DEZ DECISÕES QUE MUDARAM O MUNDO - 1940-1941
de Ian Kershaw
Páginas - 704
Foi durante a Segunda Guerra Mundial que nasceu a Investigação Operacional e o Apoio à Decisão, quando os Aliados se viram confrontados com problemas (de natureza logística, de táctica e estratégia militar) de grande dimensão e complexidade. As grandes decisões narradas no livro podem ter sido gestadas em um ambiente como este, mas foram obtidas nos diferentes escalões de comando, abrangendo desde os chefes de estado até os comandantes de grandes unidades. Elas canalizaram o curso da História, modificaram a vida de milhões de pessoas, destruíram impérios, alteraram o mapa do mundo e regularam o desenrolar de batalhas.
Para apoiar os comandos operacionais na tomada de decisões fundamentais, foram então criados grupos multidisciplinares de cientistas em que se incluíam matemáticos, físicos e engenheiros, a par de outros oriundos, por exemplo, das ciências sociais. Porém no livro, objeto desta resenha questionamos se é possível dizer algo de novo sobre a Segunda Guerra Mundial, já tão analisada?
A resposta é sim se observarmos o estudo de Ian Kershaw, que enfrenta o tema de um prisma inédito, revelando facetas surpreendentes desse trágico acontecimento da história moderna. O historiador examina no detalhe dez decisões dos líderes das principais potências mundiais, tomadas entre maio de 1940 e dezembro de 1941.
Colocando o foco em um período de dezenove meses e nas figuras de proa desse drama de proporções gigantescas - Winston Churchill, Franklin Roosevelt, Adolf Hitler, Benito Mussolini, Josef Stálin, entre outros -, o autor acompanha os meandros dos processos decisórios: as alternativas em jogo; o confronto de pontos de vistas; as investidas e hesitações; as deliberações que têm lugar em meio a acordos e embates.
"Cada um dos dez capítulos descreve o longo caminho das tomadas de decisão, mostrando como cada uma delas tem lugar em uma só rede, construída ao ritmo frágil e turbulento das estratégias diplomáticas e dos cálculos realizados pelos diversos atores nela envolvidos. Se a reconstituição das escolhas feitas permite aferir o quadro político e as circunstâncias que as produzem, algumas delas parecem desafiar qualquer tipo de compreensão racional, como é o caso do massacre dos judeus ordenado por Hitler. "Por mais lógico que pudesse ter sido o caminho rumo ao genocídio, em vista da natureza da perseguição nazista aos judeus", afirma o autor, "a patologia do anti-semitismo demoníaco que lhe servia de base é um desafio à racionalidade"."
um lançamento da
de Ian Kershaw
Páginas - 704
Foi durante a Segunda Guerra Mundial que nasceu a Investigação Operacional e o Apoio à Decisão, quando os Aliados se viram confrontados com problemas (de natureza logística, de táctica e estratégia militar) de grande dimensão e complexidade. As grandes decisões narradas no livro podem ter sido gestadas em um ambiente como este, mas foram obtidas nos diferentes escalões de comando, abrangendo desde os chefes de estado até os comandantes de grandes unidades. Elas canalizaram o curso da História, modificaram a vida de milhões de pessoas, destruíram impérios, alteraram o mapa do mundo e regularam o desenrolar de batalhas.
Para apoiar os comandos operacionais na tomada de decisões fundamentais, foram então criados grupos multidisciplinares de cientistas em que se incluíam matemáticos, físicos e engenheiros, a par de outros oriundos, por exemplo, das ciências sociais. Porém no livro, objeto desta resenha questionamos se é possível dizer algo de novo sobre a Segunda Guerra Mundial, já tão analisada?
A resposta é sim se observarmos o estudo de Ian Kershaw, que enfrenta o tema de um prisma inédito, revelando facetas surpreendentes desse trágico acontecimento da história moderna. O historiador examina no detalhe dez decisões dos líderes das principais potências mundiais, tomadas entre maio de 1940 e dezembro de 1941.
Colocando o foco em um período de dezenove meses e nas figuras de proa desse drama de proporções gigantescas - Winston Churchill, Franklin Roosevelt, Adolf Hitler, Benito Mussolini, Josef Stálin, entre outros -, o autor acompanha os meandros dos processos decisórios: as alternativas em jogo; o confronto de pontos de vistas; as investidas e hesitações; as deliberações que têm lugar em meio a acordos e embates.
"Cada um dos dez capítulos descreve o longo caminho das tomadas de decisão, mostrando como cada uma delas tem lugar em uma só rede, construída ao ritmo frágil e turbulento das estratégias diplomáticas e dos cálculos realizados pelos diversos atores nela envolvidos. Se a reconstituição das escolhas feitas permite aferir o quadro político e as circunstâncias que as produzem, algumas delas parecem desafiar qualquer tipo de compreensão racional, como é o caso do massacre dos judeus ordenado por Hitler. "Por mais lógico que pudesse ter sido o caminho rumo ao genocídio, em vista da natureza da perseguição nazista aos judeus", afirma o autor, "a patologia do anti-semitismo demoníaco que lhe servia de base é um desafio à racionalidade"."
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