Risada e meia: comicidade em Tutaméia
de Jacqueline Ramos
190 páginas
Em Tutaméia, Guimarães Rosa propõe um recorte muito peculiar do cômico, cuja função não seria a de causar o riso, mas a de dar acesso a “novos sistemas de pensamento”. A natureza e os mecanismos do cômico não são apenas discutidos, mas incorporados na obra, e valorizados por sua capacidade de desfazer estereótipos, abrindo espaço para o inédito (sentido primordial da anedota). Neste Risada e meia, Jacqueline Ramos mostra como a perspectiva cômica, infiltrada em vários planos da obra de Rosa, cumpre inúmeras funções. Uma delas seria a de revelar o engano de raciocínio e valores viciados, já que alarga as possibilidades de representação ao incorporar “outras lógicas”. Alguns procedimentos cômicos – seria o caso do “processo de niilificação” e da “definição por extração” – seriam modos de acessar o “nada”, tema amplamente recorrente e colocado em primeiro plano pelo título.
Conteúdo
Capítulo 1 Tutaméia e a perspectiva cômica
Tutaméia: o ideário estético de Rosa
Recepção crítica
O cômico
O cômico como transcendência
O cômico na obra rosiana
Comicidade em tutaméia
Capítulo 2 O autor em cena
Os prefácios de Tutaméia
A máscara autoral nos prefácios
“Aletria e hermenêutica”: o novelo e o fio
“Hipotrélico”: no início era o verbo
“Nós, os temulentos”: o párodo
“Sobre a escova e a dúvida”: ruptura e tradição
O sentido sobe ao palco: o debate estético
Retomada de estruturas da comédia antiga
O auto-retrato: Rosa Radamante
Capítulo 3 A comicidade em cena
O engano: a ficção do real
O nonsense e o nada
A inversão: o desrecalque
Metalinguagem: a arte em devir
Capítulo 4 O cômico como procedimento
O estranho cômico
Língua e realidade
A perspectiva caleidoscópica
O trapézio sobre o nada
A arte como engajamento
UM LANÇAMENTO
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