sábado, 8 de agosto de 2009

Sindicato diz que jornal do Paraná pode fechar por 'chantagem' da direção

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor-PR) divulgou uma nota oficial hoje (07/08) onde afirma que Paulo Pimentel, dono do grupo responsável pelos jornais O Estado do Paraná e Tribuna do Paraná, está disposto a fechar um dos diários, caso uma ação, movida pelo sindicato em novembro de 2008, que exige pagamento de horas extras aos jornalistas, não seja retirada. A empresa nega as acusações.

Segundo o Sindijor-PR, o Grupo Paulo Pimentel (GPP) marcou uma reunião com a entidade para discutir soluções para o caso, mas a empresa não chegou a nenhum acordo e, na mesma reunião, o empresário Paulo Pimentel teria dito que fecharia um dos jornais por dificuldades financeiras.

“Depois que afirmou que fecharia o jornal, a empresa avisou aos jornalistas que, caso a ação não fosse retirada, fecharia um dos jornais. Mas isso eles não disseram para o sindicato”, afirmou Aniela Almeida, diretora financeira do Sindijor-PR. De acordo com Aniela, depois que souberam da declaração da empresa, a entidade procurou Pimentel, que confirmou que a ação deveria ser retirada para que o jornal continuasse existindo.

Ação está em fase inicial
O sindicato alega e contesta que a ação nunca prejudicaria a empresa nesse sentido. “O processo está em fase inicial de tramitação, sem sequer ter havido a audiência de instrução ou muito menos uma sentença de primeira instância. Trata-se de um caso pior que um simples assédio moral. Beira a chantagem, a extorsão mesmo”, afirmou Fernando César Oliveira, diretor do Sindijor-PR.

Aniela afirmou que a entidade está disposta a negociar. "Se a empresa não estiver em condições, vamos nos entender, podemos negociar. Estamos abertos para isso, mas o Paulo Pimentel não se mostrou disposto a negociar conosco".

O sindicato alega também que empresa cometia assédio moral, por falta e limitação de recursos para reportagens, como “ausência de telefones para fazer ligações para fora da Região Metropolitana de Curitiba, ausência de carros para levar os repórteres para coberturas corriqueiras, demissão dos funcionários mais antigos e transformação dos colunistas em pessoas jurídicas, entre outros despautérios”, diz a nota do sindicato, que denunciou o caso ao Ministério do Trabalho.

Grupo nega acusações
De acordo com Pimentel, as acusações do sindicato não passam de um “blefe”. “A notícia do sindicato não procede. Os nossos funcionários não concordam com a ação movida pelo sindicato. E não temos expectativa de fechar o jornal, essa história é um blefe”, afirmou.

Apesar de negar que fecharia um dos jornais, Pimentel informou que o grupo estuda a possibilidade de fundir os dois jornais. “Não é fechar, seria uma fusão, sem nenhuma relação com a ação trabalhista do sindicato, nada condicionado. Mas isso é uma coisa que ainda estamos estudando”, declarou.



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