A Abolição
de Emília Viotti da Costa
Páginas: 144
Emília Viotti da Costa é referência obrigatória quando o
assunto é História do Brasil. Seus estudos revolucionaram
o entendimento que temos sobre a escravidão e a luta dos
negros no Brasil, focando os setores sociais que
tradicionalmente ficavam à margem da História Social.
Isso fica claro em A Abolição, onde relata o
processo abolicionista que libertou os brancos do fardo
da escravidão (o Brasil foi o último país ocidental a
fazê-lo) e abandonou os negros à sua própria sorte.
Neste livro que acaba de ganhar uma nova edição pela
Editora Unesp, com o acréscimo de um capítulo inédito,
Emília Viotti aponta para a necessidade de entender o
legado deixado pela escravidão, já que "trezentos anos de
opressão não se eliminam com uma penada". Deste modo, se
a história a ser contada é a da emancipação do povo
brasileiro, deve-se entender a Abolição apenas como o
primeiro passo. Uma conquista, de efeito limitado, que é
aqui narrada a partir de uma série de questões. "Por que
se repudiava, em 1888, uma instituição que durante
séculos fora aceita sem objeção? Por que tanta urgência
no encaminhamento do projeto? Como explicar que a maioria
dos parlamentares, muitos dos quais tinham sido eleitos
com o apoio de senhores de escravos, aprovasse a lei, sem
maiores debates? Por que os senhores de escravos não
tentaram impedir, de armas na mão, o ataque à sua
propriedade que a própria Constituição garantia? Que
papel desempenharam os negros e os escravos nesse
processo? Por que a Abolição tardou tanto a ser decretada
no Brasil?"
Perguntas que guiam a narrativa onde se conta história da
Abolição, mas que repercutem ainda hoje, quando "o
arbítrio, a ignorância, a violência, a miséria, os
preconceitos que a sociedade escravista criou ainda pesam
sobre nós". A autora pondera que, "se é justo comemorar o
Treze de Maio, é preciso, no entanto, que a comemoração
não nos ofusque a ponto de transformarmos a liberdade que
simboliza em um mito a serviço da opressão e da
exploração do trabalho".
Sobre a autora - Emília Viotti da Costa, nascida
em São Paulo, graduou-se pela Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo,
sendo livre-docente pela mesma universidade. Aposentada
em 1969 pelo AI-5, lecionou em várias universidades dos
Estados Unidos, entre as quais a Tulane University e a
University of Illinois. Foi Full Professor na Yale
University de 1973 a 1999. É autora de Da senzala à
colônia; Da Monarquia à República; 1932: interpretação
contraditórias; Coroas de glória, lágrimas de sangue; A
rebelião de escravos de Demerara em 1823; O Supremo
Tribunal Federal e a construção da cidadania, além de
vários artigos em revistas especializadas. Dirige a
coleção Revoluções do Século 20, da Editora Unesp.
UM LANÇAMENTO
assunto é História do Brasil. Seus estudos revolucionaram
o entendimento que temos sobre a escravidão e a luta dos
negros no Brasil, focando os setores sociais que
tradicionalmente ficavam à margem da História Social.
Isso fica claro em A Abolição, onde relata o
processo abolicionista que libertou os brancos do fardo
da escravidão (o Brasil foi o último país ocidental a
fazê-lo) e abandonou os negros à sua própria sorte.
Neste livro que acaba de ganhar uma nova edição pela
Editora Unesp, com o acréscimo de um capítulo inédito,
Emília Viotti aponta para a necessidade de entender o
legado deixado pela escravidão, já que "trezentos anos de
opressão não se eliminam com uma penada". Deste modo, se
a história a ser contada é a da emancipação do povo
brasileiro, deve-se entender a Abolição apenas como o
primeiro passo. Uma conquista, de efeito limitado, que é
aqui narrada a partir de uma série de questões. "Por que
se repudiava, em 1888, uma instituição que durante
séculos fora aceita sem objeção? Por que tanta urgência
no encaminhamento do projeto? Como explicar que a maioria
dos parlamentares, muitos dos quais tinham sido eleitos
com o apoio de senhores de escravos, aprovasse a lei, sem
maiores debates? Por que os senhores de escravos não
tentaram impedir, de armas na mão, o ataque à sua
propriedade que a própria Constituição garantia? Que
papel desempenharam os negros e os escravos nesse
processo? Por que a Abolição tardou tanto a ser decretada
no Brasil?"
Perguntas que guiam a narrativa onde se conta história da
Abolição, mas que repercutem ainda hoje, quando "o
arbítrio, a ignorância, a violência, a miséria, os
preconceitos que a sociedade escravista criou ainda pesam
sobre nós". A autora pondera que, "se é justo comemorar o
Treze de Maio, é preciso, no entanto, que a comemoração
não nos ofusque a ponto de transformarmos a liberdade que
simboliza em um mito a serviço da opressão e da
exploração do trabalho".
Sobre a autora - Emília Viotti da Costa, nascida
em São Paulo, graduou-se pela Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo,
sendo livre-docente pela mesma universidade. Aposentada
em 1969 pelo AI-5, lecionou em várias universidades dos
Estados Unidos, entre as quais a Tulane University e a
University of Illinois. Foi Full Professor na Yale
University de 1973 a 1999. É autora de Da senzala à
colônia; Da Monarquia à República; 1932: interpretação
contraditórias; Coroas de glória, lágrimas de sangue; A
rebelião de escravos de Demerara em 1823; O Supremo
Tribunal Federal e a construção da cidadania, além de
vários artigos em revistas especializadas. Dirige a
coleção Revoluções do Século 20, da Editora Unesp.
UM LANÇAMENTO
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