segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Programa Bebelendo

Programa Bebelendo - Uma intervenção precoce de leitura
de Tania Rösing e Rita de Cássia Tussi


208 pág.


A obra das professoras Tania Rösing e Rita de Cássia Tussi mostra a importância do processo de formação de leitores com a participação de adultos mediadores como pais e cuidadores.

Não é preciso esperar que a criança complete um ano de idade para começar a contar histórias. A formação do pequeno leitor pode e deve começar bem antes, ainda na vida intrauterina.

A obra, lançada na 13ª Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo, é resultado de um estudo investigativo na linha de pesquisa Leitura e Formação de Leitor, demonstrando a importância do processo de formação de leitores com a participação de adultos mediadores como pai, mãe e cuidadores. As autoras propõem ações de estímulo ao aprimoramento do desempenho dos bebês como futuros leitores, preparando as gestantes, desenvolvendo o gosto pela leitura literária, a partir dos 6 meses de gestação. Tania Rosing, coordenadora das Jornadas Literárias, ressaltou que é necessário investir na vida intrauterina. “É preciso estar preparado para contar histórias para este bebê que está vindo ao mundo. Temos que garantir mais e melhores leitores para o futuro”, frisou”. Segundo ela, a Unesco recomenda esse tipo de programa.

“Procuramos recuperar a importância de conversar com a criança desde quando se encontra no ambiente intra-uterino e no momento posterior ao nascimento, de cantar canções de ninar e de brincar, de recitar parlendas e trava-línguas, de narrar pequenas histórias, de promover brincadeiras de roda, de valorizar espécies literárias de natureza folclórica”, dizem as autoras.

Para desenvolver comportamentos precoces de leitura, as sugestões envolvem gestantes e bebês de 0 a 12 meses, de 12 a 24 meses e de 24 a 36 meses. Crianças com dificuldades visuais e auditivas também foram contempladas no projeto.

O estudo foi realizado a partir de três projetos: Bookstart, da Inglaterra; Música para bebês, de Porto Alegre; e Leitura na Creche, de Passo Fundo, Rio Grande do Sul.

Ações precoces de incentivo à leitura serão eficazes se embasadas num conhecimento teórico sobre os processos que envolvem o ato de ler. As autoras provam que a promoção de leitura na infância inicial se faz pela voz e pelas mãos dos pais e cuidadores, uma vez que a literatura não chega à criança sozinha. “A literatura se transforma, neste estudo investigativo, num recurso cultural que será utilizado, por meio da oralidade, para desenvolver atividades de incentivo à leitura”.

“A leitura não pode ser vista como passatempo nem na infância inicial. Ao ler para o bebê, processos fisiológicos, cognitivos, afetivos e simbólicos já existentes estão sendo estimulados, acarretando importantes modificações nesses campos”, explica Tania Rösing.

Outro benefício importante citado está relacionado ao lado afetivo dos bebês. A estimulação do bebê nos primeiros anos de vida por meio da literatura oral pode reforçar vínculos afetivos, de ajudar a criança no entendimento e elaboração dos sentimentos e dos medos que toda criança tem, mesmo que seja em segredo.

O melhor da obra é que pais e mediadores não necessitam de uma capacitação profissional nem de recursos especiais para a tarefa de aproximar o bebê do livro. Algumas orientações poderão servir de fio condutor no processo de incentivo à leitura para que os pais e cuidadores se reconheçam como mediadores: oferecer livros de forma afetiva, ler, contar histórias com sentimento e convicção, visitar bibliotecas e livrarias.

Na verdade, o maior incentivo aos pais para promoverem ações de leitura para seus filhos é o amor que sentem por eles. “Ações de incentivo à leitura são comportamentos que podem transformar crianças em leitores precoces com sensibilidade plena e permanente”, garantem Tania e Rita de Cássia.

O Programa Bebelendo necessita de um primeiro ano para a conscientização da gestante e de mais três anos para atividades que visem à formação e à mudança de comportamentos de leitura. Isso significa que serão necessários quatro anos para que o programa seja aplicado na íntegra no caso de creches e bibliotecas parceiras, por exemplo.

As autoras

Tania Mariza Kuchenbecker Rösing é doutora em Letras – Teoria da Literatura pela PUC/RS. É professora do curso de Graduação em Letras e do Programa de Mestrado em Letras da Universidade de Passo Fundo. Faz parte do grupo de pesquisa na linha Leitura e Formação do Leitor. É coordenadora do Centro de Referência de Literatura e Multimeios da Universidade de Passo Fundo. Pertence à Comissão Diretiva do Plano Nacional do Livro e Leitura.

Rita de Cássia Tussi é graduada em Letras pela Universidade de Passo Fundo/RD, com especialização em Lingüística Aplicada ao Ensino de Língua Estrangeira. Mestre em Letras – Estudos Literários pela UPF/RS, desenvolve pesquisas na linha de formação de leitores na infância inicial. Sua experiência profissional abrange docência no ensino básico e no ensino superior.

LANÇAMENTO DA








Nenhum comentário: