ELOGIEMOS OS HOMENS ILUSTRES
James Rufus Agee e Walker Evans
Um jovem escritor e um grande fotógrafo vão ao sul dos Estados Unidos para fazer a reportagem que revolucionou o jornalismo
Páginas - 520
Para produzir uma grande reportagem para a revista Fortune, o escritor e jornalista James Agee e o fotógrafo Walker Evans aprofundaram-se no sul dos Estados Unidos, em 1936, com o objetivo de retratar os efeitos da Grande Depressão que assolava o país. Durante quatro semanas, conviveram com três famílias de meeiros pobres do Alabama, numa relação tão próxima que chegaram a dormir na choupana de uma delas e a flertar com uma garota de outra família. O resultado dessa experiência extrapolou largamente os limites do que era conhecido como boa reportagem, e a matéria nunca chegou a ser publicada na imprensa.
Ao longo dos anos seguintes, Agee reformulou o texto e o deixou ainda mais pessoal e refinado. Publicado em livro, em 1941, a aventura de Agee e Evans tornou-se desde então referência obrigatória para os estudos de jornalismo, literatura e antropologia. Ao mesmo tempo retrato minucioso - a ponto de dedicar várias páginas à descrição de um único aposento de casebre rural - e reflexão audaz sobre os limites da observação e da representação, já que Agee reflete de maneira pungente acerca do encontro entre duas realidades tão diversas - a dos dois "invasores" urbanos e cultos e a dos iletrados roceiros -, Elogiemos os homens ilustres é hoje reconhecido universalmente como obra de grande densidade literária e humana.
Em seu realismo brutal e ao mesmo tempo poético, as 61 fotos em preto e branco de Evans que abrem o livro como um filme mudo, sem legendas, traduzem, comentam e amplificam o impacto do texto. Com uma franqueza sem efeitos, elas captam a dor e a desesperança da paisagem humana.
Considerado o documento mais completo e corajoso da Grande Depressão, época em que os poderosos Estados Unidos viveram seu dia de Terceiro Mundo, este livro singular ultrapassa em muito o quadro histórico e social que o inspirou e permanece hoje, sete décadas depois de realizado, como uma impressionante tentativa de conhecer e compreender a miséria do "outro".

Em seu realismo brutal e ao mesmo tempo poético, as 61 fotos em preto e branco de Evans que abrem o livro como um filme mudo, sem legendas, traduzem, comentam e amplificam o impacto do texto. Com uma franqueza sem efeitos, elas captam a dor e a desesperança da paisagem humana.
Considerado o documento mais completo e corajoso da Grande Depressão, época em que os poderosos Estados Unidos viveram seu dia de Terceiro Mundo, este livro singular ultrapassa em muito o quadro histórico e social que o inspirou e permanece hoje, sete décadas depois de realizado, como uma impressionante tentativa de conhecer e compreender a miséria do "outro".
Leia um trecho em pdf
OS AUTORES
James Rufus Agee

Os seus poemas caracterizam-se por uma linguagem melodiosa e por um ritmo magistral: Permit me voyage (1934). Escreveu também romances psicológicos. Trabalhou como argumentista/roteirista para muitos filmes de Hollywood. Agee morreu em 1955.
Bibliografia
* 1934 Permit Me Voyage, in the Yale Series of Younger Poets
* 1941 Let Us Now Praise Famous Men: Three Tenant Families, Houghton Mifflin
* 1951 The Morning Watch, Houghton Mifflin
* 1951 The African Queen, roteiro baseado na obra de C. S. Forester
* 1952 Face to Face (episódio: The Bride Comes to Yellow Sky), argumento da história de Joseph Conrad
* 1954 The Night of the Hunter romance
* 1957 A Death in the Family (póstumo; adaptação: All the Way Home)
* Agee on Film
* Agee on Film II
* Letters of James Agee to Father Flye
* The Collected Short Prose of James Agee
Walker Evans

Walker Evans, que originalmente queria ser escritor descobriu a sua paixão pela fotografia durante os anos 20. Os seus primeiros trabalhos exibiam já a sua visão objectiva e extremamente atenta ao pormenor.
Em 1935 entrou ao serviço da F.S.A. (Farm Security Administration), um organismo federal criado por Roosevelt para dar solução à crise agrícola dos Estados Unidos da América durante o período da Grande Depressão. Usando a fotografia como prova da miséria em que viviam os agricultores americanos, Evans registava o cotidiano com precisão objectiva, dignificando, apesar de tudo, a pobreza em que estes agricultores viviam. Em 1938, depois de concluir o seu trabalho para a F.S.A., o Museum Of Modern Art de Nova York honrou a obra de Evans com uma exposição, a primeira dedicada por este museu a esta profissão.
Evans é conhecido por duas séries de fotografias: uma delas é o levantamento documental da comunidade agrícola norte americana e a outra está documentada no livro Elogiemos os homens ilustres. Estes dois trabalhos são considerados os expoentes máximos da fotografia documental. Área em que W. Evans é considerado como uma das figuras maiores.




UM LANÇAMENTO
Nenhum comentário:
Postar um comentário