(Paris, 1808 - Rio de Janeiro, 1866)
Paulino José Soares de Souza, Visconde do Uruguai, foi deputado, senador, Conselheiro de Estado e hábil diplomata. Sua atuação destaca-se na década de 1850, quando, como Ministro dos Negócios Estrangeiros, organiza o corpo diplomático brasileiro e estrutura toda a política brasileira de intervenção no Prata, contra Rosas, da Argentina, e Oribe, do Uruguai.
Diplomata cauteloso, soube tirar proveito das circunstâncias favoráveis, excluindo a ação unilateral do Brasil e agindo apenas a pedido dos governos constitucionais da região. Seu sucesso também adveio de sua atuação em relação à intervenção franco-inglesa na região. Nesse sentido, assumiu os encargos financeiros até então incorridos pela França para a manutenção do governo de Montevidéu; e, no que diz respeito à Inglaterra, procedeu no Brasil à abolição do tráfico de escravos, criando condições favoráveis à intervenção do Brasil e seus aliados. Em 1855, negociou em Paris a questão dos limites brasileiros com a Guiana Francesa, cujo resultado foi providencial para o encerramento definitivo do assunto em 1900, pelo Barão do Rio Branco.
O LIVRO
Visconde Do Uruguai - centralização e federalismo no Brasil 1823-1866
de Ivo Coser
Coleção: Origem
Co-edição: IUPERJ
432 p.
UM LANÇAMENTO
O LIVRO
Visconde Do Uruguai - centralização e federalismo no Brasil 1823-1866
de Ivo Coser
Coleção: Origem
Co-edição: IUPERJ
432 p.
Esse livro aborda de forma inovadora o debate entre centralização e federalismo no Brasil, no período de 1823-1866, em que, de um lado, via-se o ideal da unidade nacional e, de outro, a descentralização. Desse modo, a obra recupera o conflito entre esses dois modelos de organização do Estado nacional em contextos históricos fundamentais, como a Assembléia Constituinte de 1823, o Código do Processo de 1832, o Ato Adicional, a Lei de Interpretação de 1839, a Reforma do Código do Processo de 1842, culminando com a publicação do Ensaio sobre o Direito Administrativo (1862). O autor apresenta de forma lúcida e instigante, sob o viés ao mesmo tempo de historiador e cientista político, as razões que opuseram nossos americanos, bem ilustrados na figura de Tavares Bastos, aos nossos ibéricos, representados pelo notável Visconde do Uruguai, cujo pensamento político é aqui deslindado. Tais razões se prolongaram no tempo e suas repercussões podem ainda ser percebidas na cultura política brasileira.
UM LANÇAMENTO
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