domingo, 13 de dezembro de 2009

ELOGIEMOS OS HOMENS ILUSTRES

ELOGIEMOS OS HOMENS ILUSTRES

James Rufus Agee e Walker Evans


Um jovem escritor e um grande fotógrafo vão ao sul dos Estados Unidos para fazer a reportagem que revolucionou o jornalismo

Páginas - 520

Para produzir uma grande reportagem para a revista Fortune, o escritor e jornalista James Agee e o fotógrafo Walker Evans aprofundaram-se no sul dos Estados Unidos, em 1936, com o objetivo de retratar os efeitos da Grande Depressão que assolava o país. Durante quatro semanas, conviveram com três famílias de meeiros pobres do Alabama, numa relação tão próxima que chegaram a dormir na choupana de uma delas e a flertar com uma garota de outra família. O resultado dessa experiência extrapolou largamente os limites do que era conhecido como boa reportagem, e a matéria nunca chegou a ser publicada na imprensa.

Ao longo dos anos seguintes, Agee reformulou o texto e o deixou ainda mais pessoal e refinado. Publicado em livro, em 1941, a aventura de Agee e Evans tornou-se desde então referência obrigatória para os estudos de jornalismo, literatura e antropologia. Ao mesmo tempo retrato minucioso - a ponto de dedicar várias páginas à descrição de um único aposento de casebre rural - e reflexão audaz sobre os limites da observação e da representação, já que Agee reflete de maneira pungente acerca do encontro entre duas realidades tão diversas - a dos dois "invasores" urbanos e cultos e a dos iletrados roceiros -, Elogiemos os homens ilustres é hoje reconhecido universalmente como obra de grande densidade literária e humana.

Em seu realismo brutal e ao mesmo tempo poético, as 61 fotos em preto e branco de Evans que abrem o livro como um filme mudo, sem legendas, traduzem, comentam e amplificam o impacto do texto. Com uma franqueza sem efeitos, elas captam a dor e a desesperança da paisagem humana.

Considerado o documento mais completo e corajoso da Grande Depressão, época em que os poderosos Estados Unidos viveram seu dia de Terceiro Mundo, este livro singular ultrapassa em muito o quadro histórico e social que o inspirou e permanece hoje, sete décadas depois de realizado, como uma impressionante tentativa de conhecer e compreender a miséria do "outro".



Leia um trecho em pdf




OS AUTORES

James Rufus Agee
Nasceu em 1909, no Tennessee, e se formou em Harvard. Escritor, jornalista, poeta e roteirista, nos anos 40 e 50 foi um dos mais influentes críticos de cinema dos Estados Unidos. Seu romance autobiográfico A death in the family, publicado postumamente em 1957, ganhou o prêmio Pulitzer.
Os seus poemas caracterizam-se por uma linguagem melodiosa e por um ritmo magistral: Permit me voyage (1934). Escreveu também romances psicológicos. Trabalhou como argumentista/roteirista para muitos filmes de Hollywood. Agee morreu em 1955.

Bibliografia

* 1934 Permit Me Voyage, in the Yale Series of Younger Poets
* 1941 Let Us Now Praise Famous Men: Three Tenant Families, Houghton Mifflin
* 1951 The Morning Watch, Houghton Mifflin
* 1951 The African Queen, roteiro baseado na obra de C. S. Forester
* 1952 Face to Face (episódio: The Bride Comes to Yellow Sky), argumento da história de Joseph Conrad
* 1954 The Night of the Hunter romance
* 1957 A Death in the Family (póstumo; adaptação: All the Way Home)
* Agee on Film
* Agee on Film II
* Letters of James Agee to Father Flye
* The Collected Short Prose of James Agee



Walker Evans
Nasceu em3 de novembro de 1903, Saint Louis, EUA - morreu em New Haven, EUA, 10 de abril de 1975) . Estudou literatura francesa antes de ficar famoso por seu trabalho de documentação, para o governo norte-americano, dos efeitos da Grande Depressão. Suas fotos fazem parte do acervo de museus como o MoMa e Metropolitan, de Nova York. Morreu em 1975. foi um fotógrafo estado-unidense.

Walker Evans, que originalmente queria ser escritor descobriu a sua paixão pela fotografia durante os anos 20. Os seus primeiros trabalhos exibiam já a sua visão objectiva e extremamente atenta ao pormenor.

Em 1935 entrou ao serviço da F.S.A. (Farm Security Administration), um organismo federal criado por Roosevelt para dar solução à crise agrícola dos Estados Unidos da América durante o período da Grande Depressão. Usando a fotografia como prova da miséria em que viviam os agricultores americanos, Evans registava o cotidiano com precisão objectiva, dignificando, apesar de tudo, a pobreza em que estes agricultores viviam. Em 1938, depois de concluir o seu trabalho para a F.S.A., o Museum Of Modern Art de Nova York honrou a obra de Evans com uma exposição, a primeira dedicada por este museu a esta profissão.

Evans é conhecido por duas séries de fotografias: uma delas é o levantamento documental da comunidade agrícola norte americana e a outra está documentada no livro Elogiemos os homens ilustres. Estes dois trabalhos são considerados os expoentes máximos da fotografia documental. Área em que W. Evans é considerado como uma das figuras maiores.







UM LANÇAMENTO

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