sábado, 18 de outubro de 2008

Lydio Roberto leva a cultura musical de raiz ao Paiol


No espetáculo “Alma Brejeira”, a sonoridade paranaense ganha destaque na mistura equilibrada entre temas instrumentais e vocais.


O violonista e compositor Lydio Roberto apresenta no Teatro Paiol, às 20h desta terça-feira (21), o espetáculo Alma Brejeira, seu mais recente trabalho autoral. Com a proposta de uma sonoridade paranaense, o show também leva ao palco os músicos Cris Lemos (voz), Edu Gomide (viola caipira e voz), Jonas Cella (contrabaixo), Joaquim Rebolo (violoncelo), Helena Bel (violino), Daniel Migliavacca (bandolim), Ary Giordani (acordeom) e Miguel Assis (percussão). O encontro musical integra o programa Terça Brasileira no Paiol, desenvolvido pela Fundação Cultural de Curitiba.

Depois do CD Violada, feita em parceria com os violonistas Glauber Carvalho e Marcio Silva do COMTRASTEDUO, Lydio Roberto aposta na continuidade da sonoridade das canções brejeiras da cultura de raiz. A maioria das composições reunidas no show é de autoria de Lydio e outras canções foram feitas em parceria com Cristina Saraiva, Etel Frota, Cláudio Ribeiro, entre outros. Seguindo as características de produções anteriores, o compositor mantém a mistura equilibrada entre temas instrumentais e vocais, porém um pouco mais arrojada em relação ao trato instrumental.

Integrante da nova geração da MPB no Paraná, Lydio Roberto iniciou a carreira musical em 1975, aos 14 anos de idade, na Escola de Artes do Colégio Estadual. No ano seguinte, venceu o II Festival da Canção Colegial e intensificou a atuação na música. Foi o criador de bandas como O Beco e Alla Breve, sendo que aos 23 anos já havia composto 130 canções, com classificação em todos os festivais dos quais participou.

O músico lançou o primeiro disco, Choros e Águas, em 1985, seguido pelo CD solo Estrela Guia (1999) e pelo CD Violada (2005), em parceria com o COMTRASTEDUO. Por meio do Projeto Pixinguinha, em 1986, realizou turnê pelo Brasil, acompanhado de nomes conhecidos, entre eles Maurício Carrilho, João de Aquino e Leny Andrade.

Formado em Educação Artística e Musicoterapia, Lydio Roberto é especialista em Educação Especial e Fundamentos Estéticos para Arte Educação. Diretor da Faculdade de Artes do Paraná, de 1995 a 1999, o músico também é autor do CD Estrelas Guias e de vários livros, junto com Mara Fontoura, dirigidos a crianças e arte-educadores. Atua, ainda, como professor da Faculdade de Artes do Paraná e da Unibrasil,

Lydio Roberto tem no currículo importantes parceiros musicais, como Tatára, Etel Frota, Fernando Pereira, Mara Fontoura, Cláudio Ribeiro, Hardy Guedes, Gerson Fiesbein, Milton Zauer, COMTRASTEDUO (Márcio Silva e Glauber Carvalho) e Cris Lemos.



Serviço: Espetáculo Alma Brejeira, com Lydio Roberto e convidados, dentro do programa Terça Brasileira no Paiol Local: Teatro Paiol (Praça Guido Viaro, s/n – Prado Velho) Dia 21 de outubro de 2008 (terça-feira), às 20h Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (estudantes)

História da Padaria América é tema da Hora da Prosa

Um dos estabelecimentos de panificação mais tradicionais de Curitiba será analisado em seus aspectos históricos e culturais. O encontro acontece na próxima quarta-feira (22), na Casa Romário Martins.


A Casa Romário Martins, espaço da Prefeitura Municipal, abriga mais uma edição do programa Hora da Prosa – Conversas sobre Patrimônio Cultural, às 18h desta quarta-feira (22). Desta vez, serão abordados os 95 anos de história e tradição da Padaria América. Os palestrantes são a nutricionista e pesquisadora em cultura alimentar Juliana Cristina Reinhardt e o chef Eduardo Henrique Engelhardt. A entrada é franca.

A Hora da Prosa traz para a discussão os aspectos históricos e culturais de um dos estabelecimentos mais antigos de Curitiba. Fazendo parte do patrimônio imaterial da cidade, a padaria mantém receitas e métodos artesanais que resistiram à modernização dos processos de panificação. Ainda hoje existem receitas do início do século 20, como a broa de centeio, considerada o carro-chefe do estabelecimento. Os conhecimentos foram repassados de pai para filho. Hoje o membro da família que detém os conhecimentos da panificação e as receitas da padaria é o bisneto do fundador, Eduardo Henrique.

A tradição da Padaria América foi construída ao longo dos anos e fortalecida pelos momentos de ruptura e inovação dos processos de elaboração de pães e doces. Para a família, a tradição existe por causa da qualidade. Para os clientes, a tradição também se mantém pela qualidade, mas principalmente pela identidade que a Padaria América conserva em seu ambiente e em seus produtos.

Uma das convidadas do encontro é a professora Juliana Cristina Reinhardt, do Curso de Nutrição das Faculdades Integradas Espírita, mestre e doutora em História pela Universidade Federal do Paraná, e pesquisadora da área de cultura alimentar e patrimônio imaterial. Também fará palestra o atual administrador da Padaria América, Eduardo Henrique Engelhardt, chef de cozinha pelo Centro Europeu.



Sobre o Hora da Prosa – O programa “Hora da Prosa – Conversas sobre Patrimônio Cultural” promove discussões de temas relacionados à história, memória e ao patrimônio cultural de Curitiba, sob a coordenação da Diretoria do Patrimônio Cultural da Fundação Cultural de Curitiba.

Os encontros acontecem na Casa Romário Martins com a participação de palestrantes escolhidos entre profissionais que atuam na área do patrimônio cultural, favorecendo um ambiente de divulgação de ações de patrimônio, debates, troca de informações. O evento conta com a parceria do IPHAN e do ICOMOS e o apoio do Instituto Municipal de Administração Pública – IMAP, através do qual é considerado como curso de capacitação para os funcionários da Prefeitura Municipal de Curitiba.

O projeto também conta com edições especiais, sempre em auditórios maiores, quando convidados discorrem sobre temas de relevância estadual e nacional. Todos os encontros são filmados em formato digital e incorporados ao Centro de Documentação da Casa da Memória, onde ficam disponíveis ao público para consulta e pesquisa.



Serviço:

Hora da Prosa – Padaria América – 95 anos de história e tradição

Data: 22 de outubro de 2008 (quarta-feira), às 18h

Local: Casa Romário Martins – Largo da Ordem, 30 – Setor Histórico

Entrada franca

Crônicas da antiga corte: literatura e memória em Machado de Assis


Crônicas da antiga corte: literatura e memória em Machado de Assis
de Marli Fantini (org.)

Coleção: Invenção
426 páginas

Esse livro conta com a preciosa colaboração de relevantes críticos e pesquisadores da obra machadiana, cujas consistentes e renovadas perspectivas críticas iluminam, com outros focos, a devotada leitura da obra do Bruxo do Cosme Velho. Ao desestabilizar a consolidada legibilidade de tão desafiante obra, esta coletânea pretende prestar a justa homenagem ao centenário da morte do autor. Investir no redimensionamento da recepção crítica que todo um contexto de leituras, equacionamentos, confrontos é o objetivo desse investimento compartilhado, que tem em vista instigar, com seus enfoques e insights, os leitores machadianos. A diversidade de perspectivas que essa publicação encerra vem confirmar a riqueza lingüística, estrutural e temática de romances, contos, teatro, crônicas e poemas produzidos com dedicação e genialidade pelo autor de Dom Casmurro. As sete partes de que se compõe esta coletânea foram dispostas de acordo com as afinidades temáticas, estruturais ou crítico-teóricas entre os artigos/ensaios.

UM LANÇAMENTO

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

A CHAVE DE VIDRO



















A CHAVE DE VIDRO
de Dashiel
l Hammett


Páginas - 264


Vamos de DASH ... nascido em Maryland em 1894, e batizado como Samuel Dashiell Hammett. Irriquieto desistiu da escola aos 14 anos. Ao longo dos próximos anos, passou por diversos postos de trabalho, geralmente dos quais foi despedido. Em 1915, ele respondeu a um anúncio classificado para uma surpreendente vaga, e logo encontrou-se empregado como um detetive da famosa agência Pinkerton. No ano de 1922 ele decidiu parar com suas atividades de detetive e passou a escrever sobre ela.

Apareceu, primeiramente, no pulp magazine Black Mask, e seu trabalho logo se tornou o preferido de leitores. Trazendo sua experiência da vida real para seus contos e novelas, ele é considerado como um pai fundador do gênero seco e direto, bem como elevou o nível de detetive-ficção na literatura.

Muitas de suas histórias nos trazem gorduchos personagens de meia-idade da Continental Detective Agency, conhecida apenas como The Continental Op. Sua criação mais conhecida foi Sam Spade, o durão e esperto detetive de O Falcão Maltês. Tal como a Op, Spade foi atuava em San Francisco, uma cidade que Hammett conhecia bem. Se em uma história Hammett menciona um apartamento ou uma casa de penhores em um determinado lugar, ele provavelmente existiu, e possivelmente ainda está lá.

A carreira de DASH como escritor foi curta. Ele produziu quatro romances e quase todas as suas histórias curtas foram produzidas entre 1922 e 1931, um espaço de apenas nove anos. Um quinto romance (The Thin Man), foi escrito em 1934. E depois mais nada.

Durante a década de 1950, Hammett deu seu apoio a causas esquerdistas o que chamou a atenção do Comitê de Atividades anti-americanas, e foi chamado a depor. Hammett recusou-se a dar nomes o que resultou em cinco meses atrás das grades. Seus livros foram retirados das bibliotecas e seu nome foi para a lista negra.

Hammett era uma celebridade e um recluso, um escritor que no auge do sucesso pára tudo para tentar escrever "romances sérios" . Foi um marxista que serviu orgulhosamente a América em duas Guerras Mundiais, e que escolheu a prisão a revelar informações sobre seus amigos. Perseguidos pela IRS, que morreu quase pobre, em 1961.

Se DASH foi tudo isso foi também o pai do romance/cinema noir.

A História de A CHAVE DE VIDRO

Ned Beaumont é um jogador que perdeu uma grande oportunidade de ficar rico. Quando o seu melhor amigo, Paul Madvig chefe político é acusado de homicídio, Beaumont tenta provar que ele é inocente. São "dois grupos de mafiosos que se degladiam por poder político. O chefe de um deles, Paul Madvig, está empenhado na campanha de reeleição do senador Ralph Bancroft Henry. Seus interesses são políticos e afetivos, já que tem a intenção de se tornar seu genro".

A Chave de Vidro foi uma de suas novelas favoritas, e é também a mais burilada. Os personagens são definidos apenas por suas ações externas, e as suas motivações são muitas vezes pouco claras.




Primeiramente foi filmado em 1935, com George Raft. A versão de 1942 transformou em estrelas Alan Ladd e Veronica Lake. Enquanto muitos trechos do filme foi fiel ao romance, o clima geral foi consideravelmente reduzido, incluindo um lamentável "Happy Ending. "
Amostra de várias edições

















OUTROS LANÇAMENTOS DE
Dashiell Hammett na Cia das Letras.

A CHAVE DE VIDRO

CONTINENTAL OP

O FALCÃO MALTÊS

O HOMEM MAGRO

MALDIÇÃO EM FAMÍLIA


SEARA VERMELHA










O NOME É GUIMARÃES ROSA




A poética migrante de Guimarães Rosa
de Marli Fantini (org.)


Coleção: Invenção
448 páginas

O ano em que se comemora o centenário de nascimento de João Guimarães Rosa propiciou oportunidade para o redimensionamento da recepção crítica de sua obra. Esta coletânea se insere nesse esforço, reunindo especialistas que passeiam pela vasta produção de Rosa buscando perspectivas ainda não vislumbradas, mas também o endosso para leituras consagradas, como as produzidas por Antonio Candido, M. Cavalcanti Proença, Augusto Frederico Schmidt e Benedito Nunes. A diversidade dos olhares presentes nos textos aqui reunidos confirma a riqueza lingüística, estrutural e temática do romance, de novelas, contos, crônicas e poemas produzidos com dedicação e genialidade por Guimarães Rosa.



Ser-tão natureza - a natureza em Guimarães Rosa
de Mônica Meyer

Coleção: Origem
231 páginas

A produção literária de Guimarães Rosa apresenta uma multiplicidade de significados de natureza, tratada por meio de imagens, cores, luzes, cheiros e sons. Sua paixão pelo mundo natural salta das páginas com citações e descrições de plantas, bichos, rios, morros, lugares, pessoas, auroras, crepúsculos. O espaço é esquadrinhado em quatro dimensões, ligando céu, água, terra e fogo. A boiada, viagem pelo sertão de Minas em 1952, mostra a vivência de Guimarães Rosa e dos vaqueiros com o mundo natural, uma travessia em que os aspectos objetivos e subjetivos estão presentes e compõem a sinfonia da vida. Nesse percurso, a concepção de natureza, fruto de andanças, observações e vivências do Guimarães Rosa naturalista, é revelada nas anotações, minuciosas e detalhadas, que descrevem a viagem e trazem nas entrelinhas uma concepção e um conhecimento intenso da natureza que ultrapassam as fronteiras de uma abordagem naturalista.

LANÇAMENTOS DA

Cinema Italiano, Referências Italianas

Mostra Comemorativa do Dia da Língua Italiana

De 20 a 26 de outubro de 2008

Na Cinemateca de Curitiba

Entrada franca

Realização

Consulado Geral da Itália no Paraná e Santa Catarina

Cinemateca de Curitiba

Versão original em italiano – sem legendas em português

Organizada a propósito da 7ª Semana da Língua Italiana, evento que vem se realizando anualmente em outubro para lembrar o Dia da Língua Italiana, a mostra reúne sete filmes produzidos entre 1993 e 2000, advindos da comédia italiana na sua maioria, e exibidos na versão original. Como a Semana neste ano tem como tema a Praça, esta no sentido de local agregador de símbolos de poderes, como também de valores que são caros à tradição italiana, a Mostra, realizada em parceria com o Consulado Geral da Itália em Curitiba, priorizou filmes com enredos e locações capazes de identificar referências etnoculturais próprias de diversas cidades ou regiões da Itália.

Dia 20, segunda - 16h:

OVOSODO (Ovo cozido), 1997, direção de Paulo Virzi - 153’. - Elenco: Edoardo Gabriellini, Claudia Pandolfi, Nicoletta Braschi - A história de Piero, um jovem tímido que cresceu numa área popular da cidade de Livorno, no litoral oeste italiano, e que tem o apelido-título. História sobre as pessoas, desilusões e compromissos em busca de um melhor lugar na vida. – Classificação Livre.

Dia 21, terça - 16h:

MALENA, 2000, direção de Giuseppe Tornatore – 105’ - Elenco: Mônica Bellucci, Giuseppe Sulfaro, Luciano Federico. - O filme conta a história de Renato, um jovem de treze anos, numa pacata cidade da Sicília, no sul da Itália. Apesar do mundo estar em guerra (era o ano de1941), para este jovem a vida continuava normal. Mas tudo muda quando ele conhece Malena, uma linda viúva cobiçada pelos homens e invejada pelas mulheres. – Classificação 14 anos




Dia 22, quarta – 16h:

RADIOFRECCIA (Rádio Freccia), 1998, direção de Luciano Ligabue. –. Elenco: Stefano Accorsi, Luciano Federico, Alessio Módica, Enrico Saliimbeni, Roberto Zibetti. - 112’. – Cinco amigos, dentre estes Freccia, que vivem numa cidade da região da Emilia-Romana, no norte italiano, dedicam-se à música, mas ainda não sabem muito bem como ocupar o tempo. Até que decidem criar uma rádio independente que logo passa a ser a voz de toda uma geração. Com a morte de Freccia, a rádio passa a ter o seu nome. – Classificação Livre

Dia 23, quinta – 16h:

DOPPO MEZZANOTTE (Depois da Meia-noite), 2004, direção de Davide Ferrario. – 88’ – Elenco: Giorgio Pasotti, Francesa Inaudi, Fabio Troiano, Francesca Picozza. - Martino, guarda-noturno do Museu de Cinema de Turim, depara com a solidão no trabalho. Até que uma garçonete, fugindo da polícia, acaba se refugiando no museu. Um idílio pode ocorrer entre os dois, se não fosse o namorado dela, dado a pequenos furtos, que mora na periferia da cidade, e que está determinado a reavê-la. – Classificação 14 anos

Dia 24, sexta – 16h:

LA LINGUA DEL SANTO (A língua do Santo), 1999, direção Carlo Mazzacurati – 106’ . – Elenco: Antonio Albanese, Fabrizio Bentivoglio, Isabela Ferrari. - Dois fracassados na vida tornam-se ladrões roubando a língua de Santo António na Basílica de Pádua, nesta cidade italiana. Através de uma série de aventuras, tentam arrumar algum dinheiro exigindo um resgate. – Classificação 12 anos.

Dia 25, sábado – 16h:

ARRIVA LA BUFERA (E vem a Tempestade), 1993,. direção de Daniele Luchetti. – 107’ - Elenco: Daniele Luchetti, Diego Abatantuono, Margherita Buy, Silvio Orlando.’ - Um juiz cujo nome é Fortaleza vai exercer suas funções numa cidadezinha numa região vulcânica no sul da Itália, quando sua história pessoal e seu trabalho acabam se cruzando, engendrando um desfecho um tanto apocalíptico. Classificação 12 anos.

Dia 26, domingo, 16h:

IL LAUREATI (Os Diplomados), 1995, direção de Leonardo Pieraccioni. Cherini – 91’ - Elenco: Leonardo Pieracciono, Rocco Papaleo, Gianmarco Tognazi, Massimo Ciccherini. - A ação se passa em Firenzi e fala de um grupo de pessoas que estão entrando na vida adulta, o término universitário, e as responsabilidades inerentes. Classificação Livre.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Livros de Flávio Braga

SADE EM SODOMA
de Flávio Braga


Páginas - 160


Volume 1 da Coleção Placere.

Considerado um livro maldito, Os 120 dias de Sodoma revela uma orgia, com o prazo estipulado pelo título, em que a elite da nobreza, do clero e das forças armadas exercem a libertinagem mais desbragada. Partindo desta narrativa, Flávio Braga dá voz, em Sade em Sodoma, a dois personagens, testemunhas de tudo o que se passou na ocasião: o homem responsável pela segurança do "evento" e uma cafetina contratada para contar suas memórias profissionais. Os relatos de tudo o que se passou num castelo próximo à fronteira da França são impressionantes.






EU, CASANOVA, CONFESSO
de Flávio Braga


Páginas - 192


Volume 2 da Coleção Placere.

Antes de abandonar a riqueza de prazeres, Giacomo Girolamo Casanova, o mais célebre sedutor que se conhece, resolveu confessar-se. Ora, o fato é de enorme valor para Flávio Braga, que nos mostra outro Casanova, tão libertino quanto o primeiro, porém mais realista. Atao padre, ele relata com detalhes picantes seus segredos amorosos. O leitor acompanha as aventuras amorais como um documento de época: o testamento dos libertinos.








ENQUANTO PETRÔNIO MORRE
de Flávio Braga


Páginas - 160


Volume 3 da Coleção Placere.

Vítima de intrigas palacianas, Petrônio suicidou-se. Porém, deixou como legado para a história o romance Satíricon, que serve de base para Flávio Braga recriar o dia em que o autor morre. Retratando uma Roma de embates entre gladiadores e escravos e libertinagem em casas de banho, ENQUANTO PETRÔNIO MORRE conduz o leitor aos diversos níveis da sociedade na Antiguidade, quando o valor da vida e dos prazeres estava muito ligado ao poder total das elites.








UM LANÇAMENTO




Orquestra À Base de Corda faz show com André Abujamra


A Orquestra mostrará composições de André Abujamra em arranjos especialmente elaborados para o espetáculo.



O cantor, guitarrista e ator André Abujamra é o convidado da Orquestra À Base de Corda para o show que acontece neste sábado (18), às 20h, e domingo (19), às 19h, no auditório do Museu Oscar Niemeyer. Um dos artistas mais expressivos da música brasileira, Abujamra mostra suas composições em arranjos especialmente elaborados para a Orquestra.

André Abujamra lidera atualmente o grupo Karnak, que já tem três CDs gravados. O grupo ganhou o Clip de Ouro, da MTV, como banda revelação e o prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) como melhor grupo de 1995. Abujamra participou do grupo Os Mulheres Negras e da Banda Vexame. Em 1996 produziu os CDs da banda Pato Fu (Tem Mas Acabou) e Tom Zé. Já compôs músicas para diversas peças teatrais e ganhou vários prêmios por trilhas sonoras, entre eles, o Molière e o da Associação dos Produtores de Espetáculos Teatrais de São Paulo.

Como ator, André Abujamra atuou em filmes e programas de televisão, mas sua maior participação no cinema foi como autor de trilhas sonoras. Longas-metragens de sucesso tiveram a trilha musical dirigida por Abujamra, como Carlota Joaquina, de Carla Camuratti; Carandiru, de Hector Babenco; Bicho de 7 Cabeças, de Laís Bodansky; Um Copo de Cólera, de Aluízio Abranchess; Castelo Ratimbum, de Cao Hamburger, entre outros. Na TV, o músico e ator participou das séries Retrato Falado, A Grande Família e A Diarista e da novela Beleza Pura, no papel de Thiago.

As apresentações fazem parte da temporada 2008 dos grupos artísticos mantidos pela Prefeitura e Fundação Cultural de Curitiba. A Orquestra À Base de Corda foi criada por Roberto Gnattali, em 1998. Dedicada à pesquisa e à divulgação da música brasileira, possui formação instrumental ímpar – com violino, bandolim, cavaquinho, viola caipira, violão, violão 7 cordas, piano e percussão – o que confere ao grupo sonoridade bastante particular.

Seu repertório procura abranger diversos períodos da história da música brasileira e inclui composições de seus integrantes. Os arranjos são especialmente elaborados por músicos da orquestra e por nomes como Paulo Bellinati, Maurício Carrilho, Leandro Braga, Dante Ozzetti, Jayme Vignoli, Mario Manga, André Abujamra, Paulo Aragão, Josimar Carneiro. Já teve como convidados Mônica Salmaso, Roberto Corrêa, Ceumar, Pedro Amorim, Dominguinhos, Joel Nascimento, Andrea Ernest Dias, Caíto Marcondes, Maurício Carrilho, Zé Renato e Ná Ozzetti. Entre suas apresentações mais importantes estão as realizadas nas Oficinas de Música de Curitiba (2001 a 2008) e no 8º Festival Brasil Instrumental de Tatuí.


Serviço: Show da Orquestra À Base de Corda com o guitarrista André Abujamra Datas: 18 de outubro (sábado), às 20h, e 19 de outubro (domingo), às 19h Local: Auditório do Museu Oscar Niemeyer (Rua Marechal Hermes, 999 – Centro Cívico) Ingressos: R$ 10 ou R$ 5 mais um quilo de alimento não perecível. Informações: (41) 3321-2847

Maytê Corrêa canta Clara Nunes no Paiol


Na sexta e no sábado (17 e 18), a cantora curitibana apresenta o espetáculo “Clara Evidência”, reunindo canções consagradas na voz de Clara Nunes.



No espetáculo Clara Evidência, cartaz do Teatro Paiol, às 21h de sexta e sábado (17 e 18), a cantora curitibana Maytê Corrêa interpreta canções consagradas na voz de Clara Nunes. No repertório, músicas conhecidas do grande público e outras pouco divulgadas, com arranjos que respeitam a essência das obras. Entre as composições selecionadas estão Menino Deus e Canto das três raças, de Paulo César Pinheiro e Mauro Duarte; Guerreira, de João Nogueira e Paulo César Pinheiro; e Esse meu cantar, de João Nogueira.

No palco, Maytê Corrêa ressalta a contribuição de Clara Nunes para a música e a cultura nacionais, por meio de um diálogo poético-musical. Participam do show os músicos Denis Mariano (bateria/percussão), Macarrão (percussão), Alex Figueiredo (percussão), Tiago Portela (cavaquinho), Flávio Lira (violão), Bruna Buschle (baixo elétrico) e Sérgio Coelho (trombone), além do poeta e radialista Silvio de Tarso, que recita poemas especialmente criados para o espetáculo.

Maytê Correa é graduada em Licenciatura em Música pela Faculdade de Artes do Paraná e atua como professora de canto. Integra como cantora os grupos Risoflora e Bayaka e, em 2005, participou da gravação do CD Pifanóide, do compositor e produtor musical Isaac Varzim. A artista desenvolve pesquisa musical voltada principalmente ao samba, seus compositores e intérpretes, com um trabalho de composições do gênero. Essa atividade é realizada junto com o grupo Samba de Mesa, que se dedica à interpretação e composição de samba de raiz.



Serviço: Maytê Correa no espetáculo Clara Evidência Data e horário: 17 e 18 de outubro (sexta-feira e sábado), às 21h Local: Teatro Paiol (Praça Guido Viaro, s/n – Prado Velho) Ingressos: R$12 e R$ 6

Mãe sempre sabe?


Mãe sempre sabe?
de Edith Modesto
Coleção - CONTRALUZ


Editora RECORD




Edith Modesto é escritora, professora universitária e pesquisadora, mestra e doutora em Semiótica francesa pela USP e escritora de ficção juvenil e de livros para adultos sobre homossexualidade.

Em 1992, descobriu que o caçula de seus sete filhos (seis homens e uma mulher) é homossexual. Desesperada, sentindo-se muito só e completamente ignorante sobre a questão, ela procurou outra mãe como ela para conversar e não encontrou.

Em 1997, formou um pequeno grupo de mães de homossexuais, também para que outras mães tivessem o que ela não teve. Até 1999, o grupo não passava de quatro mães, que se encontravam em sua casa.

Em 1999, o grupo virtual foi fundado e o GPH começou a crescer, principalmente porque Edith criou coragem para divulgar sua existência na mídia.

A partir de julho de 2005, o grupo contou com o apoio psicológico voluntário do psicólogo Klecius Borges, o único especialista em terapia afirmativa no Brasil.

Durante esse tempo, sua fundadora tem feito parcerias com vários grupos de militância e com a Prefeitura de São Paulo, principalmente para falar sobre a diversidade sexual para professores da escola pública.

Em julho de 2006, a Editora Record lançou o livro “Vidas em arco-íris – Depoimentos sobre a homossexualidade”, de autoria da fundadora do GPH, livro feito a partir de 89 entrevistas com homens e mulheres homossexuais, de 15 a 62 anos. Agora lança MÃE SEMPRE SABE? que nos traz uma abordagem franca sobre o complexo e ainda pouco explorado tema da diversidade sexual dentro da família, a fim de fornecer instrumentos emocionais e psicológicos para os pais lidarem com a orientação sexual de seus filhos e filhas.

Lançamento de "Mãe sempre sabe? Mitos e verdades sobre pais e seus filhos homossexuais" dia 18 de outubro, sábado, das 19h às 22h. no Shopping Pátio Paulista - Saraiva MegaStore (próx. Pr. Oswaldo Cruz, no final da av. Paulista) - São Paulo - SP.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO


TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO

de Henry Miller


Páginas - 322


A editora José Olympio dá prosseguimento à reedição das maiores obras de Henry Miller com Trópico de Capricórnio. Publicado originalmente em 1939, quatro anos após o polêmico e consagrador Trópico de Câncer, o romance mantém a sexualidade e o erotismo em primeiro plano, porém não é simplesmente uma repetição dos temas e do estilo apresentados na obra anterior.

Por meio de uma narrativa ainda mais densa e subjetiva, Miller desfia seu passado em Nova York durante os anos 1920 – antes de embarcar para Paris e fazer da capital francesa a sua festa individual.

Lançando mão de humor e de uma prosa poética, o autor combina memórias e ficção para criar um verdadeiro manual de liberdade e criatividade

um lançamento


Recital de piano e voz na Capela Santa Maria

Duas apresentações, com dois programas diferentes, reúnem

obras de Schumann, Brahms, Strauss, Ravel, Bernstein e Gershwin.



Na quarta e na quinta-feira (15 e 16), às 20h30, na Capela Santa Maria – Espaço Cultural, acontecem dois recitais sob o título Diálogos Musicais Canto e Piano. Sobem ao palco o pianista Paulo Emiliano Piá de Andrade e a mezzo-soprano Rosemara Ribeiro, que veio da Alemanha especialmente para a temporada. As apresentações foram contempladas pelo edital de Música de Câmara na Capela Santa Maria, do Fundo Municipal da Cultura, dentro do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura da Prefeitura.

Cada noite tem um programa diferente. Na quarta-feira constarão os lieder (canções arranjadas especialmente para piano e canto solo) de Robert Schumann, Johannes Brahms e Richard Strauss. Na quinta-feira, o repertório divide-se entre os franceses Francis Poulenc e Maurice Ravel e os americanos Leonard Bernstein e George Gershwin. Segundo Paulo Emiliano, a escolha dos números buscou a harmonização entre diferentes estilos musicais para canto e piano dentro do universo camerístico. “É diferente de um recital com árias de ópera, em que o piano toca reduções de orquestra. Aqui as peças já foram compostas originariamente para canto e piano”, observa o pianista.

Rosemara define o recital de quarta-feira (15) como sendo “muito feminino”, especialmente em Strauss e Shumann, cujas obras refletem as variações do amor e sua perenidade. Brahms também se ocupa do tema, porém de modo mais festivo. “São canções ciganas, leves”, explica Rosemara.

A segunda noite inicia com uma seleção de textos escritos para crianças, que serviram de inspiração para Poulenc e Ravel. Enquanto Ravel ocupou-se com os contos de Jules Renard, que descreve o reino animal, Poulenc valeu-se de poemas de Maurice Carême, por vezes melancólicos e surrealistas.

Os americanos Bernstein e Gershwin emprestam um tom jazzístico para a sessão, com peças que deram colorido aos grandes musicais do cinema. De Leonard Bernstein constam Lonely town e Lucky to be me, do filme Um dia em Nova York, de 1949, que levou o Oscar de melhor trilha sonora. De George Gershwin serão executados três prelúdios para piano solo e as canções Embraceable you e I got rhythm, do musical Louco por saias, de 1943.

Rosemara Ribeiro e Paulo Emiliano também comandam um workshop de Música de Câmara, das 9h às 12h de sexta-feira (17), na própria Capela Santa Maria – Espaço Cultural. O workshop é voltado ao aperfeiçoamento de estudantes de música interessados em trabalhar com música de câmara para voz e piano, e tem entrada franca.



Os artistas – Rosemara Ribeiro reside há onze anos em Karlsruhe, na Alemanha, onde desenvolve carreira artística. Formada pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná – Embap, integrou a Camerata Antiqua de Curitiba. Deixou a Camerata em 1977 para estudar na Faculdade de Música de Karlsruhe, como bolsista da Fundação Richard Wagner. Atuou em várias óperas e, paralelamente, apresenta-se em concertos de diversas formações.

Paulo Emiliano Piá de Andrade, também graduado pela Embap, como bolsista da CAPES concluiu mestrado em Música na Indiana University South Bend, nos Estados Unidos. Fez estudos de pós-graduação na Rutgers University, com Susan Starr. Recentemente participou de apresentações camerísticas no Ensemble UnicenP e Trio Rerum Novarum, executando peças raramente apresentadas no Brasil.



Serviço:

Diálogos musicais canto e piano, com Rosemara Ribeiro (voz) e Paulo Emiliano Piá de Andrade (piano)

Data e horário: 15 e 16 de outubro de 2008 (quarta e quinta), às 20h30

Local: Capela Santa Maria – Espaço Cultural (Rua Conselheiro Laurindo, 273 – Centro)

Entrada: R$ 10 e R$ 5 (mais 1 kg de alimento não perecível)

Informações: (41) 3221-2840



Workshop de Música de Câmara com a mezzo-soprano Rosemara Ribeiro e o pianista Paulo Emiliano (dirigido a estudantes de música)

Data e horário: dia 17 de outubro de 2008 (sexta-feira), das 9h às 12h

Local: Local: Capela Santa Maria – Espaço Cultural (Rua Conselheiro Laurindo, 273 – Centro)

Entrada franca

Informações: (41) 3321-2840

A LUA VEM DA ÁSIA


Enquanto não colocamos todos no ar. Lá vai -


A LUA VEM DA ÁSIA
de Campos de Carvalho


Páginas - 192

A lua vem da Ásia , publicado originalmente em 1956, marca o nascimento da narrativa surrealista de Campos de Carvalho. É o diário de um homem que se chama Astrogildo – mas já foi Adilson, Heitor, Ruy Barbo – e está hospedado em um hotel de luxo que, para o bem da verdade, talvez seja um campo de concentração ou um manicômio. A loucura é o tema central deste romance, cujo protagonista inicia o relato confessando que, aos 16 anos, matou seu professor de lógica e foi viver sob uma ponte do Sena... embora nunca tenha estado em Paris.
Enfileirando recordações (ou seriam alucinações?) de suas passagens por Melbourne, Varsóvia, Cochabamba, Cuzco, Madagascar, Nova York, Cidade do México e, claro, Paris, Astrogildo torna-se o narrador de um mundo governado pela lei do absurdo, mas que parece assustadoramente semelhante à nossa normalidade cotidiana.

um relançamento da


Pela 7ª vez consecutiva, Verus Editora participa da Feira do Livro de Frankfurt

Do dia 15 ao dia 19 de outubro, Frankfurt sediará o maior evento do mercado editorial mundial. A feira conta com mais de sete mil expositores provenientes de mais cem países. Durante os cinco dias, profissionais de todo o mundo, ligados ao segmento, estarão presentes: autores, editores, livreiros, bibliotecários, agentes literários, jornalistas, entre outros.



Pela 7ª vez consecutiva, a Verus Editora, através da diretora Raïssa Castro, marcará presença no evento, com o objetivo de trazer na mala um bom título para ser publicado no Brasil. Este ano, o foco principal da editora é a compra de direito autoral de livros literários, para tanto, Raïssa Castro possui reuniões marcadas com editoras e agentes literárias do mundo todo como SIMON & SCHUSTER (EUA), KALEM AGENCY (Turquia), AUSTRALIAN LITERARY (Austrália), ROBERT LAFFONT (França), RAY-GÜDE MERTIN (Alemanha), MERCEDES CASANOVA, (Espanha), CURTIS BROWN (Reino Unido), dentre outras.



Exportando Cultura



Além de compras, a Verus também pretende realizar vendas de direitos autorais de autores brasileiros, publicados pela editora. Já foram negociados títulos do autor Rubem Alves para países como México, Coréia e Portugal; o livro “A magia da camisa 10”, dos jornalistas André Ribeiro e Vladir Lemos, foi publicado na Polônia, Portugal, Hungria e Japão; e a obra “Opus Dei - Os bastidores”, de Dário Ferreira, Jean Lauand e Márcio Fernandes, foi vendida para a Coréia.



Por meio da Feira, autores consagrados internacionalmente entraram para o catálogo da Verus: Cesar Millan, Sylvia Plath, Gaston Bachelard, Martin Buber, Tagore, Marie Louise Von Franz, Mario Benedetti, Dalai Lama, Joseph Campbell, Hans Küng, Jean-Yves Leloup são alguns desses nomes.

Conservatório de MPB promove workshop com a cantora Lucina


A cantora carioca Lucina orienta uma oficina de composição musical no próximo sábado (18). As inscrições já estão abertas.

Estão abertas no Conservatório de Música Popular Brasileira as inscrições para a Oficina de Composição Musical “O Som da Pessoa”, orientada pela cantora e compositora carioca Lucina. O workshop acontece neste sábado (18), das 14h às 18h. Quinta-feira (16), às 20h, a cantora fará um show no Sesc da Esquina, apresentando o repertório do seu novo CD Coração na Boca, com músicas inéditas feitas em parceria com a cantora Zélia Duncan.

Fornecendo informações teóricas e orientando exercícios práticos, a oficina oferece novas possibilidades para pessoas que desejam aperfeiçoar seu potencial criativo, como músicos e estudantes de música. O encontro também é aberto ao público em geral. Lucina aborda teoria da composição musical, fundamentos do ritmo, cadências e palavras, melodia, análise das estruturas musicais, encerrando com uma composição coletiva.

Lucina é autora de mais de 100 músicas gravadas por cantores de renome como Ney Matogrosso, Zélia Duncan, Nana Caymmi, Joyce, Vânia Bastos, Olívia Byington, entre outros. Também cria e produz trilhas musicais para teatro e espetáculos de dança. Realiza trabalhos de preparação vocal de cantores e atores, além de promover diversas oficinas voltadas para a criação musical, como a de técnicas de composição e criação de trilhas originais.

Conhecida também como instrumentista (violão, viola caipira e atabaques), Lucina ocupa um lugar de prestígio dentro do cenário da Música Popular Brasileira. Iniciou sua carreira profissional em 1967, como solista do Grupo Manifesto, vencedor do Festival Internacional da Canção. Em 1968 estreou como compositora, ao ser classificada no Festival da TV Record com uma música em parceria com Luis Vieira. Em 1972, formou a dupla Luli e Lucina, que atuou por 25 anos.

Depois de centenas de shows pelo Brasil e no exterior, e do engajamento da dupla em projetos de arte-educação, Lucina partiu, em 1998, para uma carreira própria. Foi quando lançou o seu primeiro CD solo, Inteira pra Mim, indicado ao Prêmio Sharp de Música de 1999. Em 2002, lançou o CD Ponto sem Nó e, em 2004, Gira de Luz. Em 2006 lançou o CD A música em mim, sucesso de crítica e de público. Por esse trabalho, foi selecionada para o Prêmio Visa de Compositores, entre mais de quatro mil inscritos, chegando às semifinais.



Serviço: Oficina de Composição Musical “O Som da Pessoa”, com a cantora Lucina Local: Conservatório de Música Popular Brasileira (Rua Mateus Leme, 66 – Setor Histórico) Data: 18 de outubro de 2008 (sábado), das 14h às 18h Informações: 3321-3208 / 3321-3318 Inscrições: de 13 a 17 de outubro, na Secretaria de Cursos do Conservatório de MPB Horários: das 9h às 12h e das 14h às18h (vagas limitadas)

Vilém Flusser

Bodenlos: uma autobiografia filosófica
de Vilém Flusser
245 páginas


Esta é uma autobiografia singular, na qual o autor, Vilém Flusser, filósofo tcheco que viveu mais de 30 anos no Brasil, pouco fala de sua história pessoal; prefere dedicar-se aos diálogos que manteve com personalidades que o marcaram. São onze pessoas, sete brasileiros natos e quatro imigrantes. Entre eles, nomes como Haroldo de Campos, Guimarães Rosa, Milton Vargas, Vicente Ferreira da Silva e Miguel Reale.
Flusser aborda ainda temas como sua tara por dar aulas - que ele via como provocar inquietação nos receptores-; um projeto de teoria da comunicação debatido com Chomsky e Quine; a relação estreita entre pátria e hábito; e a expressão "Bodenlos", sem fundamento, que funda sua filosofia.

A História do diabo
de Vilém Flusser
214 páginas


Parodiando textos sagrados, Vilém Flusser faz neste livro um elogio do Diabo, "príncipe tão glorioso" que a tantos entusiasmou no decorrer da história humana, em louvor do qual tantos enfrentaram as chamas "com dedicação ardente". Procura suspender os nossos preconceitos a respeito do Diabo para tentar reconhecer esse personagem que identificará com a própria História: "É possível a afirmativa de que o tempo começou com o Diabo, que o seu surgir ou a sua queda representam o início do drama do tempo, e que diabo e história sejam dois aspectos do mesmo processo".


UM LANÇAMENTO

Violino e piano em recital no Teatro Paiol

Nesta quarta-feira (15), às 20h, a violinista Bettina Jucksch e a pianista Carmen Célia Fregonese executam obras de compositores paranaenses.

O cartaz do Teatro Paiol, às 20h desta quarta-feira (15), é o recital das instrumentistas Bettina Jucksch (violino) e Carmen Célia Fregonese (piano), com um programa que contempla obras de importantes compositores paranaenses. No roteiro estão as peças Romance sem Palavras, de Bento Mossurunga (1879-1970); Lamento dos Pinheirais, de Alceo Bocchino (1918); Vocalize e Sonata 87, de Henrique de Curitiba (1934 – 2008); e Sonata em Lá Menor, de João Poeck (1904 – 1983).

O recital é uma oportunidade de divulgar a música de câmera paranaense, em sua maioria desconhecida pelo público, tanto em relação às obras quanto aos compositores. O espectador terá contato com uma das composições de Bento Mossurunga, fundador da Escola de Música e Belas Artes do Paraná e da Orquestra Estudantil de Concertos, que depois se transformou na Orquestra Sinfônica da Universidade Federal do Paraná. Nascido em Castro (PR), Mossurunga é o autor do Hino do Paraná e legou uma extensa produção musical para o teatro, além de obras para orquestra, ao lado de sambas, tangos, choros, valsas, mazurcas e marchas carnavalescas.

O curitibano Alceo Bocchino, que vive no Rio de Janeiro, é outro compositor escolhido para o repertório. Tendo estudado com Villa-Lobos, Camargo Guarnieri e Francisco Mignone, Bocchino é membro da Academia Brasileira de Música e maestro titular emérito da Orquestra Sinfônica do Paraná. O também curitibano Henrique Morozowicz, conhecido como Henrique de Curitiba e falecido no início de 2008, será lembrado no concerto. O compositor deixou mais de 150 obras musicais nos gêneros instrumental, vocal e de câmara, com gravações e publicações em todo o Brasil e no exterior.

O programa termina com uma criação de João Poeck, que nasceu na Áustria, mas escolheu o Brasil para viver. Morando em Curitiba, foi fundador da Escola de Música e Belas Artes do Paraná, ao lado de Bento Mossurunga. Compositor e professor de piano, deixou um conjunto de importantes obras, no qual transparece sua admiração por Brahms.



As instrumentistas – As curitibanas Bettina Jucksch e Carmen Célia Fregonese têm um extenso currículo musical. A violinista Bettina Jucksch integrou a Orquestra Juvenil da Universidade Federal do Paraná e a Camerata Antiqua de Curitiba, além de ser uma das fundadoras da Orquestra de Câmara de Blumenau, sob a regência do maestro Norton Morozowicz. Também participou da Orquestra Sinfônica Brasileira como chefe de naipe, a convite do maestro Isaac Karabchewski. Com estudos na Suíça e na Dinamarca, tem especialização no ensino de violino para crianças e atualmente é membro da Orquestra Sinfônica do Paraná.

A pianista Carmen Célia Fregoneze tem se apresentado como solista e camerista no Brasil, Europa e Estados Unidos. Em 1992 realizou uma turnê em dez cidades da Alemanha, executando apenas obras de compositores brasileiros. Com mestrado em Música pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e graduação em desempenho musical na Musikhochschule Stuttgart (Alemanha), Carmen Célia terminou o doutorado em Música em 2007, na The Catholic University of América (Washington/EUA). Atualmente, é professora de piano e música de câmara na Escola de Música e Belas Artes do Paraná.



Serviço:

Recital com Bettina Jucksch (violino) e Carmen Célia Fregonese (piano), com obras de compositores paranaenses.

Data e horário: 15 de outubro de 2008 (quarta-feira), às 20h

Local: Teatro Paiol (Praça Guido Viaro, s/n – Prado Velho)

Ingresso: R$10

domingo, 12 de outubro de 2008

O SONHO ACABOU ?

AO MENOS NAS LIVRARIAS NÃO!

Dizem que existe uma certa ciclocidade no mercado editorial. Explico, alguns autores ou algum “estilo” de literatura parecem retornar do pó (dos secos) para as nobres prateleiras das livrarias mais, digamos “badaladas”. Se não fosse assim, muitas vezes perderíamos a oportunidade de ler ou reler muitas obras que só com muita garimpagem podem ser encontradas. Essas obras em geral são aquelas, as muito citadas e nunca lidas. Exemplo clássico disso é o “catatau” Ulisses, de Joyce ou mesmo o Catatau de Paulo Leminsky.

O momento agora é (seria?) de contra-cultura. Separados nas prateleiras dos sebos e com preços muitas vezes de obras raras, esses livros que foram publicados dos meados dos anos 70 a meados dos anos 80, acabaram por se transformar em jóias bibliófilas. Quem não quer uma rara edição (já mais recente) de Factótum, de Charles Bukowski ou ainda de Pergunte ao pó, de John Fante?

Pois aí está a questão. A contra-cultura está rediviva, o underground está redescoberto. Ao menos nos principais sebos de São Paulo já existem prateleiras especiais para a “beat-generation”, mesmo que nela tenham de conviver com Kerouak, Neal Cassady, Borroughs, livros de Fante, Thomas de Quincey, Salinger ou Bukowski. Mas tudo está valendo, e tem espaço para a “prata da casa”, com Wally Salomão, Paulo Leminski, Glauco Matoso e raridade das raridades, Os Últimos Dias de Paupéria ( o original), de Torquato Neto.

Compreenda-se. Na verdade nessa prateleira estaria a contra-cultura, termo outrora muito em voga, que serviria para designar a princípio uma corrente literária e cultural nascida nos anos 50 nos Estados Unidos, primeiro como movimento beatnick e que ganhou fôlego com as devidas adaptações até os meados de 70, sepultado pelo movimento (sic) hippie. Tudo era aglutinado como uma posição de confronto com a sociedade conformista da segunda guerra mundial e depois da resistência à guerra do Vietnan. Por aqui tínhamos a ditadura militar o que já pode explicar muita coisa. Se tivemos a guerrilha, também tivemos o “desbunde” e como tal foi para as bancas e livrarias. O sonho ainda não havia acabado!

O mote principal deste artigo foi o "reencontro" de Pergunte ao Pó, de John Fante. O livro do escritor norte-americano, que desde o final dos anos 70 não era reeditado no Brasil. Foi traduzido nos idos dos anos 80 pelo poeta curitibano Paulo Leminski - ganhou fama e status de obra cult. Basta dizer que o livro influenciou diversas gerações como a dos poetas beatnicks Allen Ginsberg e William Burroughs, porque o livro é bem “velhinho”. O romance de John Fante é um retrato dos primeiros anos pós-recessão nos Estados Unidos e foi escrito em 1939. A saga de Bandini serviu como fonte de inspiração para a prosa onírica de Jack Keruack, que tinha em Fante uma espécie de guru.


John Fante nasceu no Colorado em 1909 e começou a escrever em 1929. Publicou inúmeros contos em The Atlantic Monthly, The American Mercury, The Saturday Evening Post, Collier's, Esquire e Harper's Bazaar. Seu primeiro romance, Espere a primavera, Bandini, saiu em 1938. No ano seguinte, lançou Pergunte ao pó. Neste meio tempo, ocupou-se em escrever roteiros de cinema. Alguns de seus créditos incluem Full of Life (Um Casal em Apuros), Jeanne Eagels (Lágrimas de Triunfo), My Man and I (Sem Pudor), The Reluctant Saint (O Santo Relutante), Something for a Lonely Man, My Six Loves (Meus Seis Amores) e Walk on the Wild Side ( Pelos Bairros do Vício). John Fante foi acometido de diabetes em 1955 e as complicações da doença provocaram a sua cegueira em 1978; mas continuou a escrever ditando à sua mulher, Joyce, e o resultado foi Sonhos de Bunker Hill. Ele morreu aos 74 anos, em 8 de maio de 1983.

Porém, e sempre tem um porém, a Editora José Olympio já relançou o clássico de John Fante, Pergunte ao Pó, com uma nova tradução, desta vez de Roberto Muggiati. E o livro que conta a história do alterego do autor, o escritor Arturo Bandini que é filho de imigrantes, um jovem pretenso a escritor que se sente excluído da sociedade passou a ser disputado em duas versões, com mais defensores da primeira que da segunda perpetrando a aura de raridade da outra edição do livro.

Um dos fatores além dessa identificação de autores uns os com outros, que permitiram o leitor agregar estes títulos e autores em um só cadinho foram as “coleções” como as da editora Brasilense. Hoje está distante daquela ousada editora que criou o “Circo das Letras”. É desta coleção que saem os disputados títulos de Wally, Bukowski, Keruak (On the road), Salinger, Fante e até Pasolini. A outra editora pródiga nesta seara era a L&PM, que foi a pioneira em publicar Charles Bukowski. Hoje, aposta todas as suas fichas em edições populares, pockets books encontrados em displays em uma salada cultural impar e uma divulgação pífia (ô relaxo!). Mas mesmo assim, os autores e leitores, não tendo culpa, vale indicar O livro dos Sonhos – Jack Keruac; O primeiro terço, de Neal Cassady; Hollywood, Notas de um velho safado e A mulher mais linda da cidade, de Charles Bukowski. Pode ser que outros títulos tenham sido reeditados. O certo é que a mesma editora também já foi pródiga em publicar os quadrinhos adultos, outra faceta dessa contra-cultura.

É curioso como uma história puxa a outra, Charles Bukowski, agora vizinho de prateleira de Fante, escreveria em 1979 – "Eu era um jovem, passando fome, bebendo e tentando ser escritor. Nada do que eu lia tinha a ver comigo. Eu tirava livro após livro das estantes. Por que ninguém dizia algo? Por que ninguém gritava? Então, um dia, puxei um livro e o abri, e lá estava. As linhas rolavam facilmente através da página, havia um fluxo. Cada linha tinha sua própria energia e era seguida por outra como ela. (...) E aqui, finalmente, estava um homem que não tinha medo da emoção. O humor e a dor estavam entrelaçados com uma soberba simplicidade. O livro era Pergunte ao Pó e o autor, John Fante. Ele se tornaria uma influência no meu modo de escrever para a vida toda. Trinta e nove anos depois, reli Pergunte ao Pó. Ele ainda está de pé, como as outras obras de Fante, mas esta é a minha favorita porque foi minha primeira descoberta da mágica."

Infelizmente poucos ousam republicar a obra de Bukowski, e pior, ignoram a sua poesia. A exceção coube a Bertrand Brasil que pelas mãos de um pernambucano, Jorge Wanderley, nos trouxe cuidadosas traduções dessa vigorosa poesia (o livro é Os 25 melhores poemas de Charles Bukowski). Jorge não pôde ver o livro impresso, mas a edição da Bertrand Brasil é uma homenagem justa a seu empenho. Na introdução, Márcia Cavendish Wanderley nos conta “... Bukowski defendeu intensa e ostensivamente sua marginalidade na vida e na obra. Aquele ‘demonismo’ que teve em Baudelaire sua mais momentosa voz foi bandeira desfraldada pelo poeta bêbado. Em Jorge ele também existiu, mas escondia-se sorrateiro sob suas sobrancelhas mefistofélicas, carinhosamente cultivadas e acariciadas (...) e por isso traduziu tão bem Bukowski, a quem respeitava, sobretudo pelo seu desprezo em relação a toda e qualquer representação institucional da vida, por tudo que não fosse carne da alma”.

O último livro de Bukowski (O Capitão saiu para o almoço e os marinheiros tomaram conta do navio) foi ilustrado por Robert Crumb, outro editado no Brasil. Crumb nasceu na Filadélfia, em 30 de agosto de 1943. Começou sua carreira profissional no início dos anos 60, na revista Help, dirigida por Harvey Kurtzman, o criador e editor do período mais anárquico e celebrado da revista Mad. Crumb abandonou Nova York e foi para San Francisco onde tornou-se o líder (ainda que a contragosto) do movimento das revistas underground norte-americanas. Seus ataques contra o moralismo e hipocrisias da sociedade norte-americana foram razões de muitos escândalos, polêmicas e problemas com a Justiça dos EUA. O ícone da contracultura desenhava desde criança, quando criou um personagem, Fred, o gato, que se tornou um de seus personagens mais conhecidos, Fritz, the Cat. Foi o primeiro desenhista da Zap Comix. Mudou-se para Paris e criou com sua segunda mulher, Aline Kominsky, a revista Weirdo. Crumb é mais conhecido no Brasil pela capa do disco de Janis Joplin – Cheap Thrills e pelo Fritz, The Cat que virou longa de animação.
























A Conrad Editora ao menos publicou três obras de Crumb, o clássico Fritz The Cat , Mr.Natural e uma edição da Zap Comix. Todos imperdíveis! Mas nesse universo das publicações de cults também surgem algumas no mínimo, curiosas, como Memórias de um anarquista japonês de Osugi Sakae, um pacifista em uma sociedade militarizada, feminista em uma sociedade machista. Osugi Sakae (1885-1923) ofendeu todas as autoridades, desrespeitou as leis, riu das tradições, lutou pela revolução e construiu sua vida na medida certa para causar escândalo no Japão do início do século XX. Ou ainda O Tao do Jeet Kune Do, de Bruce Lee (isso mesmo, o dos filmes) e mostra um lado dele que poucas pessoas conhecem: o de filósofo. O mais famoso nome das artes marciais de todos os tempos, após estudar filosofia ocidental nos EUA, buscou referências nas tradições orientais como o Budismo e desenvolveu sua própria filosofia de autoconhecimento, o Jeet Kune Do. Acreditem, este best-seller internacional vendeu mais de um milhão de exemplares no mundo, já foi publicado em nove idiomas e vendido em 28 países, só faltava o Brasil.

O mercado indica que sempre existe espaço para um certo revival. Muitos escritores que parecem esquecidos podem voltar com pique de sucesso. Saudosismo? Por certo que não. Eles ainda têm muito a dizer, seja através dos seus livros ou mesmo pessoalmente. Robert Crumb por exemplo concedeu uma entrevista publicada no Jornal Folha de São Paulo e questionado sobre algum conselho para o presidente Bush, respondeu como seu personagem guru Mr. Natural – “’Sr. Bush, vá se sentar numa caverna numa montanha e passe uns dez anos sozinho, pensando no que você fez’. E ele devia ser deixado sozinho numa caverna, e todo dia alguém deixaria comida para ele na entrada, para que ele pudesse pensar melhor nas coisas”.

Glauco Mattoso que tem publicado agora muitos de seus livros (http://suplementocultural.blogspot.com/2008/10/glauco-mattoso.html). Vide em entrevista a Luiz Fernando Emediato e Flavia Fontes disse que as gerações literárias “mudam de rótulo a cada década. Nos anos 70 fui rotulado de marginal, nos 80 de punk e nos 90 pós-moderno(...) E questionado se existiu mesmo um sonho, e se existiu se havia acabado respondeu – “O sonho não acaba. Quem morre assassinado é o Lennon, enquanto o George morre de câncer e o Paul, rico e nobre, já esqueceu que foi Beatle. Eu tenho insônia e pesadelo todas as noites, por causa do trauma da cegueira, mas continuo sonhando que enxergo e nesses raros sonhos bons continuo vendo tudo em cores. Enquanto tivermos a memória daquilo que valorizamos, continuaremos sonhando”. Faço minhas as palavras dele, e vamos continuar garimpando as prateleiras dos sebos da memória enquanto as reedições não chegam!

Eduardo Cruz

jornalista

Glauco Mattoso

Glauco Mattoso,

pseudônimo de Pedro José Ferreira da Silva, (São Paulo, 29 de junho de 1951) é um poeta e escritor brasileiro e é um dos mais radicais representantes da ficção erótica e da poesia fescenina em língua portuguesa, descendente direto de Gregório, Bocage e, em prosa, de Sade e Masoch. Seu nome artístico é um trocadilho com glaucomatoso, termo usado para os que sofrem de glaucoma, doença que o fez perder progressivamente a visão, até a cegueira total em 1995. É também uma alusão a Gregório de Matos, de quem se considera herdeiro na sátira política e na crítica de costumes.























M(ai)S: antologia sadomasoquista da literatur
a brasileira

de Antonio Vicente Seraphim Pietroforte e Glauco Mattoso (organizadores)


194 páginas




Antes de tudo, é possível falar em literatura sadomasoquista? O SM, assim como homosexualidade, a pedofilia, o feminismo e a política são temas, que podem, ou não serem convertidos em escolas artísticas, entre elas, a literatura.

De que maneira se constrói a temática SM? São necessários dominadores e dominados, deve haver violência e dor convertidos em prazer, pelo menos para um dos dois, mas não apenas isso. Como diz Greimas, em sua semiótica, enquanto os castigos são oriundos de vinganças e reparações de faltas, o sadismo não depende dessas relações, uma vez que o ato sádico se completa em si mesmo. Castigos e vinganças precisam de um motivo que os acione; o sadismo se explica e justifica-se sozinho.

Correlacionado ao erotismo, o sadismo greimasiano dá forma ao tema sadomasoquista, que pode não passar de um tema entre outros temas, ou pode ser eleito como compromisso ético, estético e literário determinante. Uma antologia SM, portanto, deve ter, no mínimo, esse esclarecimento discursivo.


Apresentação:

O discurso sadomasoquista


Antonio Vicente Seraphim Pietroforte



Incluídos nessa coletânea:

José de Alencar


Machado de Assis


Valentim Magalhães


Cruz e Sousa


João do Rio


Augusto dos Anjos

Pedro Xisto


Wilma Azevedo


Glauco Mattoso


Delmo Montenegro


Claudio Daniel


Antonio Seraphim Pietroforte


Joca Reiners Terron

Marcelo Sahea


Virna Teixeira


Luiz Roberto Guedes


Horácio Costa


Del Candeias


Frederico Barbosa

Ana Rüsche


Dirceu Villa


Contador Borges

Marcelo Tápia


Luís Venegas


Ivana Arruda Leite


Leila Míccolis


Renata Belmonte


Flávia Rocha


Adelice Souza

Leo Pinto


Ceguinho do Ceará


Victorio Verdan


João Silvério Trevisan

Hugo Guimarães


Gustavo Vinagre


Ronaldo Bressane


Pedro Tostes


Marcelo Mirisola


Caco Pontes


Mário Bortolotto


Ademir Assunção


Marcelino Freire


Leandro Leite Leocadio


Berimba de Jesus




Faca cega

de Glauco Mattoso


120 páginas





Este volume registra quatro aventuras poéticas de Glauco Mattoso, duas delas em parceria com novos talentos de velhos gêneros, tais como Danilo Cymrot na décima e Leo Pinto no soneto. O ciclo que dá título ao livro compõe-se de dez sonetos e conta a história da vítima deficiente que se converte em herói superdotado, graças à credulidade do povo e à marginalidade que o cerca. O segundo ciclo narra uma saga mais extensa, composta de quarenta sonetos, adiante comentados. Os ciclos terceiro e quarto são pelejas de Glauco Mattoso, respectivamente com Cymrot e Pinto, nas quais o duelo entre mestre e discípulos serve de laboratório à experimentação temática e formal nesse tradicional pingue-pongue versificado: a “Peleja de Danilo Cymrot com Glauco Mattoso” (2005) e o“Epistolário escatológico de Leo Pinto” (2007) são resultado do diálogo internáutico que Mattoso manteve com dois de seus alunos numa oficina poética. Na “Peleja”, as décimas se pautam pela “deixa”, praxe popularizada pelos cordelistas e cantadores. Já o “Epistolário”, composto de sonetos, foge ao costume nordestino para remontar aos jogos barrocos e arcádicos, ainda que contextualizado na pós-modernidade.


Confira o Soneto do Pistolão

SONETO DO PISTOLÃO (#32)

O cara é do partido governista
e em tudo uma influência ele trafica.
Praquele gabinete alguém me indica
e brilha seu olhinho, mal me avista!
Percebo que emplaquei outra conquista:
me trata friamente, até que fica

difícil disfarçar que minha pica deseja,
mas eu quero que ele insista!
Não tarda, estou sentado à sua mesa,

vestindo terno, e apóio os pés cruzados
no braço da poltrona, de surpresa!
Só falta ele os sapatos engraxados

lamber até lustrar!
A rola tesa
divide seu olhar
com meus solados!


LANÇAMENTOS DA