado...
Aforma simples e verdadeira q vc deu esta ai...o livro bem escrito.c muito amor...ja era de se esperar pela pessoa q vc e.a miniserie maravilhosa ...
faltou aos artistas q lhe representarao o seu sorriso e a ternura do billy...
espero na bahia o show tributo a
dalva e herivelto...q vai ser um sucesso....
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