FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL (EDIÇÃO COMEMORATIVA)
de Celso Furtado
Páginas - 616
É de 1959 a primeira edição de Formação econômica do Brasil. Em cinquenta anos, seguiram-se mais de trinta edições e traduções em nove línguas. Escrita quando o economista estava na Universidade de Cambridge, a obra frutificou ao longo dos anos, tendo inspirado gerações de pesquisadores e universitários que a ela dedicaram teses não só na área de economia, como da sociologia, política, história.
A originalidade do enfoque de Celso Furtado (1920-2004) foi debruçar-se sobre o passado para esclarecer o presente, isto é, buscar nos cinco séculos de nossa história as raízes dos problemas que dificultavam o desenvolvimento do país. Também inovadora era a combinação do método histórico com a análise econômica, que o levou a esboçar uma visão interpretativa da sociedade brasileira e a abrir novos horizontes da compreensão do passado. Esse "modo amplo de ver", como escreveu na época o historiador Francisco Iglesias, foi uma das razões que fez seu colega francês, o historiador Fernand Braudel, a considerar Formação econômica do Brasil um dos grandes livros de história econômica do mundo.
A edição comemorativa foi organizada por Rosa Freire d'Aguiar Furtado, que também assina uma introdução sobre o economista e sua obra mais conhecida, e apresentada pelo historiador Luiz Felipe de Alencastro, titular da cátedra de história do Brasil em Sorbonne. Além do próprio livro, a edição traz críticas e artigos publicados desde os anos 1950 e assinados por 21 renomados historiadores e economistas que, no Brasil e no exterior, escreveram sobre Formação econômica do Brasil, e também um caderno de fotos, uma cronologia da vida de Celso Furtado e uma lista completa de suas obras publicadas no Brasil e no exterior.
O AUTOR
Celso Furtado (C. Monteiro F.) nasceu em 26 de julho de 1920 em Pombal (Paraíba) e faleceu em 20 de novembro de 2004 no Rio de Janeiro. Filho de Maurício de Medeiros Furtado, de família de magistrados, e de Maria Alice Monteiro Furtado, de família de proprietários de terra. Foi casado com a jornalista Rosa Freire d`Aguiar.
Estudos secundários no Liceu Paraibano, em João Pessoa, e no Ginásio Pernambucano, no Recife. Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1944), Doutor em Economia (1948) pela Universidade de Paris (Sorbonne). Estudos de pós-graduação na Universidade de Cambridge, Inglaterra (1957), sendo Fellow do King`s College. Participou da Força Expedicionária Brasileira durante a Segunda Guerra Mundial.
Técnico de Administração do Governo Brasileiro (1944-45). Economista da Fundação Getúlio Vargas (1948-49);
Como Diretor da Divisão de Desenvolvimento da CEPAL (1949-57), contribuiu de forma decisiva, ao lado do economista argentino Raúl Prebish, para a formulação do enfoque estruturalista da realidade socioeconômica da América Latina;
Diretor do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico (BNDE) (1958-59);
No Governo de Juscelino Kubitschek, elaborou o Plano de Desenvolvimento do Nordeste, que deu lugar à criação da SUDENE, órgão que dirigiu por cinco anos (1959-64);
No Governo João Goulart, foi o primeiro titular do Ministério do Planejamento (1962-63);
Com o golpe militar de 1964, teve seus direitos políticos cassados por dez anos, dedicando-se então à pesquisa e ao ensino da Economia do Desenvolvimento e da Economia da América Latina em diversas universidades como as de Yale (EUA, 1964-65), Sorbonne (França, 1965-85), American University (EUA, 1972), Cambridge (“Cátedra Simon Bolívar”- Inglaterra, 1973-74), Columbia (EUA, 1976-77);
Com a redemocratização, foi embaixador do Brasil junto à Comunidade Econômica Européia (1985-86), em Bruxelas, e Ministro da Cultura do Governo Sarney (1986-88), quando elaborou a primeira legislação de incentivos fiscais e fez a defesa da identidade cultural brasileira;
Membro do Conselho Editorial das revistas Econômica Brasileira (1954-64), Desarollo Ecnómico (Buenos Aires, 1966-70), El Trimestre Econômico (México, 1965- ), Revista de Economia Política (São Paulo, 1981- ), Pensamiento Iberoamericano (Madri, 1982- );
Membro do Conselho Acadêmico da Universidade das Nações Unidas (Tóquio, 1978-82), do Committee for Development Planning das Nações Unidas (1979-82), da South Commission (1987-91), da Commission mondiale pour la Culture et lê développement (ONU/UNESCO, 1993-95), do Comitê International de Bioéthique (UNESCO, 1995-97);
Doutor Honoris Causa das Universidades: Técnica de Lisboa (Portugal, 1987), da Estadual de Campinas-UNICAMP (Campinas, SP, 1990), Federal de Brasília (Brasília, 1991), Federal do Rio Grande do Sul (Porto Alegre, 1994), Federal da Paraíba (João Pessoa, 1996), Pierre Mendès-France (Grenoble, França, 1996), Estadual do Ceará (Fortaleza, 2001), Estadual de São Paulo-UNESP (São Paulo, 2002), Federal do Rio de
Janeiro (Rio de Janeiro, 2002);
Membro do PEN Clube do Brasil (1991);
Em 1997, a Academia de Ciências do Terceiro Mundo, sediada em Trieste, criou o “Prêmio Celso Furtado”, outorgado a cada dois anos a um cientista social do Terceiro Mundo;
Em 2001 a Fundação Carlos Chagas de Apoio à Pesquisa do estado do Rio de Janeiro instituiu o “Prêmio Celso Furtado de desenvolvimento”;
Membro da Academia Brasileira de Ciências (2003).
O economista Celso Furtado não se considerava “homem de letras”, mas homem de pensamento. Como pensador o reconhecem também críticos e estudiosos da economia, como o economista Francisco de Oliveira, ao afirmar que a obra de Celso Furtado vai além de outras interpretações da realidade brasileira, “não porque seja teoricamente superior, senão porque foi escrita in actione. Enquanto as obras anteriores explicaram e “construíram” o país do passado, a de Furtado explica e “constrói” o Brasil de seus dias”.
Na revista Estudos Avançados da USP (n.15-43,2001), Tomás Szmrecsányi, professor do Instituto de Geociências da UNICAMP, escreve que “Celso Furtado continua sendo até hoje o economista brasileiro mais conhecido e melhor conceituado no mundo todo (...) não tanto pelos cargos que ocupou aqui e no exterior, mas principalmente ao interesse e à qualidade dos seus trabalhos científicos e técnicos em áreas tão diversas como a História Econômica, a Teoria do Desenvolvimento, a Política Econômica e o Planejamento. Já se contam às dezenas os estudos monográficos, as teses universitárias e os livros que foram publicados a respeito dos seus trabalhos”.
No Correio das Artes n. 400 (de 31 de outubro de 1997), suplemento mensal de A União, de João Pessoa, Evandro Nóbrega, Coordenador Geral e Editor dessa edição comemorativa de sua recepção na ABL, registrou esse depoimento de Celso Furtado: “Quando, finalmente, aos 26 anos de idade, comecei a estudar Economia de maneira sistemática, minha visão do mundo já estava definida. Assim, a Economia não chegaria a ser mais que um instrumental, que me permitia com maior eficácia tratar problemas que vinham da observação da História ou da vida dos homens em Sociedade.Pouca influência teve a Economia, portanto, na conformação do meu espírito. Nunca pude compreender a existência de um problema “estritamente econômico”. Por exemplo, a inflação nunca foi, em meu espírito, outra coisa senão a manifestação de conflitos de certo tipo entre grupos sociais. Da mesma forma, uma empresa nunca foi outra coisa senão a materialização do desejo e Poder de um ou vários agentes sociais, em uma de suas múltiplas formas”.
Celso Furtado está entre os grandes economistas do mundo que estudaram, no pós-guerra, e de forma pioneira, os problemas do desenvolvimento econômico relacionando-os com problemas históricos, como Gunnar Myrdal, Raúl Prebisch, Ragnar Nurkse, Hans Singer e outros.
NA ABL - Oitavo ocupante da Cadeira 11 , eleito em 7 de agosto de 1997, em sucessão a Darcy Ribeiro e recebido pelo Acadêmico Eduardo Portella em 31 de outubro de 1997.
Sobre a formação da Formação econômica do Brasil de C. Furtado , Tamás SZMRECSÁNYI escreveu - "(...) Trata-se de um clássico no sentido literal da palavra, de uma obra pioneira e referencial da nossa historiografia econômica. Ao mesmo tempo, todavia, devido a seu caráter extremamente sintético, não é de fácil assimilação para os que carecem de adequado preparo econômico e/ou histórico. Na verdade, o livro em questão possui até alguns mistérios, os quais têm freqüentemente instigado seus leitores e usuários, apesar – ou talvez por causa – dos três avisos que figuram na sua Introdução. Dizem estes que: o trabalho não passa de “um esboço do processo histórico de formação da economia brasileira”; por esse motivo, há uma omissão quase
total de referências à “bibliografia histórica brasileira”; os seus últimos capítulos baseiam-se, em parte, num trabalho anterior – o livro A Economia Brasileira, publicado pelo autor em 1954 . De modo geral podemos classificar os historiadores econômicos e seus trabalhos em três categorias intelectuais: a dos economistas com conhecimentos de História, a dos historiadores com conhecimentos de Economia, e a dos demais cientistas sociais com conhecimentos tanto de Economia como de História. Com base na leitura da Formação econômica do Brasil, somos levados a incluir o seu autor na primeira dessas categorias. Mas, ao fazê-lo, logo nos deparamos com dois problemas. Um, que se refere principalmente à história do Brasil mas tem também uma conotação historiográfica mais geral: diz respeito à origem dos conhecimentos históricos de Celso Furtado, tão parcamente indicada pelas poucas fontes nacionais e portuguesas que ele cita no seu texto e/ou nas suas notas de rodapé. O outro problema, correlato ao anterior e aparentemente de mais fácil solução, é de natureza teórica e relaciona-se fundamentalmente ao tratamento econômico dispensado pelo autor a seus dados e informações de caráter histórico."
UM LANÇAMENTO
A originalidade do enfoque de Celso Furtado (1920-2004) foi debruçar-se sobre o passado para esclarecer o presente, isto é, buscar nos cinco séculos de nossa história as raízes dos problemas que dificultavam o desenvolvimento do país. Também inovadora era a combinação do método histórico com a análise econômica, que o levou a esboçar uma visão interpretativa da sociedade brasileira e a abrir novos horizontes da compreensão do passado. Esse "modo amplo de ver", como escreveu na época o historiador Francisco Iglesias, foi uma das razões que fez seu colega francês, o historiador Fernand Braudel, a considerar Formação econômica do Brasil um dos grandes livros de história econômica do mundo.
A edição comemorativa foi organizada por Rosa Freire d'Aguiar Furtado, que também assina uma introdução sobre o economista e sua obra mais conhecida, e apresentada pelo historiador Luiz Felipe de Alencastro, titular da cátedra de história do Brasil em Sorbonne. Além do próprio livro, a edição traz críticas e artigos publicados desde os anos 1950 e assinados por 21 renomados historiadores e economistas que, no Brasil e no exterior, escreveram sobre Formação econômica do Brasil, e também um caderno de fotos, uma cronologia da vida de Celso Furtado e uma lista completa de suas obras publicadas no Brasil e no exterior.
O AUTOR
Celso Furtado (C. Monteiro F.) nasceu em 26 de julho de 1920 em Pombal (Paraíba) e faleceu em 20 de novembro de 2004 no Rio de Janeiro. Filho de Maurício de Medeiros Furtado, de família de magistrados, e de Maria Alice Monteiro Furtado, de família de proprietários de terra. Foi casado com a jornalista Rosa Freire d`Aguiar.
Estudos secundários no Liceu Paraibano, em João Pessoa, e no Ginásio Pernambucano, no Recife. Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1944), Doutor em Economia (1948) pela Universidade de Paris (Sorbonne). Estudos de pós-graduação na Universidade de Cambridge, Inglaterra (1957), sendo Fellow do King`s College. Participou da Força Expedicionária Brasileira durante a Segunda Guerra Mundial.
Técnico de Administração do Governo Brasileiro (1944-45). Economista da Fundação Getúlio Vargas (1948-49);
Como Diretor da Divisão de Desenvolvimento da CEPAL (1949-57), contribuiu de forma decisiva, ao lado do economista argentino Raúl Prebish, para a formulação do enfoque estruturalista da realidade socioeconômica da América Latina;
Diretor do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico (BNDE) (1958-59);
No Governo de Juscelino Kubitschek, elaborou o Plano de Desenvolvimento do Nordeste, que deu lugar à criação da SUDENE, órgão que dirigiu por cinco anos (1959-64);
No Governo João Goulart, foi o primeiro titular do Ministério do Planejamento (1962-63);
Com o golpe militar de 1964, teve seus direitos políticos cassados por dez anos, dedicando-se então à pesquisa e ao ensino da Economia do Desenvolvimento e da Economia da América Latina em diversas universidades como as de Yale (EUA, 1964-65), Sorbonne (França, 1965-85), American University (EUA, 1972), Cambridge (“Cátedra Simon Bolívar”- Inglaterra, 1973-74), Columbia (EUA, 1976-77);
Com a redemocratização, foi embaixador do Brasil junto à Comunidade Econômica Européia (1985-86), em Bruxelas, e Ministro da Cultura do Governo Sarney (1986-88), quando elaborou a primeira legislação de incentivos fiscais e fez a defesa da identidade cultural brasileira;
Membro do Conselho Editorial das revistas Econômica Brasileira (1954-64), Desarollo Ecnómico (Buenos Aires, 1966-70), El Trimestre Econômico (México, 1965- ), Revista de Economia Política (São Paulo, 1981- ), Pensamiento Iberoamericano (Madri, 1982- );
Membro do Conselho Acadêmico da Universidade das Nações Unidas (Tóquio, 1978-82), do Committee for Development Planning das Nações Unidas (1979-82), da South Commission (1987-91), da Commission mondiale pour la Culture et lê développement (ONU/UNESCO, 1993-95), do Comitê International de Bioéthique (UNESCO, 1995-97);
Doutor Honoris Causa das Universidades: Técnica de Lisboa (Portugal, 1987), da Estadual de Campinas-UNICAMP (Campinas, SP, 1990), Federal de Brasília (Brasília, 1991), Federal do Rio Grande do Sul (Porto Alegre, 1994), Federal da Paraíba (João Pessoa, 1996), Pierre Mendès-France (Grenoble, França, 1996), Estadual do Ceará (Fortaleza, 2001), Estadual de São Paulo-UNESP (São Paulo, 2002), Federal do Rio de
Janeiro (Rio de Janeiro, 2002);
Membro do PEN Clube do Brasil (1991);
Em 1997, a Academia de Ciências do Terceiro Mundo, sediada em Trieste, criou o “Prêmio Celso Furtado”, outorgado a cada dois anos a um cientista social do Terceiro Mundo;
Em 2001 a Fundação Carlos Chagas de Apoio à Pesquisa do estado do Rio de Janeiro instituiu o “Prêmio Celso Furtado de desenvolvimento”;
Membro da Academia Brasileira de Ciências (2003).
O economista Celso Furtado não se considerava “homem de letras”, mas homem de pensamento. Como pensador o reconhecem também críticos e estudiosos da economia, como o economista Francisco de Oliveira, ao afirmar que a obra de Celso Furtado vai além de outras interpretações da realidade brasileira, “não porque seja teoricamente superior, senão porque foi escrita in actione. Enquanto as obras anteriores explicaram e “construíram” o país do passado, a de Furtado explica e “constrói” o Brasil de seus dias”.
Na revista Estudos Avançados da USP (n.15-43,2001), Tomás Szmrecsányi, professor do Instituto de Geociências da UNICAMP, escreve que “Celso Furtado continua sendo até hoje o economista brasileiro mais conhecido e melhor conceituado no mundo todo (...) não tanto pelos cargos que ocupou aqui e no exterior, mas principalmente ao interesse e à qualidade dos seus trabalhos científicos e técnicos em áreas tão diversas como a História Econômica, a Teoria do Desenvolvimento, a Política Econômica e o Planejamento. Já se contam às dezenas os estudos monográficos, as teses universitárias e os livros que foram publicados a respeito dos seus trabalhos”.
No Correio das Artes n. 400 (de 31 de outubro de 1997), suplemento mensal de A União, de João Pessoa, Evandro Nóbrega, Coordenador Geral e Editor dessa edição comemorativa de sua recepção na ABL, registrou esse depoimento de Celso Furtado: “Quando, finalmente, aos 26 anos de idade, comecei a estudar Economia de maneira sistemática, minha visão do mundo já estava definida. Assim, a Economia não chegaria a ser mais que um instrumental, que me permitia com maior eficácia tratar problemas que vinham da observação da História ou da vida dos homens em Sociedade.Pouca influência teve a Economia, portanto, na conformação do meu espírito. Nunca pude compreender a existência de um problema “estritamente econômico”. Por exemplo, a inflação nunca foi, em meu espírito, outra coisa senão a manifestação de conflitos de certo tipo entre grupos sociais. Da mesma forma, uma empresa nunca foi outra coisa senão a materialização do desejo e Poder de um ou vários agentes sociais, em uma de suas múltiplas formas”.
Celso Furtado está entre os grandes economistas do mundo que estudaram, no pós-guerra, e de forma pioneira, os problemas do desenvolvimento econômico relacionando-os com problemas históricos, como Gunnar Myrdal, Raúl Prebisch, Ragnar Nurkse, Hans Singer e outros.
NA ABL - Oitavo ocupante da Cadeira 11 , eleito em 7 de agosto de 1997, em sucessão a Darcy Ribeiro e recebido pelo Acadêmico Eduardo Portella em 31 de outubro de 1997.
Sobre a formação da Formação econômica do Brasil de C. Furtado , Tamás SZMRECSÁNYI escreveu - "(...) Trata-se de um clássico no sentido literal da palavra, de uma obra pioneira e referencial da nossa historiografia econômica. Ao mesmo tempo, todavia, devido a seu caráter extremamente sintético, não é de fácil assimilação para os que carecem de adequado preparo econômico e/ou histórico. Na verdade, o livro em questão possui até alguns mistérios, os quais têm freqüentemente instigado seus leitores e usuários, apesar – ou talvez por causa – dos três avisos que figuram na sua Introdução. Dizem estes que: o trabalho não passa de “um esboço do processo histórico de formação da economia brasileira”; por esse motivo, há uma omissão quase
total de referências à “bibliografia histórica brasileira”; os seus últimos capítulos baseiam-se, em parte, num trabalho anterior – o livro A Economia Brasileira, publicado pelo autor em 1954 . De modo geral podemos classificar os historiadores econômicos e seus trabalhos em três categorias intelectuais: a dos economistas com conhecimentos de História, a dos historiadores com conhecimentos de Economia, e a dos demais cientistas sociais com conhecimentos tanto de Economia como de História. Com base na leitura da Formação econômica do Brasil, somos levados a incluir o seu autor na primeira dessas categorias. Mas, ao fazê-lo, logo nos deparamos com dois problemas. Um, que se refere principalmente à história do Brasil mas tem também uma conotação historiográfica mais geral: diz respeito à origem dos conhecimentos históricos de Celso Furtado, tão parcamente indicada pelas poucas fontes nacionais e portuguesas que ele cita no seu texto e/ou nas suas notas de rodapé. O outro problema, correlato ao anterior e aparentemente de mais fácil solução, é de natureza teórica e relaciona-se fundamentalmente ao tratamento econômico dispensado pelo autor a seus dados e informações de caráter histórico."
UM LANÇAMENTO
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