segunda-feira, 30 de julho de 2018

ESPETÁCULO TEATRAL RETRATA AS IDEIAS DE HILDA HILST




A montagem do solo poético “Obscena, um encontro com Hilda Hilst” surgiu da inquietação da atriz e produtora Fabiana Pirro que, ao completar 18 anos de teatro, decidiu adentrar no universo da poeta, dramaturga e ficcionista Hilda Hilst

Reconhecida como um dos principais nomes da literatura brasileira contemporânea, Hilda Hilst é o foco central da montagem “Obscena, um encontro com Hilda Hilst”, produzido e estrelado por Fabiana Pirro. A vida da escritora é misturada com a da atriz e desagua no texto profundamente humano da dramaturga, encenadora e diretora Luciana Lyra. Sua direção é uma ode ao teatro. Através dele surge o encontro e as possibilidades de libertação se tornam infinitas. O universo masculino é visitado e desejado em cena. As figuras do Pai, do Filho e do Amor são as linhas grossas deste bordado.

No espetáculo, a atriz Fabiana Pirro vive Líria, uma mulher de mais de 40 anos em busca do amor do pai, um belo e inteligente homem que enlouqueceu quando ela ainda era uma garota. Através de recursos cênicos, e com inúmeras referências ao texto de Hilda Hilst, a personagem traz também um alter-ego chamado Estélia, que reclama o empoderamento feminino, professa a liberdade e a polêmica obscenidade Hilstiana. O projeto teve início em janeiro de 2014 com uma minuciosa pesquisa sobre a poética da escritora Hilda Hilst, quando se fez necessária a imersão da atriz/produtora e da diretora/dramaturga na Casa do Sol, em Campinas, lugar onde Hilda Hilst viveu de 1966 até 2004, quando faleceu. Na sequência, foi realizada a Mostra Hilda Hilst de Prosa e Poesia, em Recife. Por fim, depois de um ano de experiências e amadurecimento artístico, nascia o solo poético “Obscena, um encontro com Hilda Hilst”.

Apresentar “Obscena” ganha ainda mais relevância pela retomada da visibilidade da obra da escritora e dramaturga paulista que, este ano, é a homenageada no Festival Literário Internacional de Paraty. O espetáculo solo tem duração de 50 minutos nos quais a atriz faz três trocas de roupa e contracena com a projeção de um filme feita na Casa do Sol, residência de Hilda Hilst. O cenário é compacto mas causa um efeito impactante, sugerindo o interior de uma casa e também a área externa onde há um portão e a árvore de desejos. Com uma trilha musical instigante – desenvolvida especialmente pelo artista multimídia Ricardo Brazileiro – e com um design de luz que emociona, a performance de Fabiana Pirro comunica potência cênica nos vários papeis que desempenha na busca pelo amor do pai falecido, onde tenta compreender o sentido de estar no mundo, se não for pelo amor.

Fabiana Pirro

Uma das modelos mais bem-sucedidas de Pernambuco, Fabiana Pirro iniciou sua vivência artística aos 14 anos. Ao longo de 10 anos de muitos trabalhos e viagens, decidiu trocar sua carreira internacional pelos tablados em 1999, estreando como a Salomé da Paixão de Cristo, em Nova Jerusalém. Desde então, o teatro, a TV e o cinema têm sido os focos de seu desenvolvimento como produtora e atriz.



Links para “Obscena”:



Serviço:
Teatro: “Obscena, um encontro com Hilda Hilst”
Local: CAIXA Cultural Curitiba – Rua Conselheiro Laurindo, 280 – Curitiba (PR).
Data: de 03 a 05 de agosto de 2018 (sexta a domingo). Na sessão de sábado, dia 04 de agosto, haverá tradução em Libras e Audiodescrição.
Horário: sexta e sábado, às 20h e domingo, às 19h.
Ingressos: vendas a partir de 28 de julho (sábado). R$ 10 e R$ 5 (meia – conforme legislação e correntistas que pagarem com cartão de débito CAIXA). A compra pode ser feita com o cartão vale-cultura.
Bilheteria: (41) 2118-5111 (De terça a sábado, das 12h às 20h. Domingo, das 14h às 19h.)
Classificação etária: 16 anos
Lotação máxima: 125 lugares (2 para cadeirantes)

[lançamento] BIGORNAS, livro de estreia da poeta Yasmin Nigri, na Livraria Travessa de Botafogo


Edgar lança single e clipe “O Amor Está Preso?”




Faltando menos de um mês para o lançamento do seu álbum, “Ultrassom”, primeiro com uma gravadora, Deck, o artista Edgar apresenta hoje mais uma prévia do trabalho. Já está disponível em todas as plataformas digitais a faixa inédita “O Amor Está Preso?”. Com seu estilo único de interpretar as letras, o paulista segue com seu tom crítico, em frases indagadoras e de impacto como “vocês querem nos robotizar, ao invés de humanizar”.

Ele também apresenta o clipe oficial da canção no YouTube. As imagens gravadas em São Paulo foram dirigidas por ELXVA. No vídeo, Edgar encarna um justiceiro galáctico na missão de proteger os humanos de intervenções alienígenas, de acabar com o esquema de produção massificada de tecnologia que assombra nosso planeta.

Após uma participação marcante no álbum de Elza Soares, “Deus É Mulher” (Deck/ 2018), na música “Exu nas Escolas”, Edgar prepara-se para lançar seu novo disco, com produção de Pupillo, da Nação Zumbi. 

“Ultrassom” estará disponível em todas as plataformas digitais no dia 24 de agosto.



O SAMBA MINEIRO DE JANAMÔ FAZ UM TRIBUTO A ELZA SOARES



A cantora mineira Janamô se une ao consagrado violonista Paulão 7 Cordas para prestar uma homenagem a Elza Soares com o espetáculo “Dura na Queda”

Em sua participação no Projeto Samba de Bamba, Janamô e Paulão 7 Cordas vão apresentar releituras para a obra da “Mulher do Fim do Mundo”, com foco no samba de raiz, em canções como “O Malandro” e “Dura na Queda”, ambas de Chico Buarque. Dona de uma voz doce e forte, potente e suave, a artista é capaz de transitar com propriedade e destreza pelo samba e pelo choro. Em sua apresentação, ela imprime diferentes nuances e incursiona com autonomia na diversidade rítmica da MPB contemporânea ciente de que sua força é originária da cultura popular, dos cantos afro-brasileiros, dos tambores e minas e das tradicionais rodas de samba que frequenta.

Em Curitiba, Janamô também vai relembrar algumas canções do seu álbum de estreia, “Festeira” (2014), quando ainda tinha o nome artístico de “Janaína Moreno”. No entanto, o repertório do show tem como espinha dorsal a bossa de Elza Soares – que a cantora mineira também homenageia como uma das intérpretes do musical “Elza”, em cartaz no Rio de Janeiro. Janamô conta que se inspirou na pesquisa do musical para a criação desse show inédito que reverencia o passado de Elza dentro do grande presente que é o samba. “Elza deu voz ao samba, gênero que a consagrou desde o sucesso de ‘Se acaso você chegasse’, do compositor Lupicínio Rodrigues, que também interpreto no show”, diz a artista.

Cantora-revelação da atual safra de intérpretes que ilumina a cena musical brasileira, a mineira Janamô é também atriz, compositora, dançarina e percussionista. Deu seus primeiros passos na arte ainda em Belo Horizonte (MG), onde foi coroada “Rainha da Madrugada” por estar à frente de um projeto de muito sucesso na capital mineira: o “Samba da Madrugada”. Janamô vem se dividindo entre Belo Horizonte e Rio de Janeiro, desde o final de 2009, depois que venceu o prêmio “Novos Bambas do Velho Samba “ – e foi finalista no prêmio “Divas da MPB” e no prêmio “Talentos do Samba”, com curadoria de Arlindo Cruz e Dudu Nobre. A artista vem dando passos sólidos na consolidação de sua carreira em meio a um mercado fonográfico desacelerado, porém atento aos talentos promissores que se apresentam com criatividade, autenticidade e irreverência.

Janamô chega ao “Samba de Bamba” com a segurança de quem bebeu na fonte, de quem buscou inspiração nos grandes mestres, tais como Jacob do Bandolim, Milton Nascimento, Cartola, Candeia, Ary Barroso, Noel Rosa, Nelson Cavaquinho, Ataulfo Alves, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Paulinho da Viola, Baden Powell, Vinícius de Moraes e Paulo César Pinheiro. Em sua presença cênica fica evidenciada a força do feminino e é possível identificar desde a dramaticidade e brejeirice de Clara Nunes, a irreverência de Carmem Miranda, a articulação e a rítmica de Ademilde Fonseca, a autenticidade e a força negra de Elza Soares, a passionalidade de Elis Regina, a elegância de Elizeth Cardoso e a sensibilidade de Dona Ivone Lara. É essa inspiração, provocada por mulheres extraordinárias, que ajuda a construir a história da jovem cantora que se destaca por suas múltiplas linguagens artísticas e por suas interpretações vivas, primorosas e contagiantes.



Serviço
Música: Samba de Bamba com Janamô
Local: CAIXA Cultural Curitiba. Rua Conselheiro Laurindo, 280 – Curitiba (PR).
Data: 07 de agosto de 2018 (terça-feira)
Horário: 20h
Ingressos: Vendas a partir de 04 de agosto (sábado). R$ 20 e R$ 10 (meia – conforme legislação e correntistas que pagarem com cartão de débito CAIXA). A compra pode ser feita com o cartão vale-cultura.
Bilheteria: (41) 2118-5111 (De terça a sábado, das 12h às 20h. Domingo, das 16h às 19h.)
Classificação etária: Livre
Lotação máxima: 125 lugares (2 para cadeirantes)

PROGRAMAÇÃO DA SEMANA DE 01 A 04 DE AGOSTO JAMES


QUARTA 01.ago: 22h QUARTA ROCK Especial 80’s DJs residentes Ale Dantas, Renata Worst e Claudia Bukowski.
DOUBLE DRINK de destilados nacionais entre 22h e 1h.
HEINEKEN 600ml a preço de long neck entre 22h e 0h.
R$ 10 (R$ 5 na Lista Desconto) entre 22h e 23h.
R$ 20 após as 23h.
QUINTA 02.ago: 22h QUINTA HIT Volta às Aulas Open & Double DJs Fabiane Galliano, Wagner Salivan, Gabi Kurita, Jo Ferreira e Gabriel Rosina.
TODOS OS HITS de volta às autlas, com discotecagem RBD, High School Musical e Glee.
DOUBLE DRINK de Etta James a noite toda.
OPEN BAR  de Cuba Vodka durante uma hora.
R$ 20 (R$ 15 com nome no mural do evento).
SEXTA 03.ago: 22h PANCADÃO Baile Funk com Welcome shots e Double DJs residentes ADRN, Babi Oeira e Denis James.
WELCOME SHOTS de Catuaba Selvagem entre as 22h e 23h.
DOUBLE DRINK de Catulove entre 23h e 2h.
DOUBLE SHOTS na garrafa de Catuaba Selvagaem entre 0h e 1h.
CONCURSO DE TWERK com Mariya Nerve.
INSTAGRAM STORIES @pancadaocwb, os melhores ganham drinks.
R$ 35 (R$ 30 na Lista Desconto até 0h).
SÁBADO 04.jul: 22h POP LINE especial Ariana, Demi e Selena DJs residentes Ale Dantas e Ber Correia.
Convidado Méfiu.
WELCOME DOUBLESHOTS entre 22h e 23h.
DOUBLE VODKA COM ENERGÉTICO entre 23h e 2h.
DOUBLESHOTS de vodka Smirnoff na garrafa ao longo da noite.
R$ 30 (R$ 25 na Lista Desconto).
Al. Carlos de Carvalho, 680. Curitiba/PR. (41) 3222-1426. Formas de pagamento: Todos os cartões de débito e crédito Amex, Diners, Master, Visa, Elo, Hipercard e Alelo.

Alessandra Leão e Lívia Mattos mostram a força feminina e do Nordeste em show duo na Audio Rebel



Voz, sanfona e percussão se encontram em apresentações que mostram o repertório autoral de cada uma, além de parcerias e homenagens

A música propicia encontros potentes como poucos ambientes o fazem. Exemplo é a união de Lívia Mattos, cantora, compositora e sanfoneira, e Alessandra Leão, cantora, compositora e percussionista. A primeira, baiana, e a segunda, pernambucana, apresentam uma série de shows em duo, e chegam ao Rio de Janeiro para um show na Audio Rebel, no dia 01/08 (quarta-feira). A casa abre às 20h e os ingressos custam R$20.

Com músicas selecionadas de seus repertórios individuais, além de arranjos para parcerias inéditas, a dupla ainda homenageia grandes nomes da música como Capiba, um dos maiores compositores de frevo de Pernambuco, e a cantora e compositora Lhasa de Sela - referências presentes na estética sonora dos projetos de Alessandra e Lívia.

Alessandra Leão é percussionista, compositora e cantora. Iniciou sua carreira em 1997 com o grupo Comadre Fulozinha e atuou ao lado de músicos como Antônio Carlos Nóbrega, Siba, Silvério Pessoa, Kimi Djabaté (Guiné Bissau), Florencia Bernales (Argentina), entre outros. Em 2006, Alessandra deu início ao seu trabalho autoral com o elogiado Brinquedo de Tambor, produzido e arranjado em parceria com o violeiro, compositor e arranjador Caçapa. Em 2008 lançou o CD do projeto Folia de Santo, idealizado, coordenado e produzido por ela. Em 2009, lançou seu segundo CD solo “Dois Cordões”, produzido por Caçapa e com patrocínio da Petrobrás, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Nesse mesmo ano compôs a trilha sonora do espetáculo teatral Guerreiras, de Luciana Lyra, lançado em formato de livro + CD em 2010. Tem realizado turnês no Brasil, Argentina, Colômbia, França, Bélgica, Portugal e Holanda. Radicada em São Paulo desde 2014, apresenta o show Punhal de Prata, ao lado do músico Rafa Barreto, com um repertório dedicado às composições de Alceu Valença lançadas nos anos setenta. Lançou a trilogia de EPs Língua – “Pedra de Sal”, “Aço” e “Língua” - entre novembro de 2014 e setembro de 2015, com colaboração de Caçapa, da artista plástica Vânia Medeiros, da atriz e dramaturga Luciana Lyra.

Lívia Mattos é acordeonista e cantautora. Começou a sua carreira artística em 2002, no circo, onde despertou o interesse pelo acordeom como recurso cênico. A partir de então incursionou no meio musical, em bandas e espetáculos, dividindo-se entre palcos e picadeiros. Com o seu trabalho musical, apresentou-se em festivais pelo mundo como Accordions Around the World, em Nova Iorque; no Akkorden Festival Wien, em Viena; e Sommerwerft Festival, em Frankfurt, entre outros, além de participar do programa OneBeat 2017, apresentando-se por quatro estados estadunidenses, com 25 músicos de 17 países diferentes. Em 2017, lançou o álbum autoral "Vinha da ida", pelo Natura Musical, com o qual vem circulando pelo país.  No período de São João, apresenta o show Arraiá da Sanfoneira, e nos carnavalescos, o Folia de Fole, criados especialmente para estes festejos populares. Concomitante ao seu trabalho, acompanha o cantor e compositor Chico César em shows pelo país, como também pela Europa e América Latina. Pesquisadora sobre a música no circo no país, a também socióloga vem registrando entrevistas com circenses veteranos, bem como criando performances e intervenções a partir dessa interface. "A Sanfonástica Mulher-lona", "Sanfona aérea" e "Mono Amour" foram trabalhos artísticos criados a partir dessa trajetória entre a música e o circo.

Conhecida pelo clima intimista, a Audio Rebel é uma casa de show localizada na Zona Sul do RJ. O local reúne nomes internacionais e nacionais de diversos gêneros, organizando ensaios e gravando discos de cantores independentes. Além disso, lá também funciona uma loja de instrumentos musicais e uma oficina de luthieria (confecção de instrumento de cordas). O espaço fica na Rua Visconde de Silva, 55, em Botafogo.

Serviço
Alessandra Leão e Lívia Mattos
Data: 01/08/2018 (quarta-feira)
Horário: 20h (abertura da casa às 19h)
Local: Audio Rebel
Ingressos: R$20
Classificação: 16 anos
Capacidade da casa: 90 pessoas (lotação máxima)
Forma de pagamento: para o ingresso, apenas dinheiro; no bar, todos os cartões de crédito.
Casa equipada com ar condicionado e wi-fi gratuito
Horário de funcionamento da bilheteria: todos os dias, de 13h às 21h

Mídias

Alessandra Leão:

Lívia Mattos:

Qualidades de um Verdadeiro Espiritualista




por Yugavatara Dasa

Arjuna leva a questão a Krishna, e assim beneficia todos nós.

A Bhagavad-gita é uma conversa entre Arjuna, um guerreiro excepcionalmente talentoso, e o Senhor Krishna, que estava agindo como o quadrigário de Arjuna. A Gita foi falada a fim de encorajar Arjuna a lutar em uma grande guerra. Enquanto dá a Arjuna todos os tipos de conselhos espirituais e materiais, Krishna discute vários tópicos, como karma, o eu, o Ser Supremo, o propósito do yoga, como o nosso ambiente afeta nossa consciência e como alcançar a perfeição final da vida.

Algumas Perguntas de Arjuna

Frequentemente, Arjuna faz perguntas para esclarecer suas dúvidas. Uma dessas questões consta no segundo capítulo da obra. Na Gita (2.54), Arjuna pergunta:

sthita-prajnasya ka bhasa
samadhi-sthasya kesava
sthita-dhih kim prabhaseta
kim asita vrajeta kim

“Ó Krishna, quais são os sintomas daquele cuja consciência está absorta nessa transcendência? Como ele fala, e qual é sua linguagem? Como ele se senta e como ele caminha?”

As perguntas parecem tratar apenas do comportamento externo de uma pessoa, mas Srila Visvanatha Chakravarti Thakura revela o significado interno de cada questão. Bhurijana Prabhu, um discípulo de Srila Prabhupada, em seu livro Surrender Unto Me [sem tradução para o português] cita com muita frequência esse comentário para mostrar que Krishna responde cada parte da pergunta de Arjuna em detalhes. A maior parte deste artigo é baseada nas explicações dadas nesse livro, e algumas declarações são citadas diretamente (com aspas).

A pergunta de Arjuna pode ser dividida em quatro partes: 1) quais são os sintomas do transcendentalista, 2) como ele fala e qual é a sua língua, 3) como ele se senta e 4) como ele caminha.

Krishna responde a primeira pergunta de Arjuna imediatamente, no verso 55: “Ó Partha, quando alguém desiste de todas as variedades de desejo pelo prazer dos sentidos, os quais surgem da trama mental, e quando a sua mente, assim purificada, encontra satisfação apenas no eu, então se diz que ele está em consciência transcendental pura.”

Bhurijana comenta: “O sthita-prajna revela sua posição por não ter apegos egoístas. Ele está desapegado da felicidade e da miséria. Além disso, ele está plenamente satisfeito, fixando sua consciência no eu”. Em outras palavras, ele está equilibrado.

Respondendo a Situações Provocadoras

Krishna, em seguida, responde à segunda pergunta de Arjuna: “Como ele fala?” Esta pergunta quer dizer, Bhurijana explica: “Como a inteligência e as palavras dele são afetadas pela afeição, raiva ou neutralidade de outra pessoa?” Em outras palavras, como ele responde?

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As respostas de Krishna a Arjuna servem como um guia definitivo para os sintomas de um verdadeiro espiritualista.

Krishna responde na Bhagavad-gita (56-57): “Aquele cuja mente não é perturbada mesmo estando rodeado das três classes de misérias, e nem se exalta quando há felicidade, e que está livre do apego, do medo e da ira, é chamado ‘um sábio de mente estável’. No mundo material, quem não se deixa afetar pelo bem nem pelo mal que venha a obter, sem louvá-lo nem desprezá-lo, está firmemente fixo em conhecimento perfeito.”

Srila Prabhupada elabora sobre essa qualidade de um transcendentalista em seu significado: “Tal pessoa em plena consciência de Krishna não se deixa perturbar de modo algum pelas investidas das três classes de misérias, pois aceita todas as misérias como misericórdia do Senhor, e considera-se merecedora de ainda mais sofrimentos devido a suas más ações passadas; e ela vê que suas misérias são reduzidas ao mínimo, pela graça do Senhor. Do mesmo modo, quando se sente feliz, ela reconhece que isto é obra do Senhor, e considera-se indigna de receber tal felicidade...”

É fácil trocar amor por amor. Quando alguém, mesmo que seja um estranho, nos cumprimenta com um amoroso “oi”, é muito fácil retribuir com um alegre “olá”. Mas isso não revela completamente como “falamos” ou respondemos. O teste do nosso discurso é como reagimos quando alguém nos inflige uma agressão mental usando suas cordas vocais. Permanecemos calmos ou explodimos? Reagimos violentamente em situações muito provocadoras?

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O teste de nosso autocontrole vem em situações provocadoras.

Precisamos aprender a falar agradavelmente mesmo com aqueles que são hostis a nós. Isso ajudará a diminuir a amargura nos relacionamentos. Uma resposta doce pode até evitar um possível confronto.

Certa vez, um homem se aproximou de um vendedor de papagaios para comprar um papagaio. O vendedor de papagaios disse: “Eu tenho esse papagaio especial para você. Se você puxar a perna dele, ele canta o nome de Krishna. E se você puxar a outra, ele canta o nome de Rama.” A pessoa ficou emocionada ao ver um papagaio tão santo, e ele imediatamente o comprou. Sempre que convidados visitavam sua casa, esse homem mostrava orgulhosamente seu papagaio para eles e os fazia ouvir os nomes divinos de Krishna e Rama da boca do papagaio.

Um dia, ele pensou: “Se meu papagaio canta o nome santo ao puxar uma das pernas dele, tenho certeza que, se eu puxar as duas pernas dele, ele cantará todo o maha-mantra Hare Krishna.” Quando ele se aproximou do papagaio e puxou ambas as pernas, o papagaio gritou: "Seu tolo! Você não entende que eu vou cair e quebrar a minha cabeça?”

A lição que aprendemos com esta história é que não podemos manter uma gentileza artificial por muito tempo. Nossas reações, especialmente nossa fala, devem ser controladas em situações felizes e dolorosas. O próprio Krishna aconselha mais tarde na Gita (17.15): “A austeridade da fala consiste em proferir palavras verazes, agradáveis, benéficas e que não perturbam os outros.”
  
Contenha-se. Não se Deixe Levar.

A próxima pergunta de Arjuna é: “Como ele se senta?” De acordo com Srila Visvanatha Chakravarti Thakura, isso significa “Como ele não usa seus sentidos? Qual é a sua mentalidade quando seus sentidos são impedidos de encontrar seus objetos?” O Senhor Krishna responde nos próximos dois versos da Gita (58-59): “Aquele que é capaz de retirar seus sentidos dos objetos dos sentidos, assim como a tartaruga recolhe seus membros para dentro do casco, está firmemente fixo em consciência perfeita. A alma encarnada pode restringir-se do prazer dos sentidos, embora o gosto pelos objetos dos sentidos permaneça. Porém, interrompendo tais ocupações ao experimentar um gosto superior, ela fixa-se em consciência.”

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O transcendentalista é capaz de retirar seus sentidos dos objetos, tal qual a tartaruga recolhe seus membros.

Nosso poder de controle sensorial é testado na solidão. É fácil mostrar santidade em público, mas um verdadeiro santo mantém sua pureza tanto na vida pública quanto na privada. Hoje, se uma pessoa é deixada sozinha por algum tempo, ela automaticamente se volta para a internet para ficar presa dentro na internet. Muitas vezes, essa jornada virtual começa com a exibição de notícias diárias, prossegue para vídeos de entretenimento e acaba na exibição de coisas ilícitas. O lazer deve ser usado para relaxar, mas as atividades de lazer não devem degradar nossa consciência. O tempo de lazer deve nos ajudar a marchar em direção à paz, em vez de nos agitar.

Se estivermos lutando para restringir nossos sentidos, devemos tentar desviá-los para atividades espirituais como yoga físico, meditação com mantras ou leitura de escrituras, como a Bhagavad-gita. Isso ajudará a purificar a mente e controlar os sentidos.

O Remédio para a Mente Louca

Começando com o verso 64 e continuando quase até o final do capítulo dois, Krishna responde à última pergunta de Arjuna: “Como ele caminha?” O propósito dessa pergunta é: “Como um homem em transcendência usa seus sentidos?”

Krishna diz: “Aquele que, livre de todo apego e aversão, é capaz de controlar seus sentidos através dos princípios reguladores da liberdade pode obter a misericórdia completa do Senhor. Para alguém assim satisfeito [na consciência de Krishna], as três classes de misérias da existência material deixam de existir; nesta consciência jubilosa, a inteligência logo se torna resoluta.”

“Bem estabelecido” significa que a entidade viva deve estar conectada a Krishna através da consciência de Krishna. Em tal estado, ela pode estar livre de atrações e aversões materiais e tornar-se plenamente satisfeita. Bhurijana comenta: “Sem bhakti, o serviço devocional a Krishna, independentemente do que alguém possui ou do que faz, ninguém fica satisfeito.”

Mais tarde, na Gita (9.14), Krishna descreve as atividades dos grandes transcendentalistas: “Sempre cantando Minhas glórias, esforçando-se com muita determinação, prostrando-se diante de Mim, essas grandes almas adoram-Me perpetuamente com devoção.” A palavra “sempre” é importante aqui. Se a mente hiperativa é destituída de um compromisso constante, ela enlouquece e leva a alma à degradação. Qual poderia ser a atividade melhor e mais eficaz pela qual podemos controlar nossa mente e nossos sentidos? As escrituras védicas explicam que cantar os santos nomes de Krishna é o melhor remédio para a mente maníaca. O santo nome fixa a mente em Krishna e, assim, purifica a mente de todas as contaminações que surgem devido ao envolvimento anterior em atividades pecaminosas.

Em conclusão, a Suprema Personalidade de Deus, o Senhor Krishna, responde perfeitamente à pergunta de Arjuna, citando os sintomas internos do transcendentalista, sthita-prajna.

Tradução de Ekanistha Radha Devi Dasi.


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