quarta-feira, 4 de março de 2009

Noam Chomsky denuncia - ESTADOS FRACASSADOS O ABUSO DO PODER E O ATAQUE A DEMOCRACIA

Uma potência hegemônica não se contenta em proclamar sua política oficial; ela a deve impor como a nova norma das relações internacionais. Em seguida, eminentes comentaristas viriam explicar que as regras são suficientemente flexíveis para que a nova norma passe a servir, a partir de agora, como modelo e seja imediatamente adotada. Mas só quem detém as armas pode fixar as “normas”, modificando, dessa forma, o direito internacional a seu bel-prazer. Isso lhe diz algo? Reconhece esse comportamento autoritário em alguma nação do mundo? Pois bem, é claro que estamos falando dos "nossos grandes irmãos do norte". E quem continua por anos a fio colocando o dedo na pútrida ferida? Noam Chomsky, of course.

Um dos maiores críticos da política internacional americana, Chomsky está lançando no Brasil - Estados fracassados: o abuso do poder e o ataque à democracia.

Para entender melhor a vertente democrata do espectro político norte-americano, Richard Holbrooke, que foi secretário de Estado adjunto no governo Clinton, insistiu, frisando um “aspecto realmente importante”: a população dos oito membros
da “nova Europa” superava a da “velha Europa”, o que, em sua opinião, provava claramente que a França e a Alemanha estavam “isoladas”. Na verdade, para argumentar em contrário, seria necessário ceder a essa heresia esquerdista de querer que a opinião do povo ainda tenha um papel a desempenhar numa democracia.

Opinião do povo? Ora bolas! Ainda segundo Noam Chomsky, o senhor Thomas Friedman, editorialista do New York Time
s, exigia, por seu lado, por exemplo que que "a França fosse privada de seu lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU. Ela se comportara como uma criança de “escola maternal” e “não sabia brincar com os outros18”. Se as pesquisas fossem levadas em consideração, os povos da “nova Europa” também não teriam saído da creche.Na nova doutrina norte-americana, o alvo escolhido pelos Estados Unidos deve atender a vários critérios. Não deve ter meios de defesa que justifiquem preocupações e deve ser apresentado como uma “ameaça vital”, assim como o “mal absoluto”. "

Segundo Noam Chomsky, o Iraque correspondia perfeitamente a esse retrato. "Preenchia, obviamente, as primeiras condições. E quanto às seguintes, basta relembrar as homilias de Bush, Blair e seus comparsas: o ditador “dispõe das armas mais perigosas do mundo [para] subjugar, intimidar e agredir”. Já utilizou essas armas “contr
a povoados inteiros, fazendo milhares de mortos, feridos e aleijados entre seus próprios concidadãos. [...] Se isto não significar o mal, então essa expressão carece de sentido”.

[...]

Em Washington, essa “onda mundial de ódio” não representou qualquer tipo de problema. Acima de tudo, tratava-se de ser temido, não de ser amado. E foi com bastante naturalidade que Donald Rumsfeld, secretário da Defesa, parafraseou uma opinião do gângster Al Capone: “Consegue-se mais com uma palavra amável e um fuzil do que apenas com uma palavra amável”. Os dirigentes norte-americanos também estavam conscientes de que seus atos aumentavam o perigo da proliferação de armas de destruição em massa e o do terrorismo. Mas a realização de determinados objetivos era, para eles, mais importante do que esse tipo de risco. Pois se tratava de estabelecer a hegemonia dos Estados Unidos no mundo e, no plano interno, de pôr em prática seu programa de desmantelamento das conquistas progressistas obtidas, através de lutas populares, durante o século 20. E mais: teriam que institucionalizar essa contra-revolução com o objetivo de a tornar permanente. "

(E.C.)


O AUTOR

Noam Chomsky
Avram Noam Chomsky (Filadélfia, 7 de dezembro de 1928) é um professor de Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, das iniciais em inglês).

O seu nome está associado à criação da gramática ge(ne)rativa transformacional, abordagem que revolucionou os estudos no domínio da linguística teórica. É também o autor de trabalhos fundamentais sobre as propriedades matemáticas das linguagens formais, sendo o seu nome associado à chamada Hierarquia de Chomsky.

Os seus trabalhos, combinando uma abordagem matemática dos fenómenos da linguagem com uma crítica radical do behavio(u)rismo, em que a linguagem é conceitualizada como uma propriedade inata do cérebro/mente humanos, contribuem decisivamente para o arranque da revolução cognitiva, no domínio das ciências humanas.


Além da sua investigação e ensino no âmbito da Linguística, Chomsky é também muito conhecido pelas suas posições políticas de esquerda e pela sua crítica da política externa dos Estados Unidos da América. Chomsky descreve-se como um socialista libertário havendo quem o associe ao Anarcossindicalismo.

O termo chomskiano é habitualmente usado para identificar as suas idéias linguísticas embora o próprio considere que esses tipos de classificações (chomskiano, marxista, freudiano) "não fazem sentido em nenhuma ciência", e que "pertencem à história da religião, enquanto organização".

O Professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT), Boston, Estados Unidos. é autor, entre muitos outros, do livro Pirates and emperors, old and new. International terrorism in the real world, reeditado pela Southend Press em 2003.

Bibliografia de Linguística

* Logical Structure of Linguistic Theory, 1955
* Three Models for the Description of Language, 1956
* Syntactic Structures, 1957
* Aspects of the Theory of Syntax, 1965
* Cartesian Linguistics, 1965
* Language and Mind, 1968
* Sound Pattern of English (com Morris Halle), 1968
* Current Issues in Linguistic Theory, 1970
* Studies on Semantics in Generative Grammar, 1972
* Reflections on Language, 1975
* Essays on Form and Interpretation, 1977

* Rules and Representations, 1980
* Lectures on Government and Binding: The Pisa Lectures, 1981
* Language and the Study of Mind, 1982
* Some Concepts and Consequences of the Theory of Government and Binding, 1982
* Modular Approaches to the Study of the Mind, 1984
* The Logical Structure of Linguistic Theory, 1985
* Knowledge of Language: Its Nature, Origin and Use, 1986
* Barriers, 1986
* Language and Problems of Knowledge. The Managua Lectures, 1987
* Language and Thought, 1993
* The Minimalist Program, 1995
* Derivation by Phase, 1999
* New Horizons in the Study of Language and Mind, 2000

Para saber mais acesse http://www.chomsky.info/

O LIVRO
QUE RECOMENDAMOS





















ESTADOS FRACASSADOS
O ABUSO DO PODER E O ATAQUE A DEMOCRACIA
de Noam Chomsky

350 pág.

Em 'Estados fracassados, Noam Chomsky denuncia as promessas democráticas vazias que acompanham as ações dos EUA dentro e fora do país. Ele argumenta que os Estados Unidos assumiram as características de um Estado fracassado e padecem de um déficit democrático. É umintelectual diz que não vê perspectivas de mudanças com o presidente Barack Obama, mas deposita um mar de esperanças na América do Sul.











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