quinta-feira, 29 de maio de 2008

EMILIA FERREIRO E A ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL

UM ESTUDO SOBRE A PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA
de
MÁRCIA CRISTINA DE OLIVEIRA MELLO
Páginas: 136


Neste livro, analisam-se aspectos do pensamento da pesquisadora Emilia Ferreiro sobre alfabetização, com ênfase em suas concepções a respeito do processo de construção do conhecimento da língua escrita, por parte de crianças, que resultam de sua pesquisa sobre a psicogênese da língua escrita fundamentada na Epistemologia Genética de Jean Piaget e na Psicolingüística de Noam Chomsky e que tiveram significativa repercussão em nosso país, a partir de meados dos anos de 1980. O tema é abordado de uma perspectiva histórica, por meio da utilização de procedimentos de localização, reunião e ordenação da bibliografiadisponível de e sobre Emilia Ferreiro e da análise da configuração textual do livro Psicogênese da língua escrita. A pesquisa propiciou tanto uma avaliação mais precisa da importância e do significado do pensamento dessa pesquisadora
quanto a constatação de que a matriz invariante de seu pensamento encontra-se no livro analisado.

O nome de Emilia Ferreiro marca decisivamente a história da alfabetização no Brasil (embora não somente aqui). Desde a década de 1980 do século XX, não se pode mais pensar em alfabetização, de modo rigoroso, sem considerar as contribuições dessa psicóloga argentina, nascida em 1937, cuja opções políticas e teóricas obrigaram-na a vários deslocamentos, até sua vinculação, a partir de 1979, como pesquisadora e professora, ao Centro de Investigações e Estudos Avançados do Instituto Politécnico Nacional do México.

Após ter concluído seu doutorado pela Universidade de Genebra, em 1970, sob a orientação de Jean Piaget, Ferreiro iniciou pesquisas experimentais sobre a aquisição da língua escrita com crianças, contando com a colaboração de Ana Teberosky, dentre muitas outras pesquisadoras. Movida pela necessidade de buscar as causas do fracasso das crianças (pobres, especialmente) em aprender a ler e escrever e opondo-se ao que se pensava e se praticava até então a respeito da alfabetização, Ferreiro propôs o deslocamento do eixo das reflexões do "como se ensina a ler e escrever" para o "como se aprende a lecto-escrita", caracterizando o que denominou "revolução conceitual".

Os resultados dessas pesquisas se encontram especialmente no livro Los sistemas de escritura en el desarrollo del niño, de Ferreiro & Teberosky, publicado no México, em 1979, e cuja tradução brasileira foi publicada em 1985, com o título Psicogênes da língua escrita.

Desde sua divulgação no Brasil, os resultados dessas pesquisas contribuíram decisivamente para a proposição e divulgação do que, entre nós, passou a ser conhecido como "o construtivismo de Emilia Ferreiro". Essa é uma das principais justificativas da relevância do tema deste livro de Márcia Cristina de Oliveira Mello, resultante de sua pesquisa de mestrado, deselvolvida entre 2002 e 2003, junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Unesp (campus de Marília).
Sobre a autora Márcia Cristina de Oliveira Mello é mestre e doutora em Educação pela Unesp. Integra o corpo docente do curso de Geografia da Unesp (campus de Ourinhos) e do curso de Pedagogia das Faculdades Integradas de Ourinhos. Deselvolve pesquisas especialmente sobre os seguintes temas: alfabetização, pesquisa histórica em educação e ensino- aprendizagem.

um lançamento da

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