Artífices do Rio de Janeiro (1790-1808)
de Carlos A. M. Lima
332 páginas
Na correria dos carros, entre um e outro sinal fechado, quem percorre as ruas centrais do Rio de Janeiro já deve ter perguntando o que a Corte portuguesa encontrou ao desembarcar em terras brasileiras. Em outras palavras, quais eram as condições da sociedade colonial na passagem do século XVIII para o XIX, na cidade do Rio de Janeiro?
Segundo Carlos A. M. Lima – professor do departamento de História da Universidade Federal do Paraná – pode-se entender o cotidiano da cidade observando os artífices (ferreiros, marceneiros, calceteiros, barbeiros, entre outros) que ali viviam. O resultado dessa observação tomou forma de livro – Artífices do Rio de Janeiro (1790-1808).
A CIDADE E OS SEUS ARTÍFICES
Era entre os artesãos, em meio à variedade de ricos, pobres, legais, ilegais, imigrantes portugueses, escravos (alforriados ou não) e migrantes internos que e muitos dos artistas coloniais se identificavam.
A posição na hierarquia desses artífices, escravos ou não, e a mobilidade social que alguns deles conquistavam, também é abordada no texto – produto de pesquisa minuciosa –, que é recheado de análises, gráficos e tabelas. Além disso, discorre sobre o que ocorria com as corporações de ofício em virtude da escravidão e a tensão que havia entre a regulação da atividade pelo Estado e pelo restrito mercado da cidade. Embora a sociedade fosse escravista, a maioria da população era livre e muitos dos artistas coloniais se identificavam como artesãos.
Nas palavras de Hebe Mattos, professora Titular de História do BrasiL da Universidade Federal Fluminense, que apresenta o livro, “Especialmente evocativa é a imagem utilizada [pelo autor] da pirâmide torta, pois os mais bem sucedidos tendiam a aproximar-se da situação de rentistas e homens de negócio, afastando-se do artesanato”.
Através dos artesãos, cuja atividade estava exatamente na fronteira entre cidade e campo, também pode ser vista a preponderância da cidade do Rio de Janeiro. Manifestada antes da chegada da Corte e mantida a partir da Independência do Brasil, tal preeminência pode ser identificada na observação de muitas edificações das ruas centrais da cidade, onde constatamos um patrimônio histórico construído por artesãos, algumas vezes para suas próprias instituições. É o caso, por exemplo, da igreja de São José, que tem sua origem nas Irmandades. Mas isso é assunto para um próximo livro.
SOBRE O AUTOR
Carlos Lima é doutor em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e professor do Departamento de História da Universidade Federal do Paraná, desde 1996. Autor de outros textos já publicados sobre irmandades negras, escravidão no Brasil, libertos e negros livres na época da escravidão, imigração no período colonial, entre outros, direcionou sua pesquisa para as concepções acerca dos escravos africanos e ocupação da região Sul.
Um lançamento da
Segundo Carlos A. M. Lima – professor do departamento de História da Universidade Federal do Paraná – pode-se entender o cotidiano da cidade observando os artífices (ferreiros, marceneiros, calceteiros, barbeiros, entre outros) que ali viviam. O resultado dessa observação tomou forma de livro – Artífices do Rio de Janeiro (1790-1808).
A CIDADE E OS SEUS ARTÍFICES
Era entre os artesãos, em meio à variedade de ricos, pobres, legais, ilegais, imigrantes portugueses, escravos (alforriados ou não) e migrantes internos que e muitos dos artistas coloniais se identificavam.
A posição na hierarquia desses artífices, escravos ou não, e a mobilidade social que alguns deles conquistavam, também é abordada no texto – produto de pesquisa minuciosa –, que é recheado de análises, gráficos e tabelas. Além disso, discorre sobre o que ocorria com as corporações de ofício em virtude da escravidão e a tensão que havia entre a regulação da atividade pelo Estado e pelo restrito mercado da cidade. Embora a sociedade fosse escravista, a maioria da população era livre e muitos dos artistas coloniais se identificavam como artesãos.
Nas palavras de Hebe Mattos, professora Titular de História do BrasiL da Universidade Federal Fluminense, que apresenta o livro, “Especialmente evocativa é a imagem utilizada [pelo autor] da pirâmide torta, pois os mais bem sucedidos tendiam a aproximar-se da situação de rentistas e homens de negócio, afastando-se do artesanato”.
Através dos artesãos, cuja atividade estava exatamente na fronteira entre cidade e campo, também pode ser vista a preponderância da cidade do Rio de Janeiro. Manifestada antes da chegada da Corte e mantida a partir da Independência do Brasil, tal preeminência pode ser identificada na observação de muitas edificações das ruas centrais da cidade, onde constatamos um patrimônio histórico construído por artesãos, algumas vezes para suas próprias instituições. É o caso, por exemplo, da igreja de São José, que tem sua origem nas Irmandades. Mas isso é assunto para um próximo livro.
SOBRE O AUTOR
Carlos Lima é doutor em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e professor do Departamento de História da Universidade Federal do Paraná, desde 1996. Autor de outros textos já publicados sobre irmandades negras, escravidão no Brasil, libertos e negros livres na época da escravidão, imigração no período colonial, entre outros, direcionou sua pesquisa para as concepções acerca dos escravos africanos e ocupação da região Sul.
Um lançamento da
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