Melhores Crônicas Humberto de Campos
de Humberto de Campos
Seleção e Prefácio - Gilberto Araújo
Nº de Páginas: 352
"Na crônica, um dos gêneros mais ingratos em nosso país, conseguiu (...) fazer-se lido por muita gente que nunca havia passado os olhos por tal espécie de Literatura. Machado de Assis, Olavo Bilac e o próprio João do Rio - mestres da crônica - não lograram impô-la senão a um círculo relativamente restrito de lei to res. Humberto de Campos, embora com certas concessões, mas se colocando sempre num nível puramente literário, fê-la chegar ao grande público." Brito Broca
"A crônica seria a mais alta expressão da sua atividade literária. Pode-se afirmar hoje, sem exageros indefensáveis, que ele deu nova dimensão ao gênero, eliminando as últimas reservas dos que negam a essa forma de expressão foros de literatura e de arte. (...) Havia nas suas páginas um clamor de criaturas judiadas pela sorte, gritos angustiantes de tristes e desprezados. (...) Preso ao cotidiano, olhos desmesuradamente abertos para a vida, é Humberto de Campos um escritor da sua terra e do seu tempo. Escrevendo diretamente para o povo, sua linguagem simples, acessível, direta torna-o entendido e admirado no país inteiro." João Clímaco Barbosa
O AUTOR
Humberto de Campos
Terceiro ocupante da Cadeira 20, eleito em 30 de outubro de 1919, na sucessão de Emílio de Menezes e recebido pelo Acadêmico Luís Murat em 8 de maio de 1920.
Humberto de Campos (H. de C. Veras), jornalista, crítico, contista e memorialista, nasceu em Miritiba, hoje Humberto de Campos, MA, em 25 de outubro de 1886, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 5 de dezembro de 1934.
Foram seus pais Joaquim Gomes de Faria Veras, pequeno comerciante, e Ana de Campos Veras. Perdendo o pai aos seis anos, Humberto de Campos deixou a cidade natal e foi levado para São Luís. De infância pobre, desde cedo começou a trabalhar no comércio como meio de subsistência. Dali, aos 17 anos, passou a residir no Pará, onde conseguiu um lugar de colaborador e redator na Folha do Norte e, pouco depois, na Província do Pará. Em 1910 publicou seu primeiro livro, a coletânea de versos intitulada Poeira, primeira série. Em 1912 transferiu-se para o Rio. Entrou para O Imparcial, na fase em que ali trabalhava um grupo de escritores ilustres, como redatores ou colaboradores, entre os quais Goulart de Andrade, Rui Barbosa, José Veríssimo, Júlia Lopes de Almeida, Salvador de Mendonça e Vicente de Carvalho. João Ribeiro era o crítico literário. O diretor José Eduardo de Macedo Soares participava da segunda campanha civilista. Humberto de Campos ingressou no movimento. Mas logo depois o jornalista militante deu lugar ao intelectual. Fez essa transição com o pseudônimo de Conselheiro XX com que assinava contos e crônicas, hoje reunidos em vários volumes. Assinava também com os pseudônimos Almirante Justino Ribas, Luís Phoca, João Caetano, Giovani Morelli, Batu-Allah, Micromegas e Hélios. Em 1923, substituiu Múcio Leão na coluna de crítica do Correio da Manhã.
Em 1920, já acadêmico, foi eleito deputado federal pelo Maranhão. A revolução de 1930 dissolveu o Congresso e perdeu o mandato. O presidente Getúlio Vargas, que era admirador do talento de Humberto de Campos, procurou minorar as dificuldades do autor de Poeira, dando-lhe os lugares de inspetor de ensino e de diretor da Casa de Rui Barbosa. Em 1931, viajou ao Prata em missão cultural. Em 1933 publicou o livro que se tornou o mais célebre de sua obra, Memórias, crônica dos começos de sua vida. O seu Diário secreto, de publicação póstuma, provocou grande escândalo pela irreverência e malícia em relação a contemporâneos.
Autodidata, grande leitor, acumulou erudição, que utilizava nas crônicas. Poeta neoparnasiano, fez parte do grupo da fase de transição anterior a 1922. Poeira é um dos últimos livros da escola parnasiana no Brasil. Fez também crítica literária de natureza impressionista. É uma crítica de afirmações pessoais, que não se fundamentam em critérios e, por isso, não podem ser endossadas nem verificadas. Na crônica, seu recurso mais corrente era tomar conhecidas narrativas e dar-lhes uma forma nova, fazendo comentários e digressões sobre o assunto, tecendo comparações com outras obras. No fundo ou na essência, não era uma crítica profunda, que não resiste ao tempo.
de Humberto de Campos
Seleção e Prefácio - Gilberto Araújo
Nº de Páginas: 352
"Na crônica, um dos gêneros mais ingratos em nosso país, conseguiu (...) fazer-se lido por muita gente que nunca havia passado os olhos por tal espécie de Literatura. Machado de Assis, Olavo Bilac e o próprio João do Rio - mestres da crônica - não lograram impô-la senão a um círculo relativamente restrito de lei to res. Humberto de Campos, embora com certas concessões, mas se colocando sempre num nível puramente literário, fê-la chegar ao grande público." Brito Broca
"A crônica seria a mais alta expressão da sua atividade literária. Pode-se afirmar hoje, sem exageros indefensáveis, que ele deu nova dimensão ao gênero, eliminando as últimas reservas dos que negam a essa forma de expressão foros de literatura e de arte. (...) Havia nas suas páginas um clamor de criaturas judiadas pela sorte, gritos angustiantes de tristes e desprezados. (...) Preso ao cotidiano, olhos desmesuradamente abertos para a vida, é Humberto de Campos um escritor da sua terra e do seu tempo. Escrevendo diretamente para o povo, sua linguagem simples, acessível, direta torna-o entendido e admirado no país inteiro." João Clímaco Barbosa
O AUTOR
Humberto de Campos
Terceiro ocupante da Cadeira 20, eleito em 30 de outubro de 1919, na sucessão de Emílio de Menezes e recebido pelo Acadêmico Luís Murat em 8 de maio de 1920.
Humberto de Campos (H. de C. Veras), jornalista, crítico, contista e memorialista, nasceu em Miritiba, hoje Humberto de Campos, MA, em 25 de outubro de 1886, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 5 de dezembro de 1934.
Foram seus pais Joaquim Gomes de Faria Veras, pequeno comerciante, e Ana de Campos Veras. Perdendo o pai aos seis anos, Humberto de Campos deixou a cidade natal e foi levado para São Luís. De infância pobre, desde cedo começou a trabalhar no comércio como meio de subsistência. Dali, aos 17 anos, passou a residir no Pará, onde conseguiu um lugar de colaborador e redator na Folha do Norte e, pouco depois, na Província do Pará. Em 1910 publicou seu primeiro livro, a coletânea de versos intitulada Poeira, primeira série. Em 1912 transferiu-se para o Rio. Entrou para O Imparcial, na fase em que ali trabalhava um grupo de escritores ilustres, como redatores ou colaboradores, entre os quais Goulart de Andrade, Rui Barbosa, José Veríssimo, Júlia Lopes de Almeida, Salvador de Mendonça e Vicente de Carvalho. João Ribeiro era o crítico literário. O diretor José Eduardo de Macedo Soares participava da segunda campanha civilista. Humberto de Campos ingressou no movimento. Mas logo depois o jornalista militante deu lugar ao intelectual. Fez essa transição com o pseudônimo de Conselheiro XX com que assinava contos e crônicas, hoje reunidos em vários volumes. Assinava também com os pseudônimos Almirante Justino Ribas, Luís Phoca, João Caetano, Giovani Morelli, Batu-Allah, Micromegas e Hélios. Em 1923, substituiu Múcio Leão na coluna de crítica do Correio da Manhã.
Em 1920, já acadêmico, foi eleito deputado federal pelo Maranhão. A revolução de 1930 dissolveu o Congresso e perdeu o mandato. O presidente Getúlio Vargas, que era admirador do talento de Humberto de Campos, procurou minorar as dificuldades do autor de Poeira, dando-lhe os lugares de inspetor de ensino e de diretor da Casa de Rui Barbosa. Em 1931, viajou ao Prata em missão cultural. Em 1933 publicou o livro que se tornou o mais célebre de sua obra, Memórias, crônica dos começos de sua vida. O seu Diário secreto, de publicação póstuma, provocou grande escândalo pela irreverência e malícia em relação a contemporâneos.
Autodidata, grande leitor, acumulou erudição, que utilizava nas crônicas. Poeta neoparnasiano, fez parte do grupo da fase de transição anterior a 1922. Poeira é um dos últimos livros da escola parnasiana no Brasil. Fez também crítica literária de natureza impressionista. É uma crítica de afirmações pessoais, que não se fundamentam em critérios e, por isso, não podem ser endossadas nem verificadas. Na crônica, seu recurso mais corrente era tomar conhecidas narrativas e dar-lhes uma forma nova, fazendo comentários e digressões sobre o assunto, tecendo comparações com outras obras. No fundo ou na essência, não era uma crítica profunda, que não resiste ao tempo.
BIBLIOGRAFIA
Além do Conselheiro XX, Campos usou os pseudônimos de Almirante Justino Ribas, Luís Phoca, João Caetano, Giovani Morelli, Batu-Allah, Micromegas e Hélios. Deixou Humberto de Campos um diário secreto, publicado postumamente, causou enorme polêmica, destilando o autor críticas e comentários mordazes aos seus contemporâneos.
Além de Poeira, publicou:
* Da seara de Booz - crônicas - 1918
* Vale de Josaphat - contos - 1918
* Tonel de Diógenes - contos - 1920
* A serpente de bronze - contos - 1921
* Mealheiro de Agripa - 1921
* Carvalhos e roseiras - crítica - 1923
* A bacia de Pilatos - contos - 1924
* Pombos de Maomé - contos - 1925
* Antologia dos humoristas galantes - 1926
* Grãos de mostarda - contos - 1926
* Alcova e salão - contos - 1927
* O Brasil anedótico - anedotas - 1927
* Antologia da Academia Brasileira de Letras - participação - 1928
* O monstro e outros contos - 1932
* Memórias 1886-1900 - 1933
* Crítica (4 séries) - 1933, 1935, 1936
* Os países - 1933
* Poesias completas - reedição poética - 1933
* À sombra das tamareiras - contos -1934
* Sombras que sofrem - crônicas - 1934
* Um sonho de pobre - memórias - 1935
* Destinos - 1935
* Lagartas e libélulas - 1935
* Memórias inacabadas - 1935
* Notas de um diarista - séries 1935 e 1936
* Reminiscências - memórias -1935
* Sepultando os meus mortos - memórias - 1935
* Últimas crônicas - 1936
* Contrastes - 1936
* O arco de Esopo - contos - 1943
* A funda de Davi - contos - 1943
* Gansos do capitólio - contos - 1943
* Fatos e feitos - 1949
* Diário secreto (2 vols.) - memórias - 1954
LANÇAMENTO DA
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