O diretor de Redação da Folha de S. Paulo, Otavio Frias Filho, assumiu que o jornal errou ao utilizar, em editorial publicado no dia 17/02, o termo “ditabranda” em referência ao regime militar brasileiro. A declaração foi publicada na edição de domingo (08/02), um dia após manifestação em frente à sede do diário.
"O uso da expressão 'ditabranda' em editorial de 17/02 passado foi um erro. O termo tem uma conotação leviana que não se presta à gravidade do assunto. Todas as ditaduras são igualmente abomináveis”, afirmou.
Entretanto, Frias Filho manteve a posição de considerar a ditadura militar brasileira “menos repressiva que as congêneres argentina, uruguaia e chilena - ou que a ditadura cubana, de esquerda”.
Cínicos e mentirosos
Sobre o tratamento dado aos professores Maria Victoria de Mesquita Benevides e Fábio Konder Comparato, que foram tratados como cínicos e mentirosos em comentário da Redação publicado no Painel do Leitor, o diretor manteve o tom.
“Para se arvorar em tutores do comportamento democrático alheio, falta a esses democratas de fachada mostrar que repudiam, com o mesmo furor inquisitorial, os métodos das ditaduras de esquerda com as quais simpatizam", criticou.
Manifestação
No sábado, cerca de 300 pessoas se reuniram em frente à sede da Folha para protestar contra o editorial e prestar solidariedade aos professores Benevides e Comparato. O público era formado, em sua maioria, por familiares de vítimas da ditadura, estudantes e sindicalistas ligados à CUT. A manifestação foi organizada pelo Movimento dos Sem-Mídia, do blogueiro Eduardo Guimarães.
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