sábado, 25 de julho de 2009

Em agosto Curitiba sedia 1ª Bienal do Livro

Programação voltada à educação, cultura e meio ambiente reúne grandes nomes da literatura na capital

A pouco mais de um mês da abertura da 1ª Bienal do Livro de Curitiba, a organização do evento ajusta os últimos preparativos da programação recheada de atrações. Entre 27 de agosto e 4 de setembro, a cidade receberá, no Expo Unimed Curitiba, expositores, escritores, intelectuais, estudantes, profissionais e o público da cidade participarão do mais importante evento literário do Paraná com oportunidade de divulgar e conhecer obras, trocar informações e se aproximar de autores de renome da nossa literatura.

A realização da Bienal é de responsabilidade da Agência Esfera, de Curitiba, e conta com a curadoria do experiente dramaturgo, escritor, romancista e filósofo Alcione Araújo. O desafio proposto por ele é o de implantar um modelo inédito de Bienal no Brasil. Um dos princípios básicos que nortearam a concepção foi agregar um valor muito maior do que somente uma feira de livros, mas também um evento multicultural que contemple cultura, educação e meio ambiente.

Serão nove dias dedicados especialmente à cultura e à integração, sendo o livro a atração principal. Projetada em formato de exposição, o público terá a oportunidade de se aproximar de seus autores favoritos, acesso a livros, viajar por lugares e histórias que vão além do imaginário através das letras. O espaço será dividido em área de exposições e atrações, onde serão realizados debates e promovidos sessões de bate-papo com personalidades do meio literário, lançamentos, sessões de autógrafos, atividades lúdicas, e muitas atrações para crianças, jovens e adultos.

Outra meta do curador é incluir na programação atrações que contemplem as exigências locais, como oficinas e palestras e convites para reunir no mesmo espaço atrações da dramaturgia (teatro), grupos de hip hop, mostra de vídeos, além de um café literário. A expectativa é reunir mais de 400 mil visitantes nos nove dias do evento. “Teremos espaços para venda de livros e sessões de autógrafos, mas esta não será a essência do evento. O foco será no que interessa para o público que é o que vem antes e depois do livro: os autores, os temas, o processo de criação, o leitor, a dificuldade de encontrar e formar leitores e a interferência da mídia”, explica o curador.

A 1ª Bienal do Livro de Curitiba contará com uma estrutura de cerca de 8.365 metros quadrados reservados para as atividades. Serão aproximadamente 258 estandes espalhados pelo local, auditórios, espaços para cafés e praças, com opções de produtos de editoras, distribuidoras, gráficas, livrarias, de todo o País.

Presenças ilustres

Vários nomes de reconhecido destaque nacional estão confirmados para abrilhantar a Bienal de Curitiba. Entre eles, ex-ministra Marina Silva, a atriz Marilia Pêra, Carlos Heitor Cony, Moacyr Scliar, Antonio Torres, Fernando Morais, Miguel Sanches Neto, Sergio Klein, João Gilberto Noll, Julio Emilio Braz, Regina Zilbermann, Pedro Bandeira, Antonio Cícero, Raimundo Carrero, Fabrício Carpinejar, Marcelo Moreyra, Jair de Oliveira, Ruy Castro, Clarah Averbuck, Léo Lins, Domingos Pellegrini, João Carlos Martins (maestro), Isabel Parolim, Ivan Junqueira, Nelson Vieira, Carlos Herculano Lopes, Antonio Carlos Secchin, Ernani Buchmann, Ignácio de Loyola Brandão, Wander Melo Miranda e Cristóvão Tezza.

Realidade brasileira motiva realização de eventos literários

Além da necessidade local, o projeto da Bienal também saiu do papel em função de uma triste realidade brasileira com relação à leitura. Segundo estudo publicado no site do Ministério da Cultura, cada brasileiro lê, em média, 1,8 livro/ano. Para se ter uma idéia do abismo que separa o Brasil dos países desenvolvidos, a média nacional representa menos da metade do que se lê nos Estados unidos (cinco livros per capita) e na Europa (entre cinco a oito livros lidos por habitante).

Uma boa notícia é que apesar de ainda baixos, os índices de leitura no País vem aumentando a cada ano, em razão de eventos que promovem e estimulam o acesso aos livros como bienais, feiras do livro e atividades em escolas e universidades.

Já os dados da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, promovida pela Instituto Pró-Livro, em maio de 2008, apontam que a média de livros lidos já aparece como quase quatro por habitante. Jovens e crianças são os que mais lêem, estimulados pelos professores e por exigências da escola ou da universidade. Entre a população de até 10 anos, o índice sobe para 6,9 livros lidos por pessoa. O público de 11 a 13 anos chega a ler 8,6 livros por ano, enquanto de 14 a 17 anos, o número é de 6,6.

As mulheres também saem na frente. Segundo a pesquisa, elas lêem 5,3 livros por ano. O índice entre eles é de 4,1. Em algumas regiões o total do número de leitores é maior, como é o caso do Sul, onde foi apurado que são lidos 5,5 livros por habitante ao ano. No Sudeste, o número foi de 4,9; no Centro-Oeste, 4,5; no Nordeste, 4,2; e no Norte, 3,9. Não existem estatísticas no Paraná sobre os hábitos de leitura.

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