quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Lançamento - Arraiais e vilas D’El Rei: espaço e poder nas Minas setecentistas


Arraiais e vilas D’El Rei: espaço e poder nas Minas setecentistas
Cláudia Damasceno Fonseca

731 p.


A afirmação de que Minas Gerais era a capitania mais urbanizada da colônia tornou-se quase um lugar-comum na historiografia brasileira. Poucos pesquisadores, no entanto, colocaram a questão urbana no centro de suas reflexões. Num enfoque interdisciplinar, que associa temas e métodos da história, da geografia e do urbanismo, Cláudia Damasceno Fonseca analisa as relações entre espaço e poder em suas múltiplas escalas e dimensões, revelando novas facetas da história política, socioeconômica e religiosa das Minas setecentistas.

Saiba um pouco mais do que pensa a autora . Estado do Brasil com o maior número de municípios (853), Minas Gerais comemora este ano três séculos da criação dos primeiros deles - Nossa Senhora do Carmo (atual Mariana), Vila Rica (Ouro Preto) e Sabará. Então, como agora, a instituição destas entidades administrativas, na época conhecidas como "termos", foi objeto de disputas e polêmicas e atendeu a interesses econômicos e políticos, conta Cláudia Damasceno Fonseca, professora da Universidade Sorbonne Nouvelle-Paris 3 e autora de artigo sobre o assunto publicado na edição da "Revista de História" da Biblioteca Nacional.

- Como acontece hoje, a criação dos primeiros municípios mineiros foi uma resposta a questões políticas e econômicas - avalia Cláudia.

Em 1707, Minas foi palco de um sangrento conflito entre os paulistas descobridores das jazidas de ouro e os chamados "emboabas", grupo composto pelos "reinóis" (portugueses recém-chegados da Metrópole) e "baianos" (colonos do Nordeste) que afluíam continuamente à região atraídos pelo garimpo, levando-a a concentrar 20% da população da Colônia na época.

Na luta pelo poder e controle das minas, os paulistas, em número menor, acabaram derrotados em 1709. Alguns deles perderam suas terras e postos de superintendentes das minas, enquanto outros foram vítimas de massacres. Mas nem o derramamento de sangue foi suficiente para a Coroa se mexer. Foi só quando o líder reinol Manuel Nunes Viana se autoproclamou governador que a Metrópole resolveu tomar uma atitude, diz a historiadora: - A guerra causou muitas perdas dos dois lados, mas a Coroa só interveio quando um dos revoltosos desrespeitou a autoridade régia e se autoproclamou governador. A Coroa viu nisso um risco a sua soberania e controle do interior do Brasil.


LANÇAMENTO DA

Nenhum comentário: