sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Goddard imperdível


quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Waly SAILORMOON



Bem, não estou falando de delírios. Estou escrevendo sobre delírio. Respeito é bom , eu cuspo nele, mas estou falando do Waly. De quebra estou falando do Cara de Cavalo, do Oiticica, do Sganzela, da Ligia, do Torquato. Ora porra estou falando também do Caetano.

Eu estou falando que vocês precisam, ler, reler ALGARAVIAS. Já fui "riliseiro", assessor, etcoetera! Portanto,
" - O Que é que você quer ser quando crescer?
- Poeta polifônico. " (1995)

Me basta !

Por Eduardo Cruz

Segundo consta no Dicionário Etimológico da Língua Castelhana, “algaravia” é uma palavra coringa, de significado múltiplo: língua árabe, linguagem quase ininteligível e coisa difícil de perceber. “Algaravia” é também o nome de uma planta de arbustos diversos – a exata diversidade lírica que se espraia pela obra de Waly Salomão, contumaz e grande leitor da poesia universal e do mundo, que, enquanto “poeta polifônico”, reprocessava todas as influências para depois canalizá-las em sua própria voz poética de “parangolé” – vocábulo que o artista plástico Hélio Oiticica, amigo de Waly, dizia exprimir a “antiarte por excelência”.


Nesta reedição da coletânea de poemas publicada originalmente em 1996, Algaravias: Câmara de ecos, agraciada com o prêmio Alphonsus de Guimarães, da Biblioteca Nacional, e com o Jabuti, em 1997, na categoria poesia, o mais dileto filho de Jequié, na Bahia, de pai sírio e mãe baiana, trabalha com quatro caminhos temáticos: a reflexão sobre a poesia, o mito pessoal e/ou nacional, a ironia dos périplos e viagens, e a lírica da quase intimidade – e “quase” porque suprimia as fronteiras entre o eu e o outro. “Agora, entre meu ser e o ser alheio/ a linha de fronteira se rompeu.”


O tom fortemente declamatório dos poemas pode confundir o leitor a pensar que a escrita do performático Waly Salomão era um mero derramar de intuições e achados, mas isso não é verdade. Poesia é trabalho. Ou “Alguém acha que ritmo jorra fácil,/ pronto rebento do espontaneísmo?” Poesia é suor, o resto é psicografia. De acordo com o próprio poeta, “para fundar Roma” é preciso “ler, ler e ler”. Waly exercia com seriedade – sem por isso descambar para o clichê institucional de correção e postura – seu ofício de verso, e, como pára-raio cultural, transformava o que absorvia em energia para sedimentar de lampejos calculados e medidos o chão de sua poética.


Nas páginas de Algaravias, o poeta transforma delírio em elegias, dentro do seu estilo palavroso (o que não significa palavras ao vento), como as feitas para o artista catalão Antoní Llena e para a arquiteta modernista ítalo-brasileira Lina Bo Bardi; em poemas dedicados a amigos como o músico Marcelo Yuca, o poeta Chico Alvim e a esposa Marta; em versos que resvalam ou se debruçam sobre grandes nomes da poesia, como os americanos John Ashbery e Wallace Stevens, o inglês William Blake, o francês Paul Valéry e o amigo brasileiro Antonio Cicero.


Por fim, vale ressaltar a força das metáforas walyanas ecoando nas páginas desta coletânea, metáforas que gritam ao leitor uma beleza construída com requinte – “encharcar ao longo do poema inteiro,/ do começo até o fim,/ metáforas, metáforas, metáforas.” O grande escritor argentino Jorge Luis Borges considerava tal figura de linguagem a matéria-prima da poesia. Waly Salomão sabia disso.


EM TEMPO, SAIU A UM TEMPINHO MAS SÓ RECEBI AGORA, É DA ROCCO!

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

OLINDA por Freyre



Olinda: Segundo Guia Prático, Histórico e Sentimental de Cidade Brasileira
Autor - Gilberto Freyre

Feliz a cidade que pode oferecer ao viajante ou estudioso um guia como este dedicado a Olinda por Gilberto Freyre. O subtítulo esclarece que se trata de um "2º guia prático, histórico e sentimental de cidade brasileira" (o primeiro foi dedicado a Recife), mas na verdade é muito mais do que isso: um pequeno curso sobre a história, a vida, os hábitos e as tradições da velha cidade pernambucana.
Didático pela distribuição e abrangência dos temas, como qualquer guia que se preze, o seu texto é um exemplo de antididatismo, termo empregado aqui como sinônimo de clareza, graça e liberdade de expressão, sem nada de professoral.
Com aquela reverência e aquela malícia que nascem do amor, e alguns toques de sentimentalismo, Gilberto Freyre fala dos velhos sobrados, tão característicos da cidade, com seus muxarabis, suas reminiscências da vida patriarcal, alguns tão penetrados "de influências mouras ou mouriscas", desperta a atenção para a alma encantadora das ruas em ladeira, para a paisagem formada por velhas igrejas, coqueiros e cajueiros, praias de verdes mares bravios de onde partem as jangadas rumo ao mar alto.
Ao retrato da terra se junta a atividade do homem e a formação histórica da cidade, desde aquele dia em que o donatário da capitania, vendo a bela paisagem, exclamou: "Oh! linda!" Com tal nome, claro que a cidade teria de ser privilegiada e reverenciada na literatura e nas artes plásticas, como informa o autor.
Histórico e sentimental, o guia é antes de tudo prático. Ensina o leitor a se locomover na cidade, a saber admirá-la e a descobrir a sua originalidade. E depois de tanta consulta às suas páginas e de tanto andar, ao chegar nos altos da cidade e olhar em redor, o visitante por força há de concordar com o autor que em Olinda "tudo se irmana franciscanamente para completar" a "paisagem ao mesmo tempo cristã e brasileira". E inesquecível.

Ainda FREYRE



Ao menos uma dezena de lançamentos e reedições de obras de Gilberto Freyre (1900-1987), entre as quais Casa-grande & senzala, Sobrados e mucambos, Nordeste e Ordem e progresso, colocam novamente em debate o papel do sociólogo pernambucano na historiografia brasileira contemporânea. Vamos recomendar dois menos conhecidos -



Açúcar: Uma Sociologia do Doce, com Receitas de Bolos e Doces do Nordeste do Brasil
Autor - Gilberto Freyre

Responsável pelo primeiro grande ciclo econômico da história do Brasil, a cana-de-açúcar moldou a formação e a identidade do nordeste e o jeito de ser e a alma do nordestino. "Sem açúcar não se compreende o homem do nordeste", afirma Gilberto Freyre em Açúcar, subtitulado "uma sociologia do doce, com receitas de bolos e doces do Nordeste do Brasil".
Lançado em 1939, o livro despertou uma certa surpresa entre intelectuais. Ora, ora, um escritor consagrado tratando de receitas, falando de tachos de cobre, de ponto de doce, de fôrmas, de colheres de pau, de raladores, coisas tão femininas e tão da cozinha...
Dessas insinuações, Gilberto Freyre se defendeu por antecipação ao utilizar como epígrafe uma frase de Domingos Rodrigues, autor de Arte da cozinha, livro publicado no final do século XVII e dedicado ao conde de Vimioso: "É o livro ocasionado aos mordazes pela matéria e pelo estilo; mas uma e outra cousa será de todos respeitada sendo com o ilustre nome de V. S. ª defendido".
Hoje, Açúcar é um clássico e, mais do que isso, uma introdução insubstituível ao reino mágico dos doces e bolos nordestinos, magia que se elabora na cozinha e termina na barriga do freguês, mas que vive inúmeras outras fases: da colheita da cana e da goiaba, do caju ou de qualquer outra fruta utilizada em doces, à venda, outrora ao refrão tradicional do vendedor de rua. Isso sem falar em outra magia: a dos nomes de bolos, bolinhos, biscoitos, sequilhos, doces. Alguns provocativos, sensuais: argolinhas de amor, baba de moça, beijos de cabocla, quindim de Iaiá, outros se revelando logo, num apelo direto ao paladar: doces de jaca mole, de laranja da terra, de sapoti, compota de cidra ou de limão. De todos eles, e de alguns sorvetes, fica registrada a receita (são centenas) neste livro saboroso como um doce de côco ou de araçá. À escolha do freguês.

Gilberto Freyre , o “anarquista construtivo”



enfrenta a “escola sociológica paulista”



Este seria um belo título para um filme “cult” dos idos anos 70 . Mas na verdade esse embate foi muito mais elitista e futriqueiro que o seu título popular. Como sabemos , quem se auto-intitulou de “anarquista construtivo” foi Freyre, quando se via questionado por ser o que, os paulistas por exemplo, chamavam de “conservadorismo empedernido”. Mas, se hoje, os nossos cientistas sociais podem ostensivamente e com legitimidade , pesquisar sobre a questão da mulher , minorias sexuais e o universo doméstico é graças a sua obra polêmica Casa Grande & Senzala .
As críticas ao seu trabalho muitas vezes se atinham a sua forte preocupação com a sexualidade ou ainda faziam recriminações à sua visão de “uma sociedade em que predominam mecanismos de acomodação e conciliação. Isso era demais para sociólogos da Universidade de São Paulo (USP) , que ainda o consideravam um colecionador de objetividades ( ou de obviedades)” .
Passaram-se os anos e pouco a pouco, a importância de sua obra , inegável, vai sendo resgatada . Volta a ser citado e muitos até fazem até um verdadeiro “ato de contrição”. A jornalista Rose Nogueira (criadora do extinto e revolucionário programa TV Mulher) ressalta, por exemplo, que na obra de Gilberto Freyre fica muito bem explicitada a função da mulher no trato das tarefas diárias em uma fazenda . Que ela é quem verdadeiramente era “comandante-em-chefe” dos feitores. Que essa visão da mulher no comando dos negócios acaba por ser incorporado nas obras ficcionais e aparece emblemáticamente nas cenas de novelas televisivas como Terra Nostra . Com certeza, sem Gilberto Freyre e a inspiração de seu trabalho para outros pesquisadores, jamais teríamos essa visão e sim, a outra oficial, de uma sociedade patriarcal e patronal.
No prefácio de sua terceira edição de casa Grande & Senzala, Gilberto Freyre diz receber com naturalidade as críticas “sem se achar, entretanto, obrigado a modificar os seus pontos de vista”. Reparos como o do Professor Coornaert, da Sorbonne, sobre o que considera preocupação excessiva com o elemento sexual na interpretação de alguns aspectos característicos da formação social do Brasil. Críticas estas que obtiam ressonância nos “sorbonardes” da dita esquerda sociológica paulista.
Em entrevista concedida em 1985 a Benjamim e Cilene Areias, Freyre fala dessa sua relação com a intelectualidade esquerdista. “Eu sempre fiz restrições a certos usos do marxismo, mas não se pode apresentar nenhuma atitude antimarxista sectária de minha parte. E fiz um grande convertido: o inteligentíssimo Oswald de Andrade. Num de seus artigos no Correio da Manhã ele tratou de sua conversão ao ‘pós-marxismo de Gilberto Freyre’, dizendo que não rejeitara o que aprendera de marxismo , mas achava que isso não satisfazia mais: Marx foi homem de uma época européia, e nós estávamos noutra época. Ora , quem é pós-marxista não é antimarxista.”
Em outra entrevista, anterior a essa (1980) a Ricardo Noblat, então chefe de sucursal da Revista Veja e que foi publicada pela revista Playboy, experiente o jornalista tentava fazer Gilberto Freyre falar sobre seus críticos , que teimavam em não reconhecer a sua importância internacional, esquivo acaba por falar nas desvantagens do sucesso- “ A desvantagem é que você fica muito exposto ao chato. Essa é a desvantagem principal, porque o chato existe e não é só brasileiro: o chato é internacional...E você tem de se defender sem magoar aquilo que o chato bem-intencionado representa. Porque o chato por vezes é bem-intencionado . Ele não é chato porque quer ser : ele é chato porque é chato.” E citava como chato o amigo Oscar Niemeyer –“que é um arquiteto genial, é muito ignorante. É difícil você manter uma conversa interessante com ele.(...)há pessoas que são muitíssimo mais interessantes escrevendo do que falando”. Com tiradas como essa Gilberto Freyre atraia sobre sí não simplesmente as críticas acadêmicas , mas também as rusgas primárias e a ira da “inteligência da esquerda”.
E fustigando a intelectualidade paulista também com artigos contra o modernismo. “...no total, a Semana de Arte Moderna representou uma introdução arbitrária , no Brasil, de modernices européias, sobretudo francesas. Sem dúvida, cultura brasileira em geral e as artes brasileiras em particular, precisavam na época de serem modernizadas, revigoradas – mas levando-se em conta a realidade regional brasileira, suas tradições características às quais se poderia adaptar inovações européias. Isso não se fez em São Paulo, mas sim no Recife, num movimento menos badalado, como se diria hoje, do que a Semana de Arte Moderna de São Paulo. Esse movimento foi regionalista, tradicionalista e, a seu modo , modernista, ao qual estiveram ligados artistas como Vicente do Rego Monteiro, um renovador da pintura e da escultura.”
Gilberto Freyre começou a ser conhecido em São Paulo por um outro intelectual paulista que, coincidentemente, criticou a Semana de Arte Moderna, Monteiro Lobato que divulgava os artigos de Freyre na Revista do Brasil .
Mas a briga com a “escola sociológica paulista” estava longe de acabar, seu apoio à ditadura que instalou-se após o Golpe de 64 , levou-o a praticamente ser expurgado dos currículos da Universidade de São Paulo . Mais tarde , Gilberto Freyre reconheceu que não era antimilitarista mas, “devo dizer que nunca me enganei com esse surto militar iniciado em 1964, o que me levou a recusar convites do General Castello Branco para ocupar um Ministério ou Embaixada em Paris. Os militares se deram aos tecnocratas, que comprometeram os valores éticos do Brasil e nada fizeram para diminuir o desprezo pelo nordeste, que já se manifestava então no Centro-Sul. Você não pode definir o Ministro tecnocrata por excelência, o Delfim Netto, senão como um quase patológico antinordestino.” Como vemos sobrou até para a direita paulista.
Porém, o mais interessante vem ainda a acontecer, como todo roteiro de filme “cult” , vilões e heróis acabam por se confundir. Na correspondência pessoal de Gilberto Freyre encontramos uma carta datada de 7 de Abril de 1961 , em papel timbrado da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo , assinada pelo Professor Florestan Fernandes. Agradecia a hospitalidade recebida por ocasião de sua passagem por Recife. Afirmava ter levado as melhores impressões do trabalho que estava sendo realizado pelas duas instituições que Freyre dirigia e ia além...”Agora o principal objetivo desta carta: os dois primeiros doutoramentos da cadeira de Sociologia I, a realizar-se em breve, de candidatos que trabalharam sob minha orientação, devem ocorrer dentro deste semestre. Os candidatos são seus conhecidos e admiradores : Fernando Henrique Cardoso e Octavio Ianni. Os trabalham versam assunto de sua principal área de estudos – a sociedade senhorial brasileira, só que agora vista do ângulo das relações entre o senhor e o escravo no sul do Brasil (Porto Alegre e Curitiba). Queríamos prestar-lhe uma homenagem, que constitui ao mesmo tempo uma honra para nós, pedindo-lhe para participar da banca examinadora”.
Pois bem, o então futuro “príncipe dos sociólogos” e “ex-Presidente do Brasil” poderia ser examinado por Gilberto Freyre... Na mesma entrevista concedida a Ricardo Noblat , Gilberto Freyre fala sobre esses três personagens – “Dos sociólogos paulistas, o que eu considero a figura máxima é Fernando Henrique Cardoso, que é até político militante marxista, mas há pouco, num artigo, mostrou-se simpático às minhas atitudes, embora divergindo de mim. Outro marxista, mas este do Rio, o antropólogo Darci Ribeiro, um grande antropólogo, escreveu uma introdução para a edição venezuelana de meu livro Casa Grande & Senzala , que é talvez o que de melhor já se escreveu a respeito do ponto de vista antropológico e sociológico. Agora, ambos são marxistas eminentes. Mas quando o marxista é um Octávio Ianni, que não é intelectualmente honesto, a meu ver, e um outro que já nem me lembro o nome...”Noblat se apressa em lembrar.....”Florestan Fernandes?” E Gilberto Freyre continua- “Florestan. Que não é desonesto mas que é um fanatizado pelo marxismo. Esses desonestos ou esses fanáticos superiores – eu respeito o Florestan Fernandes, uma cultura real, um talento autêntico, mas fanatizado – enfim , eu não os considero como representantes do que há de melhor na sociologia e na antropologia paulista . Mas, são os mais ruidosos e os mais badalados por nossa querida imprensa”.
Quando Fernando Henrique Cardoso ainda era Senador pelo PMDB-SP , e sabe-se lá se acalentava o sonho de ser Presidente , publicou um artigo no Jornal O Globo de 26 de julho de 1987 republicado dez anos depois no Diário de Pernambuco. Nele era o sociólogo Fernando Henrique que falava e chamava Gilberto Freyre de “um verdadeiro criador”. Talvez quisesse dizer...um verdadeiro “criador de casos”, mas discorria que “há alguns anos –em 1973- escrevi um artigo sobre ‘Casa Grande & Senzala’. Foi um ato de contrição. Eu lera , obviamente, e muitas vezes, não só ‘Casa Grande & Senzala’, mas alguns outros livros de Gilberto Freyre. Membro da ‘escola sociológica paulista’ que sou e interessado nas questões raciais e na escravidão ( minha tese de mestrado, em co-autoria com Octavio Ianni, e a tese de doutorado foi sobre o ‘Capitalismo e escravidão no Brasil Meridional’) , li Gilberto Freyre quando estudante e na época das teses universitárias com o olhar severo do jovem que buscava o rigor científico e tinha em Florestan Fernandes o mâitre a penser.”
E continua o sociólogo “Pois bem, na releitura crítica percebi o pecado (venial , por certo) que cometera. Gilberto Freyre não podia ter sido lido como um colecionador de objetividade (ou de obviedades). Nem do ângulo científico nem do ângulo político”. (...) “Rótulos não se sustentam diante do verdadeiro criador, Freyre me capturou. Não por sua ‘ciência’, mas por ter sido capaz de propor um mito-fundador.” Casa Grande & Senzala” e o próprio Gilberto Freyre são parte constitutivas do Brasil : falsos ou verdadeiros, a obra e o criador, pela força macunaímica que têm, expressam o que nós somos”.
“Ás vezes não gostamos: é a vaidade transbordante, a pequena mentira, a perspectiva ilusória. Mas não apenas em Gilberto Freyre : tudo isso está contido na nossa cultura. As vezes nos deliciamos: são os quitutes, é o sexo obsessivo, é o popularesco, é o povo próximo de nós. Mas também neste caso, é mito.”
“Morto Gilberto Freyre, continua vivo o mito que ele produziu”.

Ainda bem. Pena que outros mitos não sejam tão geniais.

Eduardo Cruz é jornalista paulistano

matérias sobre Freyre e seus livros publicadas nos Suplementos de Pernambuco e São Paulo