quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Suíte Dama da Noite


Suíte Dama da Noite
de Manoela Sawitzki


224 pp.

O LIVRO

Segundo romance de Manoela, Suíte Dama da Noite é radicalmente diverso de sua estreia. Se em Nuvens de Magalhães o que sustentava o conjunto era uma linguagem barroca e suntuosa, aqui a autora se contém, substitui o fluxo e o caudal da obra anterior por uma prosa mais consciente, refletida, concisa, em que, justamente, por mais raros, os momentos poéticos brilham com mais força…

A CRÍTICA

“Júlia Capovilla, protagonista de Manoela, é uma mulher asfixiada pelo projeto amoroso do marido, Klaus. Ele a reduz à posição de personagem. Sente-se presa à felicidade que o marido planeja para ela. Pode até ser felicidade, mas não é sua…”
JOSÉ CASTELLO, 19/09/2009

Confissão e vivência, redemoinho e salvação – este poderia ser o curto resumo de Suíte Dama da Noite. Entre celeste e infernal, esta mulher mente tão profundamente que se crê imune à mentira.
Mas uma corda a ata ao mundo real: um nome: uma palavra: amor.
(...)
Júlia prossegue a hercúlea missão de entender e de combater a vulgaridade dos dias. A mentira é a sua arma aperfeiçoada, certeira, contra o inanimado casamento e o gigantesco vulto do amante.
Pontuada com ritmos externos, a narrativa enfoca sobretudo o plano interno. Até que Júlia, aos poucos, se abre em confissão: “Vi a primeira flor da estação cair de uma paineira: seda rosa deslizando lassa, quase pudica. Árvore por árvore, vi o Outono lentamente despir até o amanhecer.”
(…)
Manoela Sawitzki inscreve assim, na literatura contemporânea brasileira, um poderoso retrato das querenças, relações e contradições humanas, partindo do olho de um oculto furacão chamado Júlia Capovilla.
ONDJAKI, na orelha da edição da Record de Suíte Dama da noite.


Quando terminei de ler Suíte Dama da Noite, ainda podia ouvir o som da minha própria voz a repetir o nome da protagonista: Júlia Capovilla, Júlia Capovilla, Júlia Capovilla. É que Manoela Sawitzki constrói personagens de uma forma rara nos dias de hoje; dá-lhes tanta vida que eles extrapolam o livro e vêm habitar nosso mundo real.
O romance conta a história de uma menina que “não achava graça em brincar de amores que não fossem clandestinos”. Júlia vive num mundo de mentiras, que ela mesma inventa, como forma de dar poesia à vida, de suportar suas dores, que não são poucas: a perda da mãe, o pai que sofreu um derrame, a avó louca. Mas Júlia vai além de inventar: ela acredita em suas próprias mentiras, como o escritor na ficção. E é assim que passa a vida esperando por Leon, o homem que escolheu para si. Mesmo depois de casada com Klaus, mesmo quando Leon se torna seu amante, Júlia nunca deixa de esperar: como se sem a espera o amor não fosse possível.
Nesse seu segundo romance Manoela nos leva a uma viagem de fantasias através de uma prosa impactante, sedutora e segura daquilo que faz.
TATIANA SALEM LEVY, na orelha da edição da Cotovia de Suíte Dama da noite

A AUTORA
Manoela Sawitzki
A jornalista, escritora e dramaturga Manoela Sawitzki tem 31 anos. Em 2002 publicou o seu primeiro romance, "Nuvens de Magalhães". Em 2004 conquistou o terceiro lugar no “Prêmio Funarte de Dramaturgia”, com o seu primeiro texto para teatro, "Calamidade". O mesmo texto foi seleccionado para integrar os ciclos de leituras dramáticas "Tudo é Teatro", realizado no Sesc Copacabana Rio de Janeiro, em 2005, e “Letras em Cena”, no Museu das Artes de São Paulo (MASP), em 2007. Por “Calamidade”, Manoela recebeu o “Prêmio Açorianos de Teatro - 2006 de Melhor Dramaturgia”.
Em Setembro de 2006, o texto “Três Vias” ganhou leitura no projecto “Letras em Cena”, realizado no MASP. Em 2007, outro texto inédito, “Dois Pajens”, foi um dos quatro textos seleccionados nacionalmente para o ciclo de leituras encenadas “Dramaturgia Contemporânea”, do projecto “Dramaturgias”, realizado no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo.
Escreveu, em parceria com o roteirista Rodrigo John, o roteiro do longa-metragem “Rita”, cujo argumento elaborado pela dupla recebeu o “Prêmio Santander Cultural” para “Projectos de Longa Metragem de 2005”. Numa parceria com outro roteirista, em 2007, adaptou contos para um especial de teledramaturgia.
Manoela Sawitzki colabora com as revistas Aplauso e Bravo!, cobrindo especialmente as áreas de teatro e literatura.
“Suíte Dama da Noite” é a sua primeira obra publicada em Portugal.

Um lançamento da




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