quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Peças do final de semana da 5ª Mostra Cena Breve



A 5ª Mostra Cena Breve, que está sendo realizada no Teatro da Caixa reunindo 14 grupos teatrais de Curitiba, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, apresentará, no sábado, as cenas “Pecinhas para uma Tecnologia do Afeto – O Teste”, do Teatro de Ruído; “Meu Sonho é Participar de um Filme de Pedro Almodóvar”, da Cia Pé no Palco; e “Suba na Vida”, do grupo Casa de Passagem, de Belo Horizonte. No domingo teremos “5 Cabeças à Espera de um Trem”, da Cia 5 Cabeças, de Belo Horizonte; “Looners”, do grupo Elenco de Ouro; e "Prêtà-Porquê", da Cia Portátil.

Na segunda-feira, no encerramento da primeira semana da Mostra será apresentada a cena convidada “A Mudança”, da Cia do Chá, de Belo Horizonte.

Pecinhas para uma Tecnologia do Afeto – O Teste

A cena é uma conjunção de nove textos de autoria do autor curitibano Luiz Felipe Leprevost. Cada um deles foi escrito especificamente para os atores que o personificam. Ou seja, são endereçados e contém elementos pessoais, biográficos. Escritos com afeição genuína.

Os nove monólogos acontecem simultaneamente, em diversos locais da Caixa Cultural. Apesar de terem sido escritos separadamente para cada ator, os textos guardam semelhanças estéticas e também em seu conteúdo. Dialogam entre si, acontecem em conjunto. Cada pecinha dessas é parte de uma engrenagem. Um único monólogo pode, de fato, significar todos os outros. Apesar de ser apenas uma parte, é tão bem construído que pode significar o todo. A cena é uma tentativa de alargar os significados, distribuindo-se os vários significantes (monólogos) pelo espaço.

O Teatro de Ruído é resultante da simbiose Companhia Provisória/Os Iconoclastinhas. Da Provisória veio a experiência com encenação, da Iconoclastinhas, a dramaturgia de Luiz Felipe Leprevost. Existe, sob esta denominação, desde março de 2009.

FICHA TÉCNICA

Texto: Luiz Felipe Leprevost

Coordenação: Nina Rosa Sá
Atuantes: Ana Ferreira, Ciliane Vendruscolo, Emanuelle Sotoski, Kelly Eshima, Leo Fressato, Nina Rosa Sá e Uyara Torrente.

Colaboradores: Daniel Starck, Fabiana Pescara e Renata Skrobot

Meu Sonho é Participar de um Filme de Pedro Almodóvar

A cena é inspirada nas personagens femininas do cineasta espanhol Pedro Almodóvar. A dramaturgia é de Luiz Felipe Leprevost. Três breves atos/filmes denunciam particularidades almodovarianas: Má Educação, Mulheres à Beira de Um Ataque de Nervos e Volver. Em cena os atores revelam um desejo em comum, participar de um filme de Almodóvar e vivenciam intensamente personagens tingidas pelas cores do cineasta espanhol. Todo esse mundo de cores berrantes acontece mesclado com a nossa conhecida Curitiba cinzenta.

FICHA TÉCNICA
Texto Luiz Felipe Leprevost

Direção Vanessa Corina
Elenco Amaranta, Diogo Zavadzki, Fátima Ortiz, Julyana Spriscigo
Cenário Vanessa Corina
Figurino Renata Luciana

Iluminação Alexandre Bonin

Sonoplastia Vanessa Corina

Produção O Grupo

Suba na Vida

“Suba na Vida” é uma cena que apresenta fragmentos de rotinas e o encontro inusitado de três mulheres: uma que se situa no universo da propaganda metaforizado por uma vendedora de Barbie; outra no ambiente do trabalho burocrático condicionado pelas tarefas automatizadas, representado por uma atendente de tele-marketing, e a terceira, uma mulher desgastada pelo tempo e pelo tédio, que se entope com uma dieta a base de pílulas milagrosas e jogos de sorte e azar.

Baseada na ocupação e intervenção cênica em espaços públicos e privados e na pesquisa de uma atuação que busca momentos de não-representação e diálogos com público, a cena, que faz parte do espetáculo ainda em processo de construção, apresenta o jogo polifônico de narrativas entre as atrizes, conduzido por uma trilha sonora urbana, irônica e retrô, realizada ao vivo.

O grupo “Casa de passagem”, de Belo Horizonte, é um projeto independente de ações cênicas e festivas, que busca ocupar diversos lugares, com intervenções, música, espetáculos e encontros entre artistas. Idealizado pelos artistas Admar Fernandes, Joyce Malta, Letícia Andrade e Patrícia Lanari, o coletivo deseja propor um olhar des-viciado, crítico, poético e boêmio sobre os espaços, assumindo um caráter itinerante.

O projeto já realizou diversas ações culturais, como “As águas vão rolar, na Gruta”, e o “Bar e Festa de 10 Anos do Festival de Cenas Curtas do Galpão Cine Horto”, nos quais reuniu parceiros inestimáveis e o “Bar do I Festival de Performance de Belo Horizonte”, que propôs instalações críticas e irônicas e uma programação musical contemporânea, popular, interativa e dançante.

FICHA TÉCNICA

Concepção e atuação: Joyce Malta, Kenia Dias e Letícia Andrade

Direção: Lenine Martins

Intervenção Sonora: Admar Fernandes

Ocupação Cênica: Patricia Lanari

5 Cabeças à Espera de um Trem

“5 Cabeças à Espera de um Trem” é uma “comédia musical absurda”, criada originalmente para participar do X Festival de Cenas Curtas do Galpão Cine Horto, em Belo Horizonte, no ano de 2009. Uma proposta simples que ganhou a simpatia do público fazendo com que a cena fosse a mais votada de todo o Festival com a maioria absoluta dos votos (53%).

Para criar a cena o grupo partiu de referências dramatúrgicas como as obras de Eugène Ionesco, Fernando Arrabal e Samuel Beckett, e visuais como o filme The Cost of Living, dirigido por Lloyd Newson e encenada pelo grupo inglês DV8 Physical Theatre.

Referências pessoais também estão impressos no material e talvez a mais forte delas seja a criação da personagem grávida que a princípio era feita por Luisa Rosa e que durante o processo foi assumida por Mariana Câmara. Luisa realmente estava grávida e teve a “bolsa” rompida durante um ensaio, faltando cerca de um mês para a estréia.

Músicas e coreografias são executadas pelos atores numa espécie de “balé cabeça”. São exploradas as mais variadas possibilidades de movimento que podem nos proporcionar essas cinco “cabeças-bailarinas-cantoras”. Além disso, há um assunto muito sério abordado durante toda a cena: Nick Van Drick voltará ou não com os cigarros que saiu para comprar?

A Cia 5 Cabeças, de Belo Horizonte, (incluindo diretor, assistente de direção, músico, maquiador, etc.) é um coletivo de grandes amigos que se uniu em prol deste projeto. Embora o coletivo não tenha a pretensão de transformar a cena em um espetáculo – já que foi criada para ser uma cena curta que se justifica e finda em si mesma, dentro dos 15 minutos – está com uma nova proposta de trabalho que será inscrito no Prêmio Myriam Muniz e nas Leis de Incentivo à Cultura Federal, Estadual e Municipal.

FICHA TÉCNICA
Direção : Byron O’Neill

Assistente de Direção: Alexandre Cioletti

Dramartugia: Byron O’Neill

Atores: Carol Oliveira, Luisa Rosa, Mariana Câmara, Ronaldo Jannotti e Saulo Salomão

Músico/Trilha Sonora Original: Rafael Nelvam

Criação de Luz: Ronaldo Jannotti e Byron O`Neill

Maquiagem e adereços: Daniel Mendes

Concepção do cenário: Byron O`Neill, Ronaldo Jannotti e Gilberto Alves

Execução do cenário: Terno Teatro (Gilberto Alves)

Produção: Byron O`Neill, Ronaldo Jannotti e Mariana Câmara

Apoio de Cena / Olhar de Fora: Marcelo Aléssio

Costureira: Maria Guiomar da Silva

Fotos de divulgação: Ronaldo Jannotti

Looners

Depois de anos pesquisando a possibilidade de um teatro de base não textual, o grupo Elenco de Ouro inicia uma nova fase, em que busca justamente no texto a abertura para uma encenação que comporte múltiplas interpretações. Uma encenação que não apenas ilustre a palavra escrita, mas dialogue com ela, criando espaços dentro da estrutura dramatúrgica que permitam ao espectador completar a obra a partir de sua capacidade cognitiva. Este é o caso de Looners , texto escrito em 2009 e que tem como ponto de partida o fetiche por balões de látex.

Traçando paralelos entre o vazio do balão inflado, o conceito de vazio na tradição taoista (que diverge radicalmente do sentido pejorativo que a palavra adquire em nossa sociedade) e o vazio do narrador(a) que divaga verborragicamente por toda a cena, mas que almeja o silêncio; “Looners” (com)funde as vozes da atriz (Karina Pereira) e do diretor e autor (Cleber Braga), construindo um ambiente onírico onde a individualidade se dilui e a cena se debruça sobre si mesma.

FICHA TÉCNICA

Direção e dramaturgia: Cleber Braga

Atriz: Karina Pereira

Iluminação: Fábia Regina

Sonoplastia: Cleber Braga

Figurino: Bruna Leal

Operadora de sonoplastia :Jéssica Beatriz

Diretora de Produção: Jéssica Beatriz

Realização: Cia.Elenco de Ouro.

Prêtà-Porquê

Em "Prêtà-Porquê", os personagens que ali se apresentam, tentam por vezes, iludir a platéia com seus "truques" e "artimanhas" já desgastados pelo tempo: um grupo itinerante que, mantém os mesmos números artísticos realizados desde sua união, a cinco anos atrás, e que permanecerá por mais cinquenta anos em turnê pelos mais diversos públicos de uma única cidade.

A Cia Portátil surgiu em 2001 com direção de Rafael Camargo, e que mais tarde, tornou-se mediador das pesquisas direcionadas às variantes do gênero cômico. Produziu os seguintes espetáculos e eventos: “As Fabulosas”, “Linguiça no Campo”, “Projeto Multiprocessador”, “Festival de Monólogos”, “Prêtà-Porquê” e “Elizaveta Bam”. Em 2010 retornará com novas pesquisas em encenação e dramaturgia, orientada pelo diretor Márcio Mattana.

FICHA TÉCNICA
Texto: Cia Portátil

Direção: Rafael Camargo
Elenco: Alan Raffo , Jussara Batista, Marcel Szymanski , Paulo Marques

Ator convidado: Rodrigo Ferrarini ­

Cenário: Cia Portátil
Figurino: Adriana Alegria e Cia Portátil

Maquiagem: Cia Portátil
Iluminação: Wagner Corrêa

Sonoplastia: Rafael Camargo e Cia Portátil

Produção: Cia Portátil

A Mudança

Inspirada na novela “A metamorfose” do autor tcheco Franz Kafka e em outros escritos do mesmo autor, “A mudança” leva à cena o estranho acordar do jovem Gregor Samsa que se vê, de alguma forma, mudado. O fato desencadeia entre os membros de sua família – pai, mãe e irmã – estranheza, medo e a alteração de suas rotinas. Quando algo muda, outras mudanças são quase obrigatórias. Mas, afinal, o quê, naquela casa, mudava o quê?

“A mudança” busca um retrato das estranhezas do comportamento humano; das práticas de violências – reais ou simbólicas – que permeiam as relações do homem moderno e da sua recorrente “coisificação”; dos “estados de guerra” presentes nos cotidianos domésticos e no íntimo de todos nós.

A montagem de “A mudança” se inspira em todo o universo imagético advindo dos movimentos artísticos e históricos pertencentes ao contexto em que Kafka viveu: nas luzes recortadas e no jogo com sombras, as referências expressionistas; nas composições espaciais as referências a lugares associados à guerra como campos de batalha e trincheiras. Dialogando com a estranha atmosfera dos ambientes presentes na obra de Kafka, a cena expõe também corpos estranhos. Corpos esquisitos, inspirados no mundo exótico da filmografia de Tim Burton. Corpos que se “coisificam”.

"A mudança" participou do X Festival de Cenas Curtas do Galpão Cine Horto em junho de 2009, onde foi contemplada com o prêmio Cena-Espetáculo. Premiação que dá apoio à companhia para transformar a cena em um espetáculo, com orientação dramatúrgica de Luis Alberto de Abreu.

Sediada em Belo Horizonte, a Cia. do Chá se formou em 2007 por um grupo de alunos do curso profissionalizante de teatro do CEFAR-Palácio das Artes. Nasceu do desejo de encontrar uma linguagem cênica que acomodasse as vontades artísticas de seus integrantes. O grupo aposta na criação que parte da heterogeneidade de seus envolvidos – a potencialidade e sobretudo, as identidades e interesses de cada um, característica que permite experimentações e trânsitos por linguagens teatrais. A Cia do Chá se preocupa, ainda, com o diálogo dessas linguagens com os diversos públicos. O grupo tem em seu repertório duas montagens: o espetáculo "Da ordem das coisas" e a cena curta "A mudança".

FICHA TÉCNICA

Direção: Francis Severino

Dramaturgia: Sara Pinheiro (em colaboração com direção e elenco)

Atuação: Cristiane Andrade, João Valadares, Marcus Vinícius Souza e Sara Pinheiro

Cenário e Figurino: Luiz Dias

Iluminação: Gil Ésper

Trilha sonora: Francis Severino e Jésus Lataliza

Produção e Realização: Cia do Chá

Programação

Dia 21/11 às 21 horas

Pecinhas para uma tecnologia do afeto – Teatro de Ruído – Curitiba

Meu sonho é participar de um filme do Pedro Almodóvar – Pé no Palco – Curitiba

Promoção do dia: entre sem bater e suba na vida – Casa de Passagem – Belo Horizonte

Dia 22/11 às 19 horas

5 cabeças à espera de um trem – Cia 5 cabeças – Belo Horizonte

Looners – Elenco de Ouro – Curitiba

Pretà-Porque – Cia. Portátil – Curitiba

Dia 23/11 às 19 horas

Conexão Galpão Cine-Horto (cena A Mudança – Cia do Chá)

Serviço:

Espetáculo: Mostra Cena Breve Curitiba

Local: Teatro da Caixa

Data: 21 a 23/11/2009

Horário: Sábado às 21 horas, domingo e segunda às 19 horas

Endereço: Rua Conselheiro Laurindo, 280 - Edifício Sede II

Recepção: 2118-5111

Ingressos: R$ 6,00 e R$ 3,00 (clientes, idosos, estudantes ou quem levar um kg de alimento não perecível)

Classificação etária: 14 anos

Lotação máxima do teatro: 123 lugares

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