domingo, 8 de março de 2009

O GATO SUBIU NO TELHADO

O GATO SUBIU NO TELHADO
de Moisés Liporage


Páginas:208

"Tony Pasmado achava que (para sua imensa infelicidade, raiva e tragédia) conhecia tudo sobre gatos. Uma aventura sobrenatural, com viés de arapuca, porém, iria mostrar que ele estava enganado e o levaria a mudar sua vida de maneira definitiva. Em sua estréia na literatura juvenil, O gato subiu no telhado, o jornalista e roteirista (e cinéfilo) Moisés Liporage combina elementos do horror urbano de Stephen King, o clima de realidade alternativa da série de TV Além da imaginação, de Rod Serling, e o humor negro do diretor Tim Burton, para criar uma tragicomédia dark sobre estes bigodudos miantes de sete vidas.

Inexplicavelmente, Tony se torna uma barata kafkiana atormentada por um gato blasé e debochado como o sinistro Cheshire de Alice no País das Maravilhas – mesmo sem que ele nunca tenha ouvido falar de A metamorfose ou sobre Lewis Carroll. E também se vê como um ratinho preso numa ratoeira, com um gato enorme entalando um descomunal pedaço de queijo em sua goela. E, ainda, assume o papel de um passarinho fugindo de uma ninhada de famintos siameses. Estes são apenas alguns dos muitos pesadelos que afligem Tony Pasmado – todas as noites. Nada mais natural, afinal, ele não apenas detesta, mas sim odeia, tem ojeriza, não suporta esses felinos soberbos e senhores de si.

Não havia, entretanto, jeito de ele curar sua bronquite asmática, provocada e agravada sobremaneira por pêlos de gatos. Órfão – perdera pai e mãe num acidente de carro ainda pequeno –, Tony vivia de favor na casa da Franceska J.J. Pasmado, a famosa escritora de livros de suspense, sua tia, a única que lhe estendera a mão. Mas não se tratava de uma mera questão de solidariedade familiar e altruísmo. O jovem tinha um preço (para ele muito mais do que caro) a pagar pela estadia: cuidar dos 57 gatos da excêntrica parenta. Uma tortura sem igual que lhe valia teto e pão.

Embriagado por completo depois de uma festa no trailer de Suzuki, balconista da petshop que era obrigado a freqüentar por demandas felinas, Tony Pasmado acaba matando na rua um gato que resolvera encará-lo, no alto de sua bebedeira. Justamente o mascote amestrado do camelô-pregador-de-rua-taxidermista Silas Klang – auto-intitulado “Preservador de Emoções” –, que conhecera quando levara um dos quadrúpedes peludos da tia para o veterinário, dr. Saulo, seu psiquiatra improvisado. Enfim, se não há remédio para fazer o bicho voltar à vida, remediado está. Pelo menos era assim que Tony pensava e gostaria que permanecesse, mas...

A partir de então, ao mesmo tempo que os gatos da rotunda tia Franceska parecem querer matá-lo, o jovem Pasmado passa a ser perseguido por uma versão zumbi vingadora do bichano morto, que o absorve num caso extraordinário de possessão. Tony, então, perde a consciência e embarca em uma viagem fantástica pela noite, a bordo de um felino, e experimenta as delícias e as dores de ser um gato – com sete encarnações a sua disposição. Idas e vindas, a cada vida, sofrendo na carne apuros como escapar das mãos de mendigos famintos por churrasquinhos de procedência duvidosa e de fugir das patas de seus arquiinimigos ancestrais, os cães.

Uma trama original, escrita com a fluidez típica de um gato se enroscando nas pernas de uma visita, que, dialogando com outras obras e linguagens – literatura, cinema, TV – promete divertir e surpreender o leitor. Fôlego, estilo, acidez e humor (e fina crítica) num texto para ser lido uma, duas, três,... sete vezes! "


O AUTOR
Moisés Liporage

Moisés Liporage é jornalista, escritor e roteirista. Durante doze anos, foi redator do canal Multishow. Escreveu sobre cinema para revistas especializadas, como a extinta Cinemin e a Set, e fez especiais para o Canal Brasil. Integrou a equipe de autores da série Confissões de adolescente e publicou o livro Coisas de homem. Liporage também foi co-autor do roteiro do longa-metragem A hora marcada, dirigido por Marcelo Taranto, e seu espetáculo de humor Aberrações já ganhou várias montagens. Outra experiência em dramaturgia foi com Parafina, o primeiro seriado concebido especialmente para celulares. O gato subiu no telhado é a sua estréia na literatura juvenil.


UM LANÇAMENTO



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