quinta-feira, 30 de abril de 2009

MOSTRA COMEMORATIVA AO DIA DO TRABALHO

De 1º a 3 de maio de 2009

Local: Cinemateca de Curitiba

Entrada franca

Classificação 14 anos para todos os filmes

A Mostra reúne filmes restaurados pela Cinemateca Brasileira com apoio da Petrobras, da obra de Leon Hirszman, um dos fundadores do Cinema Novo e um dos mais importantes diretores nacionais. Seu trabalho tem múltiplas faces e entre elas apresentamos o mundo do trabalho. Destaque para Eles não Usam Black-Tie, baseado em peça homônima de Gianfrancesco Guarnieri, escrita duas décadas antes, que cativou o público e a crítica, e recebeu vários prêmios, entre os quais o Leão de Ouro no Festival de Veneza de 1981. Outro destaque é ABC da Greve, que serviu como laboratório de preparação para Eles não Usam Black-Tie. Sua edição final só foi concluída em 1990 pelo fotógrafo e montador do filme, Adrian Cooper.


Dia 1º, às 16h e 20h:

Eles não usam black-tie (BR/SP, 1981 – 134’). Direção de Leon Hirszman, com Fernanda Montenegro, Gianfrancesco Guarnieri, Carlos Alberto Riccelli.

Debruça-se sobre os conflitos, contradições e anseios da classe trabalhadora no final dos anos 1970, na crise final da ditadura militar. O filme situa, em polos antagônicos, a esperança na ação coletiva e a aposta nas saídas individuais, como alternativa de vida para os trabalhadores. Baseado em peça homônima de Gianfrancesco Guarnieri escrita duas décadas antes, Eles não Usam Black-Tie cativou o público e a crítica, e recebeu vários prêmios, entre os quais se destaca o Leão de Ouro no Festival de Veneza de 1981.

Dia 2, às 16h e 20h:

Pedreira de São Diogo (BR/RJ, 1962 – 18’). Direção de Leon Hirszman, com Francisco de Assis, Glauce Rocha, Sadi Cabral.

Um dos episódios de Cinco vezes favela - série realizada pelo Centro de Pesquisa da Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes no início da década de 60 - é o primeiro filme de Leon. Com assumida influência das teorias de montagem de Eisenstein, e marcado por um forte idealismo político, o episódio acompanha o drama vivido pelos trabalhadores de uma pedreira carioca, diante da ordem de intensificar as explosões, o que poria em risco a população que habitava os barracos situados no alto do morro.




Trilogia Cantos do Trabalho no Campo. Direção de Leon Hirszman.

Mutirão (BR/, 1975 – 12’).

Cacau (BR/, 1976 – 11’).

Cana-de-açúcar (BR, 1976 – 10’).

Entre 1974 e 1976, Leon Hirszman realizou três documentários produzidos pelo MEC sobre os cantos entoados pelos trabalhadores rurais nordestinos. Na trilogia há a documentação dos cantos de trabalho da cana-de-açúcar, de Feira de Santana, dos plantadores de cacau, de Itabuna, e de mutirões, em Chã Preta. É uma espécie de partido-alto do campo, uma roda de samba no trabalho, afirma o cineasta que confessadamente caminhava na trilha aberta por Humberto Mauro e Mário de Andrade no resgate dessa prática cultural em vias de extinção.

Dia 3, às 16h e 20h:

ABC da greve (BR/SP, 1979/1980 – 89’). Direção de Leon Hirszman.

Filmado no final dos anos 70 quando eclodiu um intenso movimento grevista nas cidades industriais em torno de São Paulo, serviu como laboratório de preparação para Eles não Usam Black-Tie, que Leon rodaria em seguida. Sua edição final só foi concluída em 1990 pelo fotógrafo e montador do filme, Adrian Cooper, por iniciativa da Cinemateca Brasileira.


Maioria absoluta (BR/, 1964 – 16’). Direção de Leon Hirszman.

Filmado em 1963 e montado no início de 1964, Maioria Absoluta dá voz aos analfabetos, mostra as condições de vida dos camponeses impedidos de votar e denuncia a desigualdade social no país. Com o advento do golpe militar, o documentário ficou proibido até 1980, período em que foi exibido fora do Brasil.


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